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ESDE — Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita — Programa Complementar

Módulo II — Fluidos e Perispírito

Roteiro 3


Criações fluídicas


Objetivo Geral: Propiciar conhecimentos sobre os fluidos e o perispírito.

Objetivo Específico: Identificar as principais características das criações fluídicas.



CONTEÚDO BÁSICO


  • Pode-se, pois, dizer, com verdade, que há ondas nos fluidos e radiações de pensamento, que se cruzam sem se confundirem, como há, no ar, ondas e radiações sonoras. Ainda mais; criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico como num espelho, ou, então, como essas imagens de objetos terrestres que se refletem nos vapores do ar, tomando aí um corpo e, de certo modo, fotografando-se. Allan Kardec: Obras Póstumas. Primeira parte, item: fotografia e telegrafia do pensamento, p. 115.

  • Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo XIV, item 15.

  • A força mental, responsável pelas criações fluídicas humanas, […] não é patrimônio de privilegiados. É propriedade vulgar de todas as criaturas, mas entendem-na e utilizam-na somente aqueles que a exercitam através de acuradas meditações. […] No fundo, é a energia plástica da mente que a acumula em si mesma, tomando-a ao fluido universal em que todas as correntes da vida se banham e se refazem, nos mais diversos reinos da natureza, dentro do Universo. Cada ser vivo é um transformador dessa força, segundo o potencial receptivo e irradiante que lhe diz respeito. André Luiz. Libertação. Capítulo XI, p. 179-180.




SUGESTÕES DIDÁTICAS


Introdução:

  • Fazer breve exposição do assunto, fornecendo uma visão geral das principais características das criações fluídicas.

  • Em seguida, pedir à turma que faça leitura silenciosa dos Subsídios deste roteiro.

  • Afixar no mural da sala de aula três cartazes numerados e respectivamente intitulados:

    1. FRASES VERDADEIRAS

    2. FRASES FALSAS

    3. FRASES VERDADEIRAS OU FALSAS


Desenvolvimento:

  • Dividir a turma em dois grupos, depois de concluída a leitura. Entregar-lhes um conjunto de tiras de cartolina com frases retiradas dos Subsídios, e um rolo de fita adesiva. Cada tira conterá uma frase verdadeira ou falsa, relacionada ao tema. Deverão ser elaboradas mais frases verdadeiras do que falsas.

  • Pedir-lhes, então, que leiam cada frase com atenção e, por consenso grupal, afixá-la em um dos três cartazes existentes no mural.

  • Após a colagem, verificar se as frases foram afixadas corretamente, e, se necessário, mudá-las de posição, transferindo-as para um ou outro cartaz.

  • Solicitar à turma que releia as possíveis frases existentes no terceiro cartaz (Frases verdadeiras/falsas) transportando-as para o primeiro ou segundo, de forma que, ao final do estudo, permaneçam apenas os dois primeiros cartazes no mural.


Conclusão:


Avaliação:

  • O estudo será considerado satisfatório, se os participantes conseguirem identificar as frases falsas e as verdadeiras, relacionadas ao tema estudado.


Técnica(s):

  • Exposição; leitura; técnica do consenso (adaptada).


Recurso(s):

  • Subsídios deste roteiro; cartazes; tiras de cartolina com frases; fita adesiva.



 

SUBSÍDIOS


1. O pensamento e as criações fluídicas

As criações fluídicas nascem do pensamento, entendido como […] força criadora de nossa própria alma e, por isto mesmo, é a continuação de nós mesmos. Através dele, atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal. (13) Significa também dizer […] que as nossas ideias exteriorizadas criam imagens, tão vivas quanto desejamos […].(13)

O pensamento é elaborado e produzido pela mente espiritual. A mente é […] o espelho da vida em toda parte. […] Nos seres primitivos, aparece sob a ganga do instinto, nas almas humanas surge entre as ilusões que salteiam a inteligência, e revela-se nos Espíritos Aperfeiçoados por brilhante precioso a retratar a Glória Divina. Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos achamos entre a animalidade e angelitude, somos impelidos a interpretá-la como sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conhecimento adquirido nos permite operar. Definindo-a por espelho da vida, reconhecemos que o coração lhe é a face e que o cérebro é o centro de suas ondulações, gerando a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo para acrisolar e sublimar. (16)

Mantemos, assim, permanente contato com outras mentes, influenciando e sendo influenciados, pois ninguém […] pode ultrapassar de improviso os recursos da própria mente, muito além do círculo de trabalho em que estagia; contudo, assinalamos, todos nós, os reflexos uns dos outros, dentro da nossa relativa capacidade de assimilação. Ninguém permanece fora do movimento de permuta incessante. Respiramos no mundo das imagens que projetamos e recebemos. Por elas, estacionamos sob a fascinação dos elementos que provisoriamente nos escravizam e, através delas, incorporamos o influxo renovador dos poderes que nos induzem à purificação e ao progresso. (17)

