Saul, [perguntou a ( Deus)]. †
O primeiro rei de Israel, filho de Quis, um Benjamita. O profeta Samuel envelheceu; seus filhos mostraram por sua conduta que eles não possuíam seu caráter vertical, e não puderam continuar seu trabalho; e as nações circundantes estavam evidentemente prontas para hostilizar e oprimir Israel (1 Sm 8.1, 3, 20; 12.12). Os anciões de Israel consequentemente vieram a Samuel e demandaram que a forma de governo devia ser mudada, e que um rei visível deveria ser fixado sobre eles, de forma que eles poderiam ser como as nações bem organizadas superior a eles, e tivessem um que poderia levá-los a vitória sobre seus inimigos (8. 4, 5, 19, 20). Embora essa última organização dos hebreus como um reino, com um monarca terrestre representante de Jeová, tinha sido longamente contemplada (Gn 17.6-16; 35.11; Dt 17.14-20), ainda o espírito do povo em demandar um rei nesta crise era irreligiosa. Eles perderam a fé permanente em Deus, sem a qual o governo de Jeová como rei teocrático era impossível. Eles estavam convertendo a fé no Deus invisível para pôr confiança em um rei visível. Por direção divina Samuel informou os anciões o que o povo teria que suportar de um rei, mas, em se persistindo sua demanda, ele prometeu fazer como eles desejavam e despediram-se.
Elevação de Saul ao trono. Por este tempo os asnos de Quis, um Benjamita, perdeu-se, e seu filho Saul foi enviado para buscá-los. Saul era no momento um homem jovem, talvez com trinta e cinco anos de idade, e ele era destacado, tendo ombros mais altos que quaisquer das pessoas; não achando os asnos depois de procurá-los por três dias, já estava para desistir da empreitada e retornar para sua casa. Seu empregado, porém, sugeriu esforço adicional. As pessoas de quem o empregado havia investigado relativamente aos asnos provavelmente disseram a ele que existia um homem de Deus na cidade vizinha e que poderia dar as informações desejadas, e ele persuadiu Saul ir a ele. O homem de Deus era Samuel, que foi informado por Deus para esperar um Benjamita e o ungir príncipe sobre Israel. Saul e sua família em Gibeá conheciam Samuel apenas por referência (1 Sm 10.1-16), mas Saul parecia nunca tê-lo encontrado anteriormente e não ter entendido que Samuel era o homem de Deus de quem as pessoas falavam. Ele se refere a ele como o homem (9. 7), e ao encontrá-lo na porta da cidade não sabia ser Samuel (9.18, 19) que lhe informou que os asnos tinham sido recuperados, participou-lhe que iria ser escolhido rei, e o poria no lugar de honra no banquete sacrificial que ele estava para celebrar. Na manhã seguinte, como o convidado estava deixando a cidade, o profeta tomou um frasco de óleo, despejando-o em sua cabeça e tendo-o beijado, disse: “Eis-aqui te ungiu o Senhor por príncipe sobre a sua herança” e intimou-lhe não revelar o segredo, ir a Gilgal no tempo adequado e permanecer lá sete dias, até que ele próprio fosse e oferecesse sacrifício dando-lhe instruções (9.20 até cap. 10. 16). Samuel logo chamou o povo para Mispa. A escolha pertenceria a Deus; as sortes foram lançadas, e Saul foi escolhido. Mas ele se escondeu. Quando foi trazido de seu lugar e esteve à frente acima da multidão, ele foi recebido com entusiasmo. Deus selecionou um homem de aparência boa a fim de ganhar a admiração e confiança de todos os Israelitas, e um homem da tribo de Benjamin, que situava-se entre Efraim e Judá, a fim de satisfazer ambos, os do norte e do sul. Samuel entregou a escolha a Deus a fim de assegurar a submissão dos homens religiosos para com o rei. Uma grande companhia de homens obediente a Deus levou Saul escoltado para sua casa; mas certos homens de Belial, não obstante, estavam insatisfeitos, e Saul retirou-se para a vida privada até que os ciúmes particulares fossem superados. Ele dedicou-se aos campos de cultivo de seu pai. Um mês mais tarde (10.27) a cidade de Jabes em Gileade foi cercada e sitiada pelos Amonitas. A pedido dos cidadãos, o sitiadores desdenhosamente concederam uma trégua de sete dias para que os habitantes pudessem invocar a ajuda de seus compatriotas da mesma categoria. Os mensageiros, ou alguns deles, vieram para Gebas com sua triste história. Saul ouviu isto quando ele retornava para o campo. O Espírito de Deus o agitou. Ele enviou convocação às tribos e a Samuel para segui-lo no salvamento de seus irmãos expostos. Jabes foi aliviada. O povo perguntou onde estavam aqueles que haviam recusado reconhecer Saul como rei, e levaram Saul para Gilgal, o lugar mais próximo para um sacrifício habitual, onde ele foi introduzido no escritório de Samuel que anunciou sua renúncia como juiz (11.1 até cap. 12. 25). Veja Os Livros de Samuel.
