Roteiro 4
Magnetismo: conceito e aplicação
Objetivo Geral: Propiciar conhecimentos sobre os fluidos e o perispírito.
Objetivo Específico: Conceituar: magnetismo; fluido magnético; magnetizador; médium curador.
CONTEÚDO BÁSICO
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A palavra magnetismo tem origem no nome Magnésia, antiga cidade da Ásia Menor (Turquia, atualmente), onde existia um minério capaz de atrair o ferro, chamado magnetite, pedra-ímã, ou pedra-magnética. (12)
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Fluido magnético é a mesma coisa que fluido vital. Para uns o princípio vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz achando-se a matéria em dadas circunstâncias. Segundo outros, e esta é a ideia mais comum, ele reside em um fluido especial, universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz. Esse seria então o fluido vital que, na opinião de alguns, em nada difere do fluido elétrico animalizado, ao qual também se dão os nomes de fluido magnético, fluido nervoso, etc. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, introdução, item 2.
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Magnetizador é a pessoa que tem a capacidade de doar fluidos magnéticos a outrem. Médium curador é uma pessoa que pode […] curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. […] Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. Allan Kardec: O Livro dos Médiuns. Capítulo XIV, item 175.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
Desenvolvimento:
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Após a exposição, dividir a turma em grupos numerados de um a três. Pedir-lhes, então, que leiam os Subsídios, cabendo a cada equipe a leitura do item correspondente ao número a ela determinado.
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Terminada a leitura, solicitar aos grupos que procedam à troca de ideias sobre o assunto lido.
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Em seguida, entregar-lhes um roteiro para a realização das seguintes atividades:
a) elaboração de resumo escrito, contendo as principais ideias sobre o assunto discutido;
b) escolha de relator para apresentar o resumo aos demais grupos, de acordo com os passos seguintes:
— Rodízio dos relatores, após o sinal dado pelo monitor, segundo esta ordenação: 1-2; 2-3; 3-1;
— O relator fala, rapidamente, aos novos colegas sobre o assunto estudado no grupo onde se encontrava anteriormente; apresenta o resumo que foi elaborado; colhe sugestões para incorporação no resumo apresentado, registrando-as objetivamente;
— Rodízio subsequente dos relatores e repetição do procedimento anterior, até que cada relator retorne ao seu grupo de origem;
— Apresentação, em plenária, do resumo original acrescido das ideias dos grupos.
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Ouvir os relatos, fazendo possíveis ajustes nos resumos apresentados, e esclarecendo dúvidas.
Conclusão:
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Comentar rapidamente as seguintes palavras de Allan Kardec: “O magnetismo preparou o caminho do Espiritismo, e os rápidos progressos do Espiritismo se devem à vulgarização das ideias acerca do magnetismo. Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas, não há senão um passo; sua conexão é tal, que é, por assim dizer, impossível falar de um sem falar de outro” (Revista Espírita de março de 1858).
Avaliação:
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
1. Magnetismo: Conceito e Aplicação
1.1 Magnetismo
Trata-se de uma propriedade da matéria, presente em algumas substâncias. O nome “magnetismo” vem de Magnésia, cidade da Ásia Menor (atual Turquia), onde existia um minério chamado magnetite, conhecido como pedra-ímã ou pedra magnética, e que possuía a propriedade de atrair objetos ferrosos. O magnetismo, conhecido pelos chineses desde a Antiguidade, era por eles aplicado nas bússolas que usavam em seus deslocamentos, já que as agulhas magnéticas sempre se orientam no sentido do eixo terrestre Norte-Sul-Magnético, que é próximo do eixo terrestre Norte-Sul-Geográfico. (12)
Possuímos, na Terra, as chamadas substâncias magnéticas naturais e ainda aquelas que podem adquirir semelhantes qualidades artificialmente, como sejam mais destacadamente o ferro, o aço, o cobalto, o níquel e as ligas que lhes dizem respeito, merecendo especial menção o ferro doce, que mantém a imanização apenas no curso de tempo em que se acha submetido à ação magnetizante, e o aço temperado, que se demora imanizado por mais tempo, depois de cessada a ação referida, em vista de reter a imanização remanente. (10)
O Espiritismo nos esclarece que o magnetismo é um fluido, ou energia radiante, originário do fluido cósmico universal. Sob forma de princípio vital, o fluido magnético é também chamado de fluido elétrico, animalizado ou fluido nervoso. (2) na verdade, o fluido vital, magnético ou animalizado, é um fluido intermediário existente entre o Espírito, propriamente dito, e a matéria. (3)
Sobre o magnetismo, nos esclarece o Espírito Emmanuel: O magnetismo é um fenômeno da vida, por constituir manifestação natural em todos os seres. Se a ciência do mundo já atingiu o campo de equações notáveis nas experiências relativas ao assunto, provando a generalidade e a delicadeza dos fenômenos magnéticos, deveis compreender que as exteriorizações dessa natureza, nas relações entre os dois mundos, são sempre mais elevadas e sutis, em virtude de serem, aí, uma expressão de vida superior. (11)
O magnetismo se expressa de diferentes formas: há o fluido animal, o espiritual, o vegetal, o mineral etc. Sendo assim, no Codificador do Espiritismo: A vontade desenvolve o fluido, seja animal, seja espiritual, porque, como sabeis agora, há vários gêneros de magnetismo, em cujo número estão o magnetismo animal e o magnetismo espiritual que, conforme a ocorrência, pode pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus. (5)
1.2 Fluido magnético
Fluido magnético é a mesma coisa que fluido vital. Para uns o princípio vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz achando-se a matéria em dadas circunstâncias. Segundo outros, e esta é a ideia mais comum, ele reside em um fluido especial, universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz. Esse seria então o fluido vital que, na opinião de alguns, em nada difere do fluido elétrico animalizado, ao qual também se dão os nomes de fluido magnético, fluido nervoso, etc. (2) Reconhecendo-se a capacidade do fluido magnético para que as criaturas se influenciem reciprocamente, com muito mais amplitude e eficiência atuará ele sobre as entidades celulares do Estado Orgânico — particularmente as sanguíneas e as histiocitárias [grandes fagócitos existentes nos tecidos corporais] — , determinando-lhes o nível satisfatório, a migração ou a extrema mobilidade, a fabricação de anticorpos ou, ainda, a improvisação de outros recursos combativos e imunológicos, na defesa contra as invasões bacterianas e na redução ou extinção de processos patogênicos, por intermédio de ordens automáticas da consciência profunda [Espírito]. (9)
O fluido magnético […], condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. (1) Dessa forma, a energia magnética transmitida por alguém atua no perispírito do beneficiário e, daí, chega ao corpo físico. Os princípios reparadores penetram o perispírito e o corpo físico, passando por vias específicas que o Espírito André Luiz denomina “centros de força” (ou chacras da terminologia oriental). O nosso perispírito possui sete centros de força principais, que se conjugam nas ramificações dos plexos do sistema nervoso. Os principais centros de força são: coronário, cerebral, laríngeo, cardíaco, esplênico, gástrico e genésico.
