1. PRIMÓRDIOS
DA VIDA. — Procurando fixar ideias seguras acerca do corpo espiritual,
será preciso remontarmos, de algum modo, aos primórdios da vida na Terra,
quando mal cessavam as convulsões telúricas, pelas quais os Ministros
Angélicos da Sabedoria Divina, com a supervisão do Cristo de Deus, lançaram
os fundamentos da vida no corpo ciclópico do Planeta.
2 A matéria elementar,
de que o elétron é um dos corpúsculos-base, n na faixa de experiência evolutiva
sob nossa análise, acumulada sobre si mesma, ao sopro criador da Eterna
Inteligência, dera nascimento à Província Terrestre, no Estado Solar
a que pertencemos, cujos fenômenos de formação original não conseguimos
por agora abordar em sua mais íntima estrutura.
3 A imensa fornalha atômica
estava habilitada a receber as sementes da vida e, sob o impulso dos
Gênios Construtores, que operavam no orbe nascituro, vemos o seio da
Terra recoberto de mares mornos, invadido por gigantesca massa viscosa
a espraiar-se no colo da paisagem primitiva.
4 Dessa geleia cósmica, verte
o princípio inteligente, em suas primeiras manifestações…
5 Trabalhadas, no transcurso
de milênios, pelos operários espirituais que lhes magnetizam os valores,
permutando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior,
as mônadas celestes exprimem-se no mundo através da rede filamentosa
do protoplasma de que se lhes derivaria a existência organizada no Globo
constituído.
6 Séculos de atividade silenciosa
perpassam, sucessivos…
2. NASCIMENTO
DO REINO VEGETAL. — Aparecem os vírus e, com eles, surge o campo
primacial da existência, formado por nucleoproteínas o globulinas, oferecendo
clima adequado aos princípios inteligentes ou mônadas fundamentais,
que se destacam da substância viva, por centros microscópicos de força
positiva, estimulando a divisão cariocinética.
2 Evidenciam-se, desde então,
as bactérias rudimentares, cujas espécies se perderam nos alicerces
profundos da evolução, lavrando os minerais na construção do solo, dividindo-se
por raças e grupos numerosos, plasmando, pela reprodução assexuada,
as células primevas, que se responsabilizariam pelas eclosões do reino
vegetal em seu início.
3 Milênios e milênios chegam
e passam…
3. FORMAÇÃO DAS ALGAS. — Sustentado pelos recursos da vida que na bactéria e na célula se constituem do líquido protoplásmico, o princípio inteligente nutre-se agora na clorofila, que revela um átomo de magnésio em cada molécula, precedendo a constituição do sangue de que se alimentará no reino animal.
2 O tempo age sem pressa,
em vagarosa movimentação no berço da Humanidade, e aparecem as algas
nadadoras, quase invisíveis, com as suas caudas flexuosas, circulando
no corpo das águas, vestidas em membranas celulósicas, e mantendo-se
à custa de resíduos minerais, dotadas de extrema motilidade e sensibilidade,
como formas monocelulares em que a mônada já evoluída se ergue a estágio
superior.
3 Todavia, são plantas ainda
e que até hoje persistem na Terra, como filtros de evolução primária
dos princípios inteligentes em constante expansão, mas plantas superevolvidas
nos domínios da sensação e do instinto embrionário, guardando o magnésio
da clorofila como atestado da espécie.
4 Sucedendo-as, por ordem,
emergem as algas verdes de feição pluricelular, com novo núcleo a salientar-se,
inaugurando a reprodução sexuada e estabelecendo vigorosos embates nos
quais a morte comparece, na esfera de luta, provocando metamorfoses
contínuas, que perdurarão, no decurso das eras, em dinamismo profundo,
mantendo a edificação das formas do porvir.
4. DOS
ARTRÓPODOS AOS DROMATÉRIOS E ANFITÉRIOS. — Mais tarde, assinalamos
o ingresso da mônada, a que nos referimos, nos domínios dos artrópodos,
de exosqueleto quitinoso, cujo sangue diferenciado acusa um átomo de
cobre em sua estrutura molecular, 2
para, em seguida, surpreende-la, guindada à condição de crisálida da
consciência, no reino dos animais superiores, 3
em cujo sangue, — condensação das forças que alimentam o veículo da inteligência
no império da alma, — detém a hemoglobina por pigmento básico, 4
demonstrando o parentesco inalienável das individuações do Espírito,
nas mutações da forma que atende ao progresso incessante da Criação
Divina.