Reinado de Saul. A idade de Saul quando ele começou a reinar é desconhecida, como o texto hebreu de 1 Sm 13.1 é defeituoso, o número foi omitido. O número trinta é derivado da Septuaginta. Ele era de qualquer modo velho o suficiente para ser capaz de manter um comando militar estabelecido com um pequeno exército de 3000 homens; 2000 destes estavam com ele em Micmás e Bethel, e 1000 ficaram estacionados com Jonathan em Gibeá (13.2). Jonathan golpeou uma guarnição Filisteia em Gibeá (3). Os Filisteus ouvindo isto, avançaram sobre os Israelitas em abominação. Os Israelitas, sabendo do perigo, responderam à convocação de Saul para ajuntarem-se em Gilgal (3, 4), onde Samuel prometeu entrar nesta emergência e pedir o favor do Senhor (8, 11, 12; 10.8). Um exército Filisteu avançou no terreno de Israel e estacionou em Micmás. Grande medo se apoderou dos Israelitas, Samuel intencionalmente tardou aparecer, o povo começou a fugir e deixar o rei, e uma descida dos Filisteus sobre Saul com suas forças enfraquecidas parecia iminente (13.8, 11, 12); e então Saul decidiu fazer um sacrifício. Mas Samuel veio, reprovando o rei por transgredir as ordens de Deus (10.8), e declarou que Saul por causa de sua desobediência não devia achar uma dinastia (13.9-14). Samuel foi a Gibeá, onde estaria próximo ao rei (15). Saul e Jonathan tomaram posição em Gibeá de Benjamin, enquanto os Filisteus deitavam acampamento em Micmás. Por um feito de valor, Jonathan começou um pânico na guarnição dos Filisteus, que se espalhou no acampamento deixando-o desprotegido. Saul aproveitou-se disto, e assegurou uma vitória (13.15 até cap. 14. 46). Depois Samuel dirigiu Saul a empreender uma guerra de exterminação contra os Amalequitas. Saul empreendeu a guerra, mas ele reservou o despojo do gado para sacrificar ao Senhor em Gilgal, e também poupou a vida do rei. Por este segundo ato de desobediência, pelo qual mentindo, mostrou que não podia merecer a confiança de agir como instrumento de Deus, mas desejando afirmar sua própria vontade no reino, ele foi rejeitado de ser rei (15.1-35); veja Livros de Samuel 1º e 2º. Então, Samuel foi enviado para Belém untar rei a David (16.1-13). O Espírito do Senhor agora tendo passado de Saul, ele começou a ser atormentado por um Espírito do mal. Um harpista foi exigido para encantar sua loucura melancólica, e David foi selecionado para desincumbir-se desse encargo (14-23). As aclamações que o povo fez ao jovem filho de Jessé, dando-lhe boas-vindas ao retornar de sua grande vitória sobre Golias causou ciúmes em Saul, tão excitado ficou que em breve o herói era um fugitivo, procurado com fúria inexorável pelo monarca agora vingativo (cap. 17 a 30). Afinal o fim veio. Os Filisteus, invadiram o território Israelita em Suném. Trabalhando com afinco, próximo ao vale de Jezrael, Saul, seguiu a dar-lhe batalha, estabelecendo sua sede no declive do monte Gilboé. Os pressentimentos tristes de seu destino aborreciam-no, ele foi uma noite viajando bem perto do acampamento Filisteu, para En-dor, onde vivia uma mulher que era reputada por ter o poder de comunicar-se com os mortos, e lá ele foi informado que ele e seus filhos deveriam perecer no dia seguinte (28.1-25). Chegou o dia, e a batalha começou. Os arqueiros Filisteus fizeram grande execução nas linhas Israelitas. Eles mataram três dos filhos de Saul, inclusive o primogênito, o destemido e heroico Jonathan. Eles deixaram Saul seriamente ferido, e ele chamou pelo seu escudeiro para o atravessar. O jovem recusou a responsabilidade, ao