O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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O Livro dos Espíritos.

(1ª edição)
(Idioma francês)

Introdução

ao estudo da Doutrina Espírita. 61

Resposta a várias objeções.
[X]

1 Entre as objeções, algumas há mais sedutoras, ao menos na aparência, porque colhidas da observação e feitas por pessoas sérias. 2 Uma dessas objeções é que a linguagem de certos Espíritos não parece digna da elevação que se atribui a seres sobrenaturais. 3 Quem se reportar ao resumo da Doutrina, acima apresentado, verá que os próprios Espíritos nos ensinam que não são iguais em conhecimento, nem em qualidades morais, e que não se deve tomar ao pé da letra tudo quanto dizem. 4 Cabe às pessoas sensatas separar o bom do mau. 5 Seguramente, os que deduzem desse fato que só lidamos com seres malfazejos, cuja única ocupação é mistificar, não conhecem as comunicações que são dadas nas reuniões onde só se manifestam Espíritos superiores; de outro modo não pensariam assim. 6 É lamentável que o acaso os tenha servido tão mal, só lhes mostrando o lado mau do mundo espiritual, pois não queremos supor que uma tendência simpática atraia para eles, em vez dos bons, os Espíritos maus, os Espíritos mentirosos, ou aqueles cuja linguagem é de revoltante grosseria. 7 Poder-se-ia, no máximo, concluir que a solidez dos princípios dessas pessoas não é bastante forte para afastar o mal e que, achando certo prazer em lhes satisfazerem a curiosidade, os Espíritos maus disso se aproveitam para se insinuar entre elas, enquanto os bons se afastam. Se meditarem sobre os princípios doutrinários contidos neste livro, nele encontrarão as condições necessárias para obterem comunicações de ordem elevada e para se libertarem da obsessão de Espíritos inferiores.  8 Julgar a questão dos Espíritos por esses fatos seria tão pouco lógico quanto julgar o caráter de um povo pelo que se diz e faz numa reunião de estouvados ou de gente de má fama, da qual nem participam as pessoas circunspetas nem as sensatas. 9 Essas criaturas se encontram na situação de um estrangeiro que, chegando a uma grande capital pelo mais desprezível de seus subúrbios, julgasse todos os habitantes pelos costumes e pela linguagem desse bairro ínfimo.  10 No mundo dos Espíritos também há uma sociedade boa e uma sociedade má;  11 dignem-se essas pessoas de estudar o que se passa entre os Espíritos de escol e se convencerão de que a cidade celeste não contém apenas a escória popular. 12 Mas, perguntam elas, os Espíritos de escol vêm até nós? A isto responderemos: Não fiqueis no subúrbio; vede, observai e julgai; os fatos aí estão para todos. 13 A menos que a elas se apliquem estas palavras de Jesus: Têm olhos e não veem; têm ouvidos e não ouvem. ( † )  14 Uma variante dessa opinião consiste em não ver nas comunicações espíritas e em todos os fatos materiais a que elas dão lugar, mais que a intervenção de um poder diabólico, novo proteu que revestiria todas as formas para melhor nos enganar. 15 Não a julgamos merecedora de exame sério, razão por que não nos demoraremos em considerá-la; acha-se refutada pelo que acabamos de dizer. 16 Diremos apenas que, se fosse assim, teríamos de convir em que o diabo é às vezes bastante criterioso, bem razoável e sobretudo, muito moral, ou, então, que há também diabos bons.  >>> 


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