5 Das cristalizações atômicas
e dos minerais, dos vírus e do protoplasma, das bactérias e das amebas,
das algas e dos vegetais do período pré-câmbrico aos fetos e às licopodiáceas,
aos trilobites e cistídeos aos cefalópodes, foraminíferos e radiolários
dos terrenos silurianos, o princípio espiritual atingiu espongiários
e celenterados da era paleozoica, esboçando a estrutura esquelética.
6 Avançando pelos equinodermos
e crustáceos, entre os quais ensaiou, durante milênios, o sistema vascular
e o sistema nervoso, caminhou na direção dos ganóides e teleósteos,
arquegossauros e labirintodontes para culminar nos grandes lacertinos
e nas aves estranhas, descendentes dos pterossáurios, no jurássico superior,
chegando à época supracretácea para entrar na classe dos primeiros mamíferos,
procedentes dos répteis teromorfos.
7 Viajando sempre, adquire
entre os dromatérios e anfitérios os rudimentos das reações psicológicas
superiores, incorporando as conquistas do instinto e da inteligência.
5. FAIXAS
INAUGURAIS DA RAZÃO. — Estagiando nos marsupiais e cetáceos do
eoceno médio, nos rinocerotídeos, cervídeos, antilopídeos, equídeos,
canídeos, proboscídeos e antropóides inferiores do mioceno e exteriorizando-se
nos mamíferos mais nobres do plioceno, incorpora aquisições de importância
entre os megatérios e mamutes, precursores da fauna atual da Terra,
2 e, alcançando os
pitecantropóides da era quaternária, que antecederam as embrionárias
civilizações paleolíticas, a mônada vertida do Plano Espiritual sobre
o Plano Físico n
atravessou os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando
os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do instinto,
da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando,
assim, pelas vias da inteligência mais completa e laboriosamente adquirida,
nas faixas inaugurais da razão.
6. ELOS
DESCONHECIDOS DA EVOLUÇÃO. — Compreendendo-se, porém, que o princípio
divino aportou na Terra, emanando da Esfera Espiritual, trazendo em
seu mecanismo o arquétipo a que se destina, qual a bolota de carvalho
encerrando em si a árvore veneranda que será de futuro, 2
não podemos circunscrever-lhe a experiência ao Plano físico simplesmente
considerado, porquanto, através do nascimento e morte da forma, sofre
constantes modificações nos dois Planos em que se manifesta, 3
razão pela qual variados elos da evolução fogem à pesquisa dos naturalistas,
por representarem estágios da consciência fragmentária fora do campo
carnal propriamente visto, nas regiões extrafísicas, 4
em que essa mesma consciência incompleta prossegue elaborando o seu
veículo sutil, então classificado como protoforma humana, correspondente
ao grau evolutivo em que se encontra.
7. EVOLUÇÃO
NO TEMPO. — É assim que dos organismos monocelulares aos organismos
complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as
a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe foi
traçada do Plano Superior, 2
tecendo com os fios da experiência a túnica da própria exteriorização,
segundo o molde mental que traz consigo, 3
dentro das leis de ação, reação e renovação em que mecaniza as próprias
aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva imunológica, 4
construindo o centro coronário, ( † )
no próprio cérebro, através da reflexão automática de sensações e impressões
em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o Auxílio das Potências
Sublimes que lhe orientam a marcha, configura os demais centros energéticos
do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma.
5 Contudo, para alcançar
a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento,
o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico,
despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a
civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada
menos de um bilhão e meio de anos. n 6
Isso é perfeitamente verificável na desintegração natural de certos
elementos radioativos na massa geológica do Globo. 7
E entendendo-se que a Civilização aludida floresceu há mais ou menos
duzentos mil anos, preparando o homem, com a bênção do Cristo, para
a responsabilidade, somos induzidos a reconhecer o caráter recente dos
conhecimentos psicológicos, destinados a automatizar na constituição
fisiopsicossomática do Espírito humano as aquisições morais que lhe
habilitarão a consciência terrestre a mais amplo degrau de ascensão
à Consciência Cósmica. n
André Luiz
Uberaba, 22/1/1958.
Alguns termos científicos deste capítulo possuem uma
breve definição no
Glossário do ESDE: Programa Fundamental. Módulo IV. Roteiro 2; vide
também: Linha do tempo da evolução †
ou use o Dicionário e a Wikipédia com liks incorporados à Bíblia do
Caminho.
[1] Na Esfera Espiritual, em que estagiamos, o elétron é também partícula atômica dissociável. — (Nota do Autor espiritual.)
[2] As expressões “Plano Físico” e “Plano Extrafísico”, largamente
usadas nestas páginas, foram utilizadas por nós, à falta de termos mais
precisos que designem as Esferas de evolução