que o monarca caiu sobre sua espada e morreu. Os Filisteus vitoriosos, achando seu cadáver, dividiram o corpo do chefe e juntando-o posteriormente com os corpos de seus filhos, penduraram-nos nas paredes de Betsã, enquanto eles enviaram sua armadura para ser mantido como um troféu no templo de Astarote. Os homens de Jabes de Gileade, a quem Saul salvou no início de seu reinado, sentindo gratidão por sua libertação, cruzaram o Jordão de noite para Betsã, tirando os corpos e dando-lhes honrada sepultura, enquanto que David lamentava em melancólica poesia o destino do ungido do Senhor e o do amado Jonathan (31; 2 Sm 1). O término do reinado de Saul não é declarado no V. T., mas ambos, Paulo e Josefo, podem atribuí-lo em quarenta anos (At 13.21; Antig. 6.14, 9).
Saul e a mulher de En-Dor. O homem velho coberto com uma bata, que figura na entrevista entre a mulher de En-dor e Saul (1 Sm 28.3-19), foi explicado de três modos diferentes: Ele era um cúmplice da mulher, e quando ele apareceu ela articulou um grito alto, e ela pronunciou o nome do homem que veio buscar sua ajuda, Saul. O grito alto era seu truque habitual. Ela soube de antemão que o rei estava no bairro, e havia descoberto que sua visita era ele, por sua estatura alta, seu porte, suas palavras e na maneira de seus assistentes. n Ou então a aparição era um Espírito, bastante inesperado para ela, em que ela articulou um grito alto, porque ela estava realmente surpreendida. Essa aparição inesperada, era qualquer um, o diabo, como Lutero e Calvino creram, e como aqueles que entendem que certos fenômenos de feitiçaria antiga e do espiritualismo moderno são devido a atuação satânica; ou então Samuel, reaparecendo como fez Moisés e Elias no monte da Transfiguração (1 Cr 10.13; Ecclus 46. 20), e assim pensam a maior parte dos intérpretes evangélicos desde a Reforma. A base para a opinião de que Samuel apareceu é que o narrador se refere à pessoa como se ele fosse Samuel (1 Sm 28.14, 15, 16, 20), e que as palavras faladas por ele foram cumpridas. O registrador bíblico simplesmente descreve o que aconteceu. É para ser notado que a mulher era uma transgressora da lei, e também estava condenada pela religião de Jeová. Além disso, ela só viu a aparição, e ela descreveu o aparecimento vagamente - um homem velho subindo da Terra e coberto com uma bata. - Esta descrição se aplicaria a qualquer pessoa de idade, mas Saul concluiu que Samuel realmente apareceu. As palavras que foram articuladas pela figurante, corajosamente prevê o futuro como faz uma cartomante, ou então predisse com pleno conhecimento. Suas palavras realizaram-se, mas elas estavam em parte cumpridas pelo próprio ato deliberado de Saul. Se Samuel apareceu mesmo, então esta é a instância exclusiva registrada na Escritura onde o Espírito de um santo trespassado retornou a Terra e conversou com os homens, desde o caso que não é análogo, do aparecimento de Moisés e Elias em conversação com o Cristo transfigurado. Além disso, seria estranho, realmente, se Deus, depois de recusar responder a Saul por sonhos ou por profetas, devia fazer aparecer seu servo Samuel, e especialmente se ele devia aparecer em uma entrevista estritamente proibida por Deus, e por meio de uma mulher que era condenada semelhantemente pela lei terrestre e pela lei divina (Ex 22.18; Lv 20.27; Dt 18.10-14; 1 Sm 28.3, 9; 1 Cr 10.13). — (Dicionário da Bíblia de John D. Davis) ©
[1] [Em 1 Sm 28.8 fala que Saul disfarçou-se vestindo outras roupas e se fez acompanhar por apenas dois homens.]