Através do Tempo — Autores diversos


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Mediunidade e Jesus n

Quem hoje ironiza a mediunidade, em nome do Cristo, esquece-se, naturalmente, de que Jesus foi quem mais a honrou neste mundo, erguendo-a ao mais alto nível de aprimoramento e revelação, para alicerçar a sua eterna doutrina entre os homens.

É assim que começa o apostolado divino, santificando-lhe os valores na clariaudiência e na clarividência entre Maria e Isabel, ( † ) José e Zacarias, ( † ) Ana e Simeão, ( † ) no estabelecimento da Boa Nova.

E segue adiante, enaltecendo-a na inspiração junto dos doutores do Templo; ( † )

  exaltando-a nos fenômenos de efeitos físicos, ao transformar a água em vinho, nas bodas de Caná; ( † )

   sublimando-a, nas atividades da cura, ao transmitir passes de socorro aos cegos e paralíticos, desalentados e aflitos, reconstituindo-lhes a saúde;

  ilustrando-a na levitação, quando caminha sobre as águas ( † )

  dignificando-a nas tarefas de desobsessão, ao instruir e consolar os desencarnados sofredores ligados aos alienados mentais que lhe surgem à frente;

  glorificando-a na materialização, em se transfigurando ao lado de Espíritos radiantes, no cimo do Tabor, ( † )

  e elevando-a sempre, no magnetismo sublimado, ao aliviar os enfermos com a simples presença, ao revitalizar corpos cadaverizados, ( † ) ao multiplicar pães e peixes para a turba faminta ( † ) ou ao apaziguar as forças da natureza. ( † )


E, confirmando o intercâmbio entre os vivos da Terra e os vivos da Eternidade, reaparece, Ele mesmo, ante os discípulos espantados, ( † ) traçando planos de redenção que culminam no dia de Pentecostes ( † ) — o momento inesquecível do Evangelho —, quando os seus mensageiros convertem os Apóstolos em médiuns falantes, na praça pública, para esclarecimento do povo necessitado de luz.


Como é fácil de observar, a mediunidade, como recurso espiritual de sintonia, não [se confunde com] a Doutrina Espírita que expressa atualmente o Cristianismo Redivivo, mas, sempre [que] enobrecida pela honestidade e pela fé, pela educação e pela virtude, é o veículo respeitável da convicção na sobrevivência.

Assim, pois, não nos agastemos contra aqueles que a perseguem, através do achincalhe — tristes negadores da realidade cristã, ainda mesmo quando se escondam sob os veneráveis distintivos da autoridade humana —, porquanto os talentos medianímicos estiveram, incessantemente, nas mãos de Jesus, o nosso Divino Mestre, que deve ser considerado, por todos nós, como sendo o Excelso Médium de Deus.


Eurípedes Barsanulfo



(Psicografada em 8/4/1959 no Centro Espírita Casa do Cinza, na cidade de Uberaba, M. G.)


[1] Esta mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi originalmente publicada em 1961 pela FEB e é a 67ª lição do livro “O Espírito da verdade.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.


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