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Judas



Judas de Galileia.Judas Iscariotes. Judas, o apóstolo Tadeu.Judas, o irmão do Senhor. Judas, o Barsabás.


JUDAS. — Genitivo Juda, forma grega do substantivo próprio hebraico Judá.


Judas de Galileia.


 Judas da Galileia nos dias do recenseamento levantou uma revolta, mas pereceu; e todos aqueles que o obedeceram foram dispersos no estrangeiro (At 5.37; cp. Lc 2.2). Josefo denomina-o várias vezes galileu, mas uma só vez gaulonita, da cidade de Gamala, dizendo que era de Gaulonitis, a leste do Jordão. Parece que, com o apoio de um fariseu chamado Saduque, Judas imbuiu seus compatriotas com a crença de que o recenseamento sob Quirinio era o início de sua redução a um estado de escravidão. Ele fundou uma seita filosófica cuja doutrina principal era que seu único governador e senhor era Deus (Antig. 18.1,1 e 6; Guer. 2,1). Josefo declara que Judas teve sucesso em fazer que alguns judeus se revoltassem, e sugere, mas não menciona diretamente, que ele perdeu sua vida. No entanto, declara expressamente que seus filhos foram mortos (Antig. 20.5, 2). A consequência indireta desta tentativa foi o crescimento do partido de fanáticos, que em grande parte contribuiu para as perturbações que provocaram a guerra Judia de A. D. 66-70.


Judas Iscariotes.


Filho de Simão Iscariotes (Jo 6.71), e o apóstolo que traiu seu divino Senhor, fazendo isso com um beijo. Pelo sobrenome Iscariotes ele se distingue de outro dos doze também denominado Judas (Lc 6.16; Jo 14.22). Seu sobrenome provavelmente queria dizer que veio originalmente de Kerioth, e portanto pode indicar que ele não era um galileu. A julgar pelo seu caráter, ele seguiu Jesus porque provavelmente esperava tirar vantagens materiais do estabelecimento do Reino do Cristo. Jesus, sem nomear a ninguém, cedo se referiu ao ato futuro da traição que um dos doze cometeria (Jo 6.70). Judas era designado para guardar a sacola, mas cedeu à desonestidade, e se apropriava de parte do dinheiro para si. Quando Maria de Betânia em seu afeto por Jesus quebrou a redoma de alabastro, que continha precioso unguento, ungindo-o, Judas em seu nome e dos outros denunciou o que ele considerava uma extravagância; não que se preocupasse com os pobres, mas porque desejava que o preço do unguento fosse posto na sacola, de onde ele poderia beneficiar-se como antes (Jo 12.5,6). Jesus delicadamente reprovou-o; mas a repreensão despertou seu ressentimento, e ele foi aos principais sacerdotes oferecendo-se para entregar Jesus a eles por um preço. Concordaram com ele em trinta peças de prata, cerca de 20 dólares, preço costumeiro por um escravo. Daí em diante Judas procurou uma oportunidade de entregar Jesus a eles (Mt 26.14-16; Mc 14.10-11; Ex 21.32). Na ceia pascal Jesus, a fim de executar sua intenção de ser crucificado na festa, apontou o traidor. O demônio já tinha posto no coração de Judas a determinação de trair seu Mestre (Jo 13.2). Quando Jesus solenemente disse: “Um de vós me há de entregar” cada discípulo perguntou, “Porventura sou eu, Senhor?” Pedro gesticulou a João para pedir que o Cristo dissesse quem era. Jesus respondeu enigmaticamente que era um daqueles que com ele levavam a mão ao prato (Mt 26.23; Mc 14.20), um a quem ele daria pão molhado (Jo 13.26): em outras palavras, o próprio amigo familiar, um que comeu o pão com ele (13.18; Sl 41.9). Jesus e Judas, parece, estavam mergulhando juntos a mão no prato; e Jesus tomando o pão molhado que segurava em sua mão, deu-o a Judas (Jo 13.26). Após o bocado Satanás entrou em Judas (27). Ele também perguntou: “Sou eu Rabino?” E Jesus respondeu: “Tu o disseste”, o que equivale a dizer: “Sim” (Mt 26.21-25). Mesmo assim os discípulos não souberam o que Jesus quis dizer, e quando adicionou: “O que fazes, faze-o depressa”, supuseram que isto fosse uma orientação para que o tesoureiro não perdesse nenhum tempo em comprar alguns artigos de que eles tinham necessidade. O traidor foi imediatamente aos principais sacerdotes. É provável que Judas não estava na instituição do sacramento. Ele estava presente na ceia, e participou dela com os doze (Mt 26.20); mas ele saiu logo depois de receber o pão molhado (Jo 13.30), e a Eucaristia foi depois da ceia (Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.19,20). Lucas narrando os acontecimentos do jantar, muda a ordem real deles para poder colocar em contraste o espírito do Cristo e o espírito dos discípulos (Lc 22.15-24). Depois da partida de Judas o tom da conversa de Jesus mudou. Quando a ceia havia acabado ele levou os onze ao jardim de Getsêmani. Para lá foi Judas com os principais sacerdotes e anciões, acompanhados por uma grande multidão com espadas e varapaus. De acordo com um sinal que tinha sido previamente combinado, para indicar Jesus aos soldados, Judas avançou até Jesus cumprimentando-o com um beijo, e Jesus foi preso (Mt 26.47-50). Na manhã seguinte, quando Judas, agora mais calmo, viu que Jesus havia sido condenado, e provavelmente seria posto à morte, ele despertou para a enormidade da sua culpa, e foi aos principais sacerdotes com a confissão: “Pequei, traindo sangue inocente” e ofereceu devolver o dinheiro. Sua consciência não era tão empedernida como a dos principais sacerdotes, que, tendo seduzido o apóstolo ao erro, no seu grande pecado, então virando as costas para ele disseram: “A nós que nos importa? Isto é lá contigo.” Ao que ele lançou as peças de prata no templo, e saindo dependurou-se ( Mt 27.3-5), caindo pesadamente rebentou-se ao meio, e todo o seu intestino derramou-se para fora (At 1.18). O Salmo 109, dirigido principalmente a algum contemporâneo do escritor, encontrou sua realização em Judas (Sl 109.8; At 1.20). Mas nenhuma coação celestial compeliu o filho da perdição (Jo 17.12) cumprir seu destino. Nem era ele um suplicante, recusou a clemência que ele não pediu.  † 


