O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

Índice |  Princípio  | Continuar

O Livro dos Espíritos.

(1ª edição)
(Idioma francês)

Introdução

ao estudo da Doutrina Espírita. 61

Resposta a várias objeções.
[VIII]


1 Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, tal como a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova e tão grande, não pode ser realizado com proveito senão por homens sérios, perseverantes, isentos de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. 2 Não poderíamos dar essa qualificação aos que julgam a priori, levianamente e sem tudo terem visto; que não imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento necessários. 3 Ainda menos poderíamos dá-los a certas pessoas que, para não perderem sua reputação de homens de espírito, se esforçam por encontrar um lado burlesco nas coisas mais verdadeiras, ou tidas como tais por pessoas cujo saber, caráter e convicções merecem consideração dos que se prezam de bem-educados. 4 Que se abstenham, portanto, os que entendem que os fatos não são dignos de sua atenção. Ninguém pensa violentar-lhes a crença; concordem, porém, em respeitar a dos outros.

5 O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá. 6 Devemos admirar-nos de não obter, com frequência, nenhuma resposta sensata a questões de si mesmas graves, quando as fazemos ao acaso e à queima-roupa, em meio a uma enxurrada de perguntas extravagantes? 7 Além disso, acontece muitas vezes que uma questão complexa, para ser esclarecida, exige outras preliminares ou complementares. 8 Quem quer adquirir uma ciência deve fazer um estudo metódico dela, começar pelo princípio e seguir o encadeamento e o desenvolvimento das ideias. 9 Aquele que dirige a um sábio, ao acaso, perguntas acerca de uma ciência cujas primeiras palavras ignore, colherá algum proveito? 10 Poderá o próprio sábio, por maior que seja sua boa vontade, dar-lhe resposta satisfatória? Essa resposta isolada será forçosamente incompleta e, por isso mesmo, quase sempre ininteligível, ou parecerá absurda e contraditória. 11 Dá-se exatamente o mesmo nas relações que estabelecemos com os Espíritos. Se quisermos nos instruir na sua escola, com eles devemos fazer um curso; mas, como entre nós, é preciso escolher os professores e trabalhar com assiduidade.

12 Dissemos que os Espíritos superiores só comparecem às reuniões sérias, sobretudo àquelas em que reina perfeita comunhão de pensamentos e de sentimentos para o bem. 13 A leviandade e as questões ociosas os afastam, como, entre os homens, afastam as pessoas sensatas; o campo fica, então, livre à turba dos Espíritos mentirosos e frívolos, sempre à espreita de ocasiões para zombarem de nós e se divertirem à nossa custa. 14 O que sucederia, numa reunião dessas, a uma pergunta grave? Seria respondida, mas por quem? 15 É como se no meio de um bando de galhofeiros lançássemos estas questões: Que é a alma? Que é a morte? e outras tão recreativas quanto essas. 16 Se quereis respostas sérias, comportai-vos com seriedade na mais ampla acepção do termo e procurai preencher todas as condições requeridas; só então obtereis grandes coisas. 17 Sede mais laboriosos e perseverantes nos vossos estudos, a fim de que os Espíritos superiores não vos abandonem, como faz um professor com alunos negligentes.  >>> 


Abrir