O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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O Livro dos Espíritos.

(1ª edição)
(Idioma francês)

Introdução

ao estudo da Doutrina Espírita. 61

Resposta a várias objeções.
[I]

1 Para coisas novas precisamos de palavras novas; assim o exige a clareza da linguagem, para evitarmos a confusão inerente ao sentido múltiplo dos mesmos termos. 2 As palavras espiritual, espiritualista, espiritualismo têm acepção bem definida; dar-lhes uma nova, para aplicá-las à Doutrina dos Espíritos, 62 seria multiplicar as causas, já tão numerosas, de anfibologia. 3 Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo; quem quer que acredite ter em si alguma coisa além da matéria é espiritualista; mas não se segue daí que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. 4 Em lugar das palavras espiritual, espiritualismo, empregaremos, para designar esta última crença, as palavras espírita e Espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, têm a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis. 5 Diremos, pois, que a Doutrina Espírita ou o Espiritismo consiste na crença das relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. 6 Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espiritanos63  >>> 



[61] N T.: Conforme assinalamos no primeiro volume (1858) da Revista Espírita, “a tradução de uma obra é tarefa espinhosa. Por mais cuidadosa, por mais fiel e honesta, jamais expressará, na sua Inteireza, as variadas nuanças da língua original. Há palavras, sentenças e máximas que não encontram equivalência satisfatória em nossa língua. Por outro lado, as próprias emoções se diluem ou se ampliam ao serem transferidas de uma para outra cultura, sem falar das armadilhas que nos são estendidas quando traduzimos literalmente, ou — mais grave ainda — quando interpretamos o pensamento do autor, na inglória tentativa de superar o texto original. A par disto, a desejável observância das regras gramaticais e estilísticas que dizem respeito ao idioma no qual nos exprimimos, de modo a tornar agradável a leitura e não cansar o leitor.” E tanto é assim que o próprio Allan Kardec, no capítulo XXIII, item 3 de O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), já reconhecia que, “na mesma língua, algumas palavras perdem seu valor com o passar dos séculos”, sendo “por isso que uma tradução rigorosamente literal nem sempre exprime perfeitamente o pensamento e que, para ser exata, deve empregar, às vezes, não termos correspondentes, mas outros equivalentes, ou perífrases”. Embora se referindo mais particularmente às Escrituras Sagradas, estas observações do Codificador encontram aplicação geral na tradução de qualquer obra.


[62] N. T: Ao longo de toda esta tradução, mantivemos a distinção gráfica entre o elemento inteligente universal (espírito) e as individualidades dos seres extracorpóreos (Espíritos), com inicial minúscula e maiúscula, respectivamente, fugindo, assim, quanto a este ponto, ao texto original da 1ª edição francesa, embora Allan Kardec só adotasse tal critério a partir da 2ª edição, de 1860, conforme Nota de sua autoria inserida após a pergunta 76 daquela edição.


[63] N. T: Termo substituído mais tarde pela palavra espiritista.

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