O fluido magnético […] age de certo modo como agente químico, modificando o estado molecular dos corpos; nada há, pois, de admirável que possa modificar o estado de certos órgãos; mas igualmente se compreende que sua ação, mais ou menos salutar, deve depender de sua qualidade; daí as expressões “bom ou mau fluido; fluido agradável ou penoso”. Na ação magnética propriamente dita, é o fluido pessoal do magnetizador que é transmitido, e esse fluido, que não é senão o perispírito, sabe-se que participa sempre, mais ou menos, das qualidades materiais do corpo, ao mesmo tempo que sofre influência moral do Espírito. É, pois, impossível que o fluido próprio do encarnado seja uma pureza absoluta, razão por que sua ação curativa é lenta, por vezes nula, por vezes nociva, porque pode transmitir ao doente princípios mórbidos. (6)
1.3 Magnetizador e médium curador
Magnetizador é uma pessoa que, manipulando o fluido magnético, produz efeitos mais ou menos patentes. Em geral, o magnetizador, propriamente dito, é considerado sinônimo de médium curador, porque ambos são pessoas capazes de veicular fluidos vitais. Entretanto há diferenças fundamentais, entre um e outro, segundo a concepção espírita. Pelo fato de um fluido ser bastante abundante e enérgico para produzir efeitos instantâneos de sono, de catalepsia, de atração ou de repulsão, não se segue absolutamente que tenha as necessárias qualidades para curar; é a força que derruba, e não o bálsamo que suaviza e restaura; assim, há Espíritos desencarnados de ordem inferior, cujo fluido pode mesmo ser maléfico, o que os espíritas a todo instante têm ocasião de constatar. Só nos Espíritos superiores o fluido perispiritual está despojado de todas as impurezas da matéria; está, de certo modo, quintessenciado; por conseguinte, sua ação deve ser mais salutar e mais imediata; é o fluido benfazejo por excelência. Visto que não pode ser encontrado entre os encarnados, nem entre os desencarnados vulgares, faz-se mister pedi-lo aos Espíritos elevados, como se vai procurar nas regiões distantes os remédios que não encontramos em nossa terra. O médium curador pouco emite de seu próprio fluido; sente a corrente do fluido estranho que o penetra e ao qual serve de “conduto”; é esse fluido que magnetiza, e aí caracteriza o magnetismo espiritual e o distingue do magnetismo animal: um vem do homem; o outro, dos Espíritos. (7) Entre o magnetizador e o médium curador há, pois, esta diferença capital: o primeiro magnetiza com o seu próprio fluido, e o segundo com o fluido depurado dos Espíritos; donde se segue que estes últimos dão o seu concurso a quem querem e quando querem; que podem recusá-lo e, por conseguinte, tirar a faculdade daquele que dela abusasse ou a desviasse de seu fim humanitário e caritativo, para dela fazer comércio. Quando Jesus disse aos apóstolos: “Ide! Expulsai os demônios, curai os enfermos”, acrescentou: “Daí de graça o que de graça recebestes”. (8)
Existindo no homem em diferentes graus de desenvolvimento, em todas as épocas a vontade tem servido tanto para curar quanto para aliviar. É lamentável sermos obrigados a constatar que, também, foi fonte de muitos males, mas é uma das consequências do abuso que, muitas vezes, o ser faz do livre-arbítrio. (5) Os médiuns curadores possuem um gênero de mediunidade que […] consiste, principalmente no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. […] Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico; no caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação. (4)
ANEXO
(André Luiz)
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 47. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo XIV, item 31, p. 294-295.
2. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Introdução II, p. 15.
3. Id. - Questão 65, p. 75.
4. Idem - O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 74. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo XIV, item 175, p. 217.
5. Idem - Revista Espírita. Jornal de Estudos Psicológicos. Ano 1864. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Ano VII, janeiro de 1864, n.º 01, item: Médiuns curadores, p.21.
6. Idem, ibidem - p. 22-23.
7. Idem, ibidem - p. 23.
8. Idem, ibidem - p. 24.
9. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Evolução em Dois Mundos. Pelo Espírito André Luiz. 23. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Segunda parte, Capítulo 15 (Passe Magnético), p. 255.
10. Idem - Mecanismos da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 8 (Mediunidade e Eletromagnetismo), item: Campo magnético essencial, p. 75.
11. XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005, questão 26, p.34.
12. Http://geocities.yahoo.com.br/jcc5000/oqueemagnetismo.htm.