1. PENSAMENTO
DO CRIADOR. — Identificando o Fluido Elementar ou Hálito Divino
por base mantenedora de todas as associações da forma nos domínios inumeráveis
do Cosmo, 2 do qual
conhecemos o elétron como sendo um dos corpúsculos-base, nas organizações
e oscilações da matéria, 3
interpretaremos o Universo como um todo de forças dinâmicas, expressando
o Pensamento do Criador. 4
E superpondo-se-lhe à grandeza indevassável, encontraremos a matéria
mental que nos é própria, em agitação constante, plasmando as criações
temporárias, adstritas a nossa necessidade de progresso.
5 No macrocosmo e
no microcosmo, tateamos as manifestações da Eterna Sabedoria que mobiliza
agentes incontáveis para a estruturação de sistemas e formas, em variedade
infinita de graus e fases, 6
e entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande surge a inteligência
humana, dotada igualmente da faculdade de mentalizar e co-criar, empalmando,
para isso, os recursos intrínsecos à vida ambiente.
7 Nos fundamentos
da Criação vibra o pensamento imensurável do Criador 8
e sobre esse plasma divino vibra o pensamento mensurável da criatura
a constituir-se no vasto oceano de força mental em que os poderes do
Espírito se manifestam.
2. PENSAMENTO
DAS CRIATURAS. — Do Princípio Elementar, fluindo incessantemente
no campo cósmico, auscultamos, de modo imperfeito, as energias profundas
que produzem eletricidade e magnetismo, sem conseguir enquadrá-las em
exatas definições terrestres, 2
e, da matéria mental dos seres criados, estudamos o pensamento ou fluxo
energético do campo espiritual de cada um deles, 3
a se graduarem nos mais diversos tipos de onda, desde os raios super-ultra-curtos,
em que se exprimem as legiões angélicas, através de processos ainda
inacessíveis à nossa observação, 4
passando pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza
a mente humana, 5 até
as ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica, ainda em germe,
somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos.
6 Os Espíritos aperfeiçoados,
que conhecemos sob a designação de potências angélicas do Amor Divino,
operam no micro e no macrocosmo, em nome da Sabedoria Excelsa, 7
formando condições adequadas e multiformes à expansão, sustentação e
projeção da vida nas variadas Esferas da Natureza, 8
no encalço de aquisições celestiais que, por enquanto, estamos longe
de perceber. 9 A mente
dos homens, indiretamente controlada pelo comando superior, interfere
no acervo de recursos do Planeta, em particular, aprimorando-lhe os
recursos na direção do Plano angélico, 10
e a mente embrionária dos animais, influenciada pela direção humana,
hierarquiza-se em serviço nas regiões inferiores da Terra, no rumo das
conquistas da Humanidade.
3. CORPÚSCULOS
MENTAIS. — Como alicerce vivo de todas as realizações nos Planos
físico e extrafísico, encontramos o pensamento por agente essencial.
2 Entretanto, ele ainda
é matéria, — 3 a matéria
mental, em que as leis de formação das cargas magnéticas ou dos sistemas
atômicos prevalecem sob novo sentido, compondo o maravilhoso mar de
energia sutil em que todos nos achamos submersos 4
e no qual surpreendemos elementos que transcendem o sistema periódico
dos elementos químicos conhecidos no mundo. ( † )
5 Temos, ainda aqui,
as formações corpusculares, com bases nos sistemas atômicos em diferentes
condições vibratórias, n
6 considerando os átomos,
tanto no Plano físico, quanto no Plano mental, como associações de cargas
positivas e negativas.
7 Isso nos compele naturalmente
a denominar tais princípios de “núcleos, prótons, nêutrons, pósitrons,
elétrons ou fótons mentais”, n em vista da ausência de terminologia analógica
para estruturação mais segura de nossos apontamentos.
8 Assim é que o halo vital
ou aura de cada criatura permanece tecido de correntes atômicas sutis
dos pensamentos que lhe são próprios ou habituais, dentro de normas
que correspondem à lei dos “quanta de energia” e aos princípios da mecânica
ondulatória, que lhes imprimem frequência e cor peculiares.
9 Essas forças, em constantes
movimentos sincrônicos ou estado de agitação pelos impulsos da vontade,
estabelecem para cada pessoa uma onda mental própria.