Vide mais informações sobre Judas Iscariotes no Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita.


Judas, o Apóstolo Tadeu.


Um dos doze apóstolos, cuidadosamente distinguido de Judas Iscariotes (Jo 14.22). Era filho ou talvez irmão de Tiago (Lc 6.16; At 1.13). Foi também chamado Tadeu, porque este nome é encontrado em outras listas no lugar que corresponde a ele (Mt 10.3; Mc 3.18). O texto recebido de Mt 10.3 tem “Lebeu, cujo sobrenome era Tadeu.” Crê-se que estes dois sobrenomes querem dizer a mesma coisa: Lebeu vem do hebraico e do aramaico leb, coração, e Tadeu deriva-se do aramaico thad, que quer dizer seio de mãe, significando, ambos, um filho amado.  † 


Vide mais informações sobre Judas Tadeu no Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita.


Judas, o irmão do Senhor.


Um dos quatro irmãos do Senhor (Mt 13.55; Mc 6.16), e provavelmente o autor da Epístola de S. Judas.


Judas, cognominado Barsabás.


Era um dos principais homens na igreja de Jerusalém, e foi escolhido com Silas para acompanhar Barnabé e Paulo a Antioquia, levando a carta do conselho em Jerusalém às igrejas da Síria e Cilícia. Possuía dons proféticos. Sua história subsequente é desconhecida (At 15.22, 27, 32). Tem o mesmo sobrenome que o discípulo José, que foi proposto para o apostolado, e era provavelmente seu irmão (At 1.23).  †  — (Dicionário da Bíblia de John D. Davis©


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