1 Esquisito é, acrescentam, que só se fale dos Espíritos de personagens conhecidas e perguntam porque são eles os únicos a se manifestarem. 2 Há ainda aqui um erro, oriundo, como tantos outros, de superficial observação. Dentre os Espíritos que vêm espontaneamente, muito maior é, para nós, o número dos desconhecidos do que o dos ilustres, designando-se aqueles por um nome qualquer, muitas vezes por um nome alegórico ou característico. 3 Quanto aos que se evocam, desde que não se trate de parente ou amigo, é muito natural nos dirijamos aos que conhecemos, de preferência a chamar pelos que nos são desconhecidos; 4 o nome das personagens ilustres atrai mais a atenção, por isso é que são notadas.
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Acham também singular que os Espíritos dos homens eminentes acudam familiarmente
ao nosso chamado e se ocupem, às vezes, com coisas insignificantes,
comparadas com as de que cogitavam durante a vida. 6
Nada aí há de surpreendente para os que sabem que a autoridade, ou a
consideração de que tais homens gozaram neste mundo, nenhuma supremacia
lhes dá no mundo espírita; 7
nisto, os Espíritos confirmam estas palavras do Evangelho: “Os grandes
serão rebaixados e os pequenos serão elevados”, ( † ) devendo esta sentença
entender-se com relação à categoria em que cada um de nós se achará
entre eles; 8
é assim que aquele que foi primeiro na Terra pode vir a ser lá um dos
últimos; 9
aquele diante de quem curvávamos aqui a cabeça pode, portanto, vir falar-nos
como o mais humilde operário, pois que deixou, com a vida terrena, toda
a sua grandeza, e o mais poderoso monarca pode achar-se lá muito abaixo
do último dos seus soldados.