OUTRAS REFERÊNCIAS AO TEMA
Festa religiosa. — Um determinado tempo destacado pelas regras de algumas
religiões para a alegria sagrada.
Festas judaicas. — Além das estações designadas por festas fixas (Lv 23.2),
que incluiu o SABAT semanal, memorável pelo sonido das trombetas no
primeiro dia sétimo do mês, e o dia de expiação (Lv 23.3,
24, 277),
a lei mosaica ordena expressamente três celebrações anuais chamadas
festas ou antes festivais. Eram a Páscoa na noite do décimo quarto
dia do primeiro mês, acompanhada da festa dos pães asmos começando no
décimo quinto dia e durando sete dias (5-8).
A festa das semanas,
chamada também festa das colheitas e dia das primícias (Êx 23.16;
34.22; Nm 28.26),
e posteriormente Pentecostes, porque
era celebrada no quinquagésimo dia depois da Páscoa (At 2.1);
e a festa dos tabernáculos ou reunião, que começava no décimo
quinto dia do sétimo mês e continuava por sete ou oito dias (Lv 23.34-44).
Estes três festivais anuais eram considerados tão importantes, que exigia
o comparecimento perante o Senhor no santuário de todos os homens adultos
não incapacitados por quaisquer enfermidades (Ex 23.17;
Dt 16.16).
Como Jesus sempre se mostrou cumpridor da lei, podemos supor que habitualmente
estava presente em Jerusalém três vezes por ano, por ocasião das três
festas (Jo 2.23;
7.2-37, etc.; Mt 26.17;
Mc 14.12;
Lc 22.8; Jo 13.1).
Além dos festivais prescritos pela lei, um festival chamado Purim
foi instituído para se comemorar anualmente, no décimo quarto e décimo
quinto dia do mês de Adar, a libertação dos judeus da trama de Hamã
(Et 9.21-28)
[Ver texto do Edito
de proscrição e de reabilitação dos judeus]. Posteriormente a festa
da dedicação foi instituída por Judas Maccabeus, para ser celebrada
anualmente por oito dias, a partir do dia vinte e cinco de Chisleve,
em comemoração da nova dedicação do templo depois de sua profanação
pelos agentes de Antíoco Epifanes (1 Mac. 4.41-59; Jo 10.22).
A Ceia do Senhor instituída pelo Cristo, mais amplamente considerada
como a vida cristã da fé, também é uma festa [embora não judaica] (1 Co 5.8).
Festa dos
Tabernáculos. — O último dos três grandes festivais anuais em que
todo homem de Israel era requisitado comparecer ante o Senhor, no santuário,
e o segundo dos festivais de colheita (Dt 16.16;
2 Cr 8.12,13;
cp. 1 Rs 9.25;
12.32; Zc 14.16).
Levou seu nome da estadia do povo em barracas durante sua celebração
(Lv 23.40-43),
e depois do estabelecimento do santuário em Jerusalém, era erguido ao
ar livre na cidade, nos telhados, nos átrios das casas, nos distritos
policiais do templo (Ne 8.16)
e ao ar livre rural, por fora dos muros da cidade. Era o festival culminante
do ano ainda que preeminente e essencialmente agrícola, tinha uma associação
histórica em relação à Páscoa (Lv 23.39-43).
Era celebrada no sétimo mês, por causa do número sagrado, no fechar
da estação agrícola, quando todos os produtos em grão do campo, jarda
de azeitona, e vinhedo eram armazenados. Consequentemente o banquete
denominava-se dedicação, no tempo em que foi instituído (Ex 23.16;
34.22; Lv 23.39;
Dt 16.13,15).
Começava no décimo quinto dia do mês, e era celebrada durante sete dias.
O oferecimento de holocausto especial totalizando setenta bois; distribuído
em uma escala decrescente ao longo da semana, junto com dois carneiros
e quatorze cordeiros diariamente; e um bode pelo pecado era oferecido
diariamente para o sacrifício (Nm 29.12-34;
cp. Lv 23.36;
Ed 3.4). As
barracas feitas com ramos de árvores sugeriam a vida de vindima; também
relembravam da marcha do Egito pelo deserto (Lv 23.43;
cp. Os 12.9).
A cada sete anos a lei de Moisés era publicamente lida, o ano de sua
leitura coincidia com o ano da remissão, quando não existia nenhuma
ocasião para celebrar uma dedicação da colheita (Dt 31.9-13).
O festival acontecia quase logo depois do dia da expiação. As pessoas
purgando cerimoniosamente de seus pecados, podiam manter o banquete
com uma sensação de boa forma física para comungar com Deus abundantemente.
O necessitado era lembrado (Dt 16.14),
no oitavo dia de assembleia solene era adicionado ao festival. Era distinto
do festival; o requisito para morar em barracas não se estendia a ele
e seus oferecimentos nenhuma relação tinha com aqueles do festival (Lv
23.36,39; Nm 29.35-38).
Não se destinava concluir a festa dos tabernáculos, mas só para dar
ao ciclo anual dos festivais um fechamento. Anteriormente, porém o festival
durava oito dias. É disputado se o sétimo ou o oitavo dia era o grande
dia a que se referiu João 7.37;
formalidades esplêndidas foram subsequentemente adicionadas àquelas
prescritas na lei para o festival. Na hora do sacrifício matutino as
pessoas tomavam galhos da palma, murta, e salgueiro e os entrelaçavam
e com frutos em suas mãos, acorriam ao templo, e marchavam em torno
do altar do holocausto uma vez por dia e sete vezes no sétimo dia, à
maneira da tomada de Jericó. Outro costume, possivelmente também em
voga ao tempo do Cristo, era que diariamente durante o festival nas
oblações da manhã e da noite, um sacerdote enchia uma vasilha dourada
com a água do tanque de Siloé e levava-o ao templo, onde era recebido
com o som de trombetas e as palavras de Is 12.3:
“Vós tirareis com gosto águas das fontes do Salvador.” Ela era
misturada com o vinho dos sacrifícios e, enquanto os sacerdotes sopravam
trompetes e os levitas tocavam instrumentos e cantaram salmos, era despejado
fora ao lado do altar, de onde era conduzido por uma cloaca ao vale
do Cedrom. Também era habitual à noite seguindo o primeiro dia do festival,
e talvez nas noites subsequentes, iluminar o tribunal das mulheres por
dois altos estandartes, cada um sustentando quatro luminárias imensas
que lançavam luz não só nos tribunais do templo, mas por toda a parte
de cima da cidade. Os pavios eram feitos do linho de refugo dos sacerdotes.
Os levitas ficavam nos passos do tribunal, tocando música instrumental
e cantando salmos; e uma dança era apresentada por leigos e sacerdotes
proeminentes.
Os judeus que eram incapazes de frequentar a celebração em Jerusalém por causa da distância da cidade de suas casas, especialmente os judeus que moravam em países estrangeiros, faziam o festival nas sinagogas da cidade onde eles viviam, mas claro que sem o oferecimento de sacrifícios. — (Dicionário da Bíblia de John D. Davis) ©
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