4. MATÉRIA
MENTAL E MATÉRIA FÍSICA. — Em posição vulgar, acomodados às impressões
comuns da criatura humana normal, os átomos mentais inteiros, regularmente
excitados, na esfera dos pensamentos, produzirão ondas muito longas
ou de simples sustentação da individualidade, correspondendo à manutenção
de calor. 2 Se forem
os elétrons mentais, nas órbitas dos átomos da mesma natureza, a causa
da agitação, em estados menos comuns da mente, quais sejam os de atenção
ou tensão pacífica, em virtude de reflexão ou oração natural,
o campo dos pensamentos exprimir-se-á em ondas de comprimento médio
ou de aquisição de experiência, por parte da alma, correspondendo à
produção de luz interior. 3
E se a excitação nasce dos diminutos núcleos atômicos, em situações
extraordinárias da mente, quais sejam as emoções profundas, as dores
indizíveis, as laboriosas e aturadas concentrações de força mental ou
as súplicas aflitivas, o domínio dos pensamentos emitirá raios muito
curtos ou de imenso poder transformador do campo espiritual, teoricamente
semelhantes aos que se aproximam dos raios gama.
4 Assim considerando, a matéria
mental, embora em aspectos fundamentalmente diversos, obedece a princípios
idênticos àqueles que regem as associações atômicas, na Esfera física,
demonstrando a divina unidade de plano do Universo.
5. INDUÇÃO
MENTAL. — Recorrendo ao “campo” de Einstein, imaginemos a mente
humana no lugar da chama em atividade. 2
Assim como a intensidade de influência da chama diminui com a distância
do núcleo de energias em combustão, demonstrando fração cada vez menor,
sem nunca atingir a zero, a corrente mental se espraia, segundo o mesmo
princípio, não obstante a diferença de condições.
3 Essa corrente de partículas
mentais exterioriza-se de cada Espírito com qualidade de indução mental,
tanto maior quanto mais amplos se lhe evidenciem as faculdades de concentração
e o teor de persistência no rumo dos objetivos que demande.
4 Tanto quanto, no
domínio da energia elétrica, a indução significa o processo através
do qual um corpo que detenha propriedades eletromagnéticas pode transmiti-las
a outro corpo sem contato visível, 5
no reino dos poderes mentais a indução exprime processo idêntico, 6
porquanto a corrente mental é suscetível de reproduzir as suas próprias
peculiaridades em outra corrente mental que se lhe sintonize. 7
E tanto na eletricidade quanto no mentalismo, o fenômeno obedece à conjugação
de ondas, enquanto perdure a sustentação do fluxo energético.
8 Compreendemos assim,
perfeitamente, que a matéria mental é o instrumento sutil da vontade,
atuando nas formações da matéria física, 9
gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo
ou desespero, 10 que
não se reduzem efetivamente a abstrações, por representarem turbilhões
de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva,
atraindo para si mesma os agentes (por enquanto imponderáveis na Terra),
de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade.
6. FORMAS-PENSAMENTOS. — Pelos princípios mentais que influenciam em todas as direções, encontramos
a telementação e a reflexão comandando todos os fenômenos de associação,
2 desde o acasalamento
dos insetos até a comunhão dos Espíritos Superiores, cujo sistema de
aglutinação nos é, por agora, defeso ao conhecimento.
3 Emitindo uma ideia,
passamos a refletir as que se lhe assemelham, 4
ideia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente
à nossa insistência em sustentá-la, 5
mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que
nos esposem o modo de sentir.
6 É nessa projeção
de forças, a determinarem o compulsório intercâmbio com todas as mentes
encarnadas ou desencarnadas, que se nos movimenta o Espírito no mundo
das formas-pensamentos, 7
construções substanciais na Esfera da alma, que nos liberam o passo
ou no-lo escravizam, na pauta do bem ou do mal de nossa escolha. 8
Isso acontece porque, à maneira do homem que constrói estradas para
a sua própria expansão ou que talha algemas para si mesmo, a mente de
cada um, pelas correntes de matéria mental que exterioriza, eleva-se
a gradativa libertação no rumo dos Planos superiores ou estaciona nos
Planos inferiores, como quem traça vasto labirinto aos próprios pés.
André Luiz
[1] [NOTA: “Diferentes condições vibratórias.” Referência aos vários Planos Espirituais
que nos circundam, onde os mesmos elementos e energias, conhecidos ou
não, se fazem presentes. Tomemos como exemplo uma nota musical que pode
vibrar em escalas de diferentes tons em oitavas diferentes; assim também
vamos encontrar os elementos materiais e as energias, vamos dizer, em
“oitavas” diferentes, nos vários Planos Espirituais circunstantes. Vide Observação, no tema Matéria.]
[2] [No original: «núcleos, protões, neutrões, positrões, eletrões ou fotônios mentais». Vide nota de rodapé do capítulo 2.]