O pensamento, ou fluxo energético mental, manifesta-se sob a forma de ondas […], desde os raios super ultracurtos, em que se exprimem as legiões angélicas, através de processos ainda inacessíveis à nossa observação, passando pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza a mente humana, até às ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica, ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos. (7) Como alicerce vivo de todas as realizações nos Planos físico e extrafísico, encontramos o pensamento por agente essencial. Entretanto, ele ainda é matéria, — a matéria mental, em que as leis de formação das cargas magnéticas ou dos sistemas atômicos prevalecem sob novo sentido, compondo o maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos e no qual surpreendemos elementos que transcendem o sistema periódico dos elementos químicos conhecidos no mundo. (8) (Reveja informações sobre a tabela periódica dos elementos químicos no Programa Fundamental do ESDE, tomo I, módulo VII, roteiro 2)

Importa considerar que, independentemente do plano de vida no qual nos situemos […], o nosso pensamento cria a vida que procuramos, através do reflexo de nós mesmos, até que nos identifiquemos, um dia, no curso dos milênios, com a Sabedoria Infinita e com o Infinito Amor, que constituem o Pensamento e a Vida de Nosso Pai. (15) Um pensamento superior, fortemente pensado, permita-se-nos a expressão, pode, pois, conforme a sua força e a sua elevação, tocar de perto ou de longe homens que nenhuma ideia fazem da maneira por que ele lhes chega, do mesmo modo que muitas vezes aquele que o emite não faz ideia do efeito produzido pela sua emissão. É esse um jogo constante das inteligências humanas e da ação recíproca de umas sobre as outras. Juntai-lhe a das inteligências dos desencarnados e imaginai, se o conseguirdes, o poder incalculável dessa força composta de tantas forças reunidas. Se se pudesse suspeitar do imenso mecanismo que o pensamento aciona e dos efeitos que ele produz de um indivíduo a outro, de um grupo de seres a outro grupo e, afinal, da ação universal dos pensamentos das criaturas umas sobre as outras, o homem ficaria assombrado! Sentir-se-ia aniquilado diante dessa infinidade de pormenores, diante dessas inúmeras redes ligadas entre si por uma potente vontade e atuando harmonicamente para alcançar um único objetivo: o progresso universal. (4)


2. Características das criações fluídicas

Ideias, elaboradas com atenção, geram formas, tocadas de movimento, som e cor, perfeitamente perceptíveis por todos aqueles que se encontrem sintonizados na onda em que se expressam. (14) Ainda mais; criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico como num espelho, ou, então, como essas imagens de objetos terrestres que se refletem nos vapores do ar, tomando aí um corpo e, de certo modo, fotografando-se. Se um homem, por exemplo, tiver a ideia de matar alguém, embora seu corpo material se conserve impassível, seu corpo fluídico é acionado por essa ideia e a reproduz com todos os matizes. Ele executa fluidicamente o gesto, o ato que o indivíduo premeditou. Seu pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira se desenha, como num quadro, tal qual lhe está na mente. (2)

A força mental, responsável pelas criações fluídicas humanas, […] não é patrimônio de privilegiados. É propriedade vulgar de todas as criaturas, mas entendem-na e utilizam-na somente aqueles que a exercitam através de acuradas meditações. […] No fundo, é a energia plástica da mente que a acumula em si mesma, tomando-a ao fluido universal em que todas as correntes da vida se banham e se refazem, nos mais diversos reinos da natureza, dentro do Universo. Cada ser vivo é um transformador dessa força, segundo o potencial receptivo e irradiante que lhe diz respeito. (12) É assim que os mais secretos movimentos da alma repercutem no invólucro fluídico. É assim que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos corporais. Estes veem as impressões interiores que se refletem nos traços fisionômicos: a cólera, a alegria, a tristeza; a alma, porém, vê nos traços da alma os pensamentos que não se exteriorizam. (3)

