O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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O que é o Espiritismo.

(Primeira versão.)
(Idioma francês)

Capítulo primeiro.


PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA.


SEGUNDO DIÁLOGO. — O CÉTICO.
(Sumário)

Interdição do Espiritismo.


36. O Visitante. — Uma última questão, por favor. O Espiritismo tem poderosos inimigos; não poderiam eles interditar-lhe o exercício e as sociedades e, por esse meio, impedir a sua propagação?


A. K. — Seria um modo de perder a partida um pouco mais depressa, porque a violência é o argumento daqueles que não têm boas razões. Se o Espiritismo é uma quimera, cairá por si mesmo, sem que ninguém precise dar-se ao trabalho de derrubá-lo; se o perseguem é porque o temem, e só uma coisa séria pode causar temor. Se, ao contrário, é uma realidade, então está na Natureza, como eu já disse, e ninguém pode revogar uma lei natural com uma simples assinatura.

Se as manifestações espíritas fossem privilégio de um homem, não há dúvida que, afastando-se esse homem, se poria um termo às manifestações; infelizmente para os adversários, elas não constituem mistério para ninguém; aí não há segredos, nada oculto, tudo se passa em plena claridade; elas estão à disposição de todo o mundo e se produzem desde o palácio até a mansarda. Podem interdizer-lhe o exercício público; porém, sabe-se perfeitamente que não é em público que elas mais se dão: é na intimidade. Ora, desde que todos podem ser médiuns, quem impedirá que uma família no seu lar, que um indivíduo no silêncio do seu gabinete, que um prisioneiro em seu cárcere, tenha comunicações com os Espíritos, mesmo nas barbas da policia e sem que esta o saiba? Admitamos, no entanto, que um governo seja bastante forte para impedi-los de trabalhar em suas casas; conseguirá, porventura, levar a interdição ao mundo inteiro, visto que não há país algum, nos dois hemisférios, em que não se encontrem médiuns?

Além disso, o Espiritismo não tem sua fonte entre os homens; ele é obra dos Espíritos, que não podem ser queimados nem encarcerados. Ele consiste na crença individual e não nas sociedades, que de modo algum são necessárias. Se chegassem a destruir todos os livros espíritas, os Espíritos ditariam outros.

Em resumo, o Espiritismo é hoje um fato consumado; já conquistou o seu lugar na opinião pública e entre as doutrinas filosóficas; é preciso, pois, que aqueles a quem ele não convém se resignem a vê-lo ao seu lado, restando-lhes, naturalmente, a liberdade de recusá-lo.


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