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É estranho, acrescentam, que só se falem dos Espíritos de personagens
conhecidas e perguntam por que são eles os únicos a se manifestarem.
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Eis aí um erro, oriundo, como tantos outros, de observação superficial.
Dentre os Espíritos que vêm espontaneamente, há maior número de desconhecidos
que de ilustres, designando-se os primeiros por um nome qualquer e muitas
vezes por um nome alegórico ou característico. 3
Quanto aos que se evocam, a menos que seja um parente ou amigo, é muito
natural que nos dirijamos aos que conhecemos, de preferência aos que
nos são desconhecidos. 4
O nome das personagens ilustres impressiona mais e é por isso que são
mais notadas. 5
Acham também muito singular que os Espíritos de homens eminentes atendam
familiarmente ao nosso apelo e se ocupem, às vezes, com coisas insignificantes,
em comparação com as grandes coisas que realizavam durante a vida. 6
Isso nada tem de estranho para os que sabem que o poder ou a consideração
de que esses homens gozaram neste mundo não lhes dá nenhuma supremacia
no mundo espiritual. 7
Nisto, os Espíritos confirmam estas palavras do Evangelho: “Os grandes
serão rebaixados e os pequenos serão elevados”; ( † ) que devem ser entendidas
como se referindo à posição que cada um de nós ocupará entre eles. 8
É assim que aquele que foi o primeiro na Terra poderá ser um dos últimos
no mundo espiritual. 9
Aquele diante de quem curvávamos aqui a cabeça, pode, portanto, vir
entre nós como o mais humilde operário, porque, ao deixar a vida, deixou
toda sua grandeza, e o mais poderoso monarca talvez lá se encontre abaixo
do último de seus soldados. >>>