O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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O que é o Espiritismo.

(Primeira versão.)
(Idioma francês)

Capítulo primeiro.


PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA.


SEGUNDO DIÁLOGO. — O CÉTICO.
(Sumário)

Dissidências.


3. O Visitante. — Essa diversidade, na crença daquilo a que chamais uma ciência, é, parece-me, a sua condenação. Se ela se baseasse em fatos positivos, não deveria ser a mesma na América e na Europa?


A. K. — A isso responderei, primeiramente, que tal divergência existe mais na forma do que no fundo; na verdade, ela apenas se limita ao modo de encarar alguns pontos da Doutrina, e não constitui um antagonismo radical nos princípios, como afirmam os nossos adversários, por não haverem estudado a questão.

Dizei-me, porém, qual a ciência que, em seu começo, não suscitou dissidências, até que seus princípios ficassem claramente estabelecidos? Mesmo hoje, não encontramos essas dissidências nas ciências mais bem constituídas? Estarão os sábios de perfeito acordo sobre todos os pontos? Não têm eles os seus sistemas particulares? As sessões do Instituto de França apresentam sempre o quadro de perfeito e cordial entendimento? Em Medicina não há a Escola de Paris e a de Montpellier? Cada descoberta, em qualquer ciência, não tem produzido cisma entre os que querem adiantar-se e os que desejam ficar na retaguarda?

No que concerne ao Espiritismo, não será natural que, ao surgirem os primeiros fenômenos, quando eram ignoradas as leis que os regem, cada pessoa tivesse um sistema e houvesse encarado os fatos à sua maneira? Onde estão hoje esses sistemas primitivos isolados? Caíram todos ante uma observação mais completa dos fatos. Bastaram apenas alguns anos para que ficasse estabelecida a unidade grandiosa que hoje prevalece na Doutrina, e que congrega a imensa maioria dos adeptos, com exceção de algumas individualidades que, nesta como em todas as coisas, se aferram às ideias primitivas e morrem com elas. Qual a ciência, qual a doutrina filosófica ou religiosa que oferece um exemplo igual? Terá o Espiritismo apresentado a centésima parte das cisões que, durante tantos séculos, dividiram a Igreja e ainda hoje a dividem?

É realmente curioso ver as puerilidades a que recorrem os adversários do Espiritismo; não indicará isso uma falta de argumentos sérios? Se eles os tivessem, não deixariam de fazê-los valer. Que lhe opõem? Zombarias, negações, calúnias; nunca, porém, argumentos decisivos; e a prova de não lhe terem achado um ponto vulnerável é que nada pôde deter-lhe a marcha ascendente e que, apenas com dez anos de vida, ele já conta tal número de adeptos como ainda nenhuma seita contou depois de um século de existência. É fato comprovado e reconhecido por seus próprios adversários. Para aniquilá-lo, não era bastante dizer: isto não é possível, isto é absurdo. Seria preciso demonstrar categoricamente que os fenômenos não se produzem, não podem produzir-se; e é o que ninguém ainda fez.


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