Os Espíritos desencarnados manipulam os fluidos do plano espiritual, por intermédio do pensamento e da vontade. Formam aglomerações, conjuntos e diferentes edificações nas localidades onde vivem. Mudam-lhes as […] propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual. (5) Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento inconsciente. Basta que o Espírito pense uma coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma ária, para que esta repercuta na atmosfera. É assim, por exemplo, que um Espírito se faz visível a um encarnado que possua a vista psíquica, sob as aparências que tinha quando vivo na época em que o segundo o conheceu, embora haja ele tido, depois dessa época, muitas encarnações. Apresenta-se com o vestuário, os sinais exteriores — enfermidades, cicatrizes, membros amputados, etc. — que tinha então. Um decapitado se apresentará sem a cabeça. Não quer isso dizer que haja conservado essas aparências, certo que não, porquanto, como Espírito, ele não é coxo, nem maneta, nem zarolho, nem decapitado; o que se dá é que, retrocedendo o seu pensamento à época em que tinha tais defeitos, seu perispírito lhes toma instantaneamente as aparências, que deixam de existir logo que o mesmo pensamento cessa de agir naquele sentido. Se, pois, de uma vez ele foi negro e branco de outra, apresentar-se-á como branco ou negro, conforme a encarnação a que se refira a sua evocação e à que se transporte o seu pensamento. Por análogo efeito, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar. Um avarento manuseará ouro, um militar trará suas armas e seu uniforme, um fumante o seu cachimbo, um lavrador a sua charrua e seus bois, uma mulher velha a sua roca [ou outro objeto]. Para o Espírito, que é, também ele, fluídico, esses objetos fluídicos são tão reais, como o eram, no estado material, para o homem vivo [encarnado]; mas, pela razão de serem criações do pensamento, a existência deles é tão fugitiva quanto a deste. (6) (1)

Dessa forma, emitindo […] uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, ideia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir. É nessa projeção de forças, a determinarem o compulsório intercâmbio com todas as mentes encarnadas ou desencarnadas, que se nos movimenta o Espírito no mundo das formas-pensamento, construções substanciais na esfera da alma, que nos liberam o passo ou no-lo escravizam, na pauta do bem ou do mal de nossa escolha. (9)

As formas-pensamento são facilmente percebidas pelos desencarnados, mesmo em se tratando de Espírito moralmente inferior, que as utiliza nos processos obsessivos. As ações desses Espíritos nos atingem, visto que eles não têm qualquer dificuldade em reconhecer o teor dos nossos pensamentos: […] todos possuímos, além dos desejos imediatistas comuns, em qualquer fase da vida, um “desejo-central” ou “tema básico” dos interesses mais íntimos. Por isso, além dos pensamentos vulgares que nos aprisionam à experiência rotineira, emitimos com mais frequência os pensamentos que nascem do “desejo-central” que nos caracteriza, pensamentos estes que passam a constituir o reflexo dominante de nossa personalidade. Desse modo, é fácil conhecera natureza de qualquer pessoa, em qualquer plano, através das ocupações e posições em que prefira viver. Assim é que a crueldade é o reflexo do criminoso, a cobiça é o reflexo do usurário, a maledicência é o reflexo do caluniador, o escárnio é o reflexo do ironista e a irritação é o reflexo do desequilibrado, tanto quanto a elevação moral é o reflexo do santo… (10)

No caso das obsessões, afirma um terrível obsessor: Conhecido o reflexo da criatura que nos propomos retificar ou punir é, assim, muito fácil superalimentá-la com excitações constantes, robustecendo-lhe os impulsos e os quadros já existentes na imaginação e criando outros que se lhes superponham, nutrindo-lhe, dessa forma, a fixação mental. […] Através de semelhantes processos, criamos e mantemos facilmente o “delírio psíquico” ou a “obsessão”, que não passa de um estado anormal da mente, subjugada pelo excesso de suas próprias criações a pressionarem o campo sensorial, infinitamente acrescidas de influência direta ou indireta de outras mentes desencarnadas ou não, atraídas por seu próprio reflexo. (11)



 

ANEXO


Prece de Druso

(André Luiz)



Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 47 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo XIV, item 14, p. 282.

2. Idem - Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 36 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Primeira Parte, item: Fotografia e telegrafia do pensamento, p. 115.

3. Idem, ibidem - p. 115-116.

4. Idem, ibidem - p. 118.

5. Idem - Revista Espírita. Jornal de Estudos Psicológicos. Ano 1868. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Ano XI, junho de 1868, n.º 06, Item: Fotografia do pensamento, p. 239-240.

6. Idem, ibidem - p. 240.

7. Xavier, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Mecanismos da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 4 (Matéria Mental), item: Pensamento das criaturas, p. 48.

8. Idem - Item: Corpúsculos mentais, p. 49.

9. Id. - Item: Formas-pensamento, p. 52.

10. XAVIER, Francisco Cândido. Ação e Reação. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulo 8 (Preparativos para o Retorno), p. 135-136.

11. Idem, ibidem - p. 136.

12. Idem - Libertação. Pelo Espírito André Luiz. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 11 (Valiosa Experiência), p. 179-180.

13. Id. - Capítulo 17 (Assistência Fraternal), p. 275.

14. Idem - Nos Domínios da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulo 12 (Clarividência e Clariaudiência), p. 132.

15. Idem - Pensamento e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 14. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Prefácio (Pensamento e Vida), p. 10.

16. Id. - Capítulo 1 (O Espelho da Vida), p. 11-12.

17. Idem, ibidem - p. 13.


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