CONSEQUÊNCIAS MORAIS DO ESPIRITISMO.
Pelo raciocínio, o estudo prático e a observação dos fatos o Espiritismo confirma e prova as bases fundamentais da religião, a saber:
A existência de um Deus único, todo-poderoso, criador de todas as coisas, soberanamente justo e bom;
A existência da alma, sua imortalidade e sua individualidade após a morte;
O livre arbítrio do homem, e a responsabilidade que incorre em todos os seus atos;
O estado feliz ou infeliz do homem após a morte, de acordo com o uso que fez das suas faculdades durante a sua vida;
A necessidade do bem e as funestas consequências do mal;
A utilidade da prece.
Ele resolve uma porção de problemas que encontram a única explicação plausível, na existência de um mundo invisível composto pelos seres que se hão despojado do seu envoltório corporal, que nos cercam e exercem uma influência incessante sobre o mundo visível.
É uma fonte de consolações:
Pela certeza que nos dá do futuro que nos espera;
Pela prova material da existência daqueles que havemos amado sobre a Terra, a certeza da sua presença junto de nós, a de reencontrá-los no mundo dos Espíritos, e a possibilidade de nos comunicarmos com eles e receber conselhos salutares;
Pela coragem que nos dá contra as adversidades;
Pela elevação que imprime aos nossos pensamentos dando uma ideia justa do valor das coisas e dos bens deste mundo.
Ele contribui para a felicidade do homem sobre a Terra:
Ao acalmar as causas do desespero;
Ao ensinar ao homem a se contentar com o que tem;
Ao lhe fazer considerar as riquezas, as honras e o poder, como provas mais a temer que a invejar;
Ao colocar um freio nas más paixões, fonte da maior parte de suas aflições;
Ao lhe inspirar sentimentos de caridade e de fraternidade reais por seu próximo.
O resultado destes princípios, uma vez propagado e enraizados no coração do homem, será:
De torná-lo melhor e mais indulgente para com seus semelhantes;
De destruir pouco a pouco o egoísmo pela solidariedade que estabelece entre eles;
De exercer uma louvável emulação para o bem;
De colocar um freio nas ambições desordenadas;
De neutralizar os males inseparáveis da efervescência das paixões brutais;
De favorecer o desenvolvimento intelectual e moral, não apenas com o propósito do bem-estar presente, mas do futuro a ele ligado;
E, por todas essas causas, ajudar a melhoria progressiva da humanidade.
FIM.
[1] Nesta segunda versão deste livro, publicado em 1860, o autor apresenta O que é o Espiritismo sob um novo ponto de vista.