O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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O Livro dos Espíritos.

(1ª edição)
(Idioma francês)

Introdução

ao estudo da Doutrina Espírita. 61

Resposta a várias objeções.
[V]
(A partir do indicador 5)


1 Obtido o fato, restava constatar um ponto essencial, o papel do médium nas respostas e a parte que nelas pode tomar, mecânica e moralmente. 2 Duas circunstâncias capitais, que não escapariam a um observador atento, podem resolver a questão. 3 A primeira é o modo pelo qual a cesta se move sob sua influência, pela simples imposição dos dedos sobre a borda; o exame demonstra a impossibilidade de o médium imprimir uma direção qualquer à cesta. 4 Essa impossibilidade se patenteia, sobretudo, quando duas ou três pessoas colocam os dedos, ao mesmo tempo, na mesma cesta; seria preciso haver entre elas uma concordância de movimentos verdadeiramente fenomenal; além disso, seria preciso haver uma concordância dos pensamentos para que pudessem entender-se sobre a resposta a dar à questão formulada. 5 Outro fato, não menos singular, vem aumentar ainda mais a dificuldade. É a mudança radical da caligrafia, conforme o Espírito que se manifesta, reproduzindo-se a escrita toda vez que o mesmo Espírito retorna. 6 Seria, pois, necessário que o médium se houvesse exercitado em dar à própria caligrafia vinte formas diferentes e, sobretudo, que pudesse lembrar-se da que pertence a este ou àquele Espírito.

7 A segunda circunstância resulta da própria natureza das respostas que, na maioria das vezes, sobretudo quando se referem a questões abstratas ou científicas, estão notoriamente fora dos conhecimentos e, em alguns, além do alcance intelectual do médium; 8 que este, como geralmente sucede, não tem consciência do que escreve sob sua influência; 9 que, frequentemente, não entende ou não compreende a questão proposta, já que pode ser formulada numa língua que lhe seja estranha, podendo a resposta ser dada nesse idioma. 10 Enfim, muitas vezes acontece que a cesta escreva espontaneamente, sem que se haja feito pergunta alguma, sobre um assunto qualquer e inteiramente inesperado.

11 Em alguns casos, essas respostas revelam tal cunho de sabedoria, profundeza e oportunidade, pensamentos tão elevados e tão sublimes, que não podem emanar senão de uma inteligência superior, impregnada da mais pura moralidade. 12 De outras vezes são tão levianas, tão frívolas, tão triviais mesmo, que a razão se recusa a acreditar que possam proceder da mesma fonte. 13 Tal diversidade de linguagem não se pode explicar senão pela diversidade das inteligências que se manifestam. 14 Essas inteligências estão na Humanidade ou fora da Humanidade? Este o ponto a esclarecer e cuja explicação completa se encontrará nesta obra, tal como foi dada pelos próprios Espíritos.

15 Eis, pois, efeitos patentes que se produzem fora do círculo habitual de nossas observações; que não ocorrem misteriosamente, mas à luz do dia; que todos podem ver e constatar, que não constituem privilégio de nenhum indivíduo e que milhares de pessoas reproduzem à vontade todos os dias. 16 Esses efeitos têm necessariamente uma causa e, desde que revelam a ação de uma inteligência e de uma vontade, saem do domínio puramente físico.

17 Muitas teorias foram formuladas a respeito. Vamos examiná-las daqui a pouco e veremos se podem explicar a razão de todos os fatos que se produzem. Admitamos, por enquanto, a existência de seres distintos da Humanidade, pois é essa a explicação fornecida pelas Inteligências que se revelam, e vejamos o que eles nos dizem.  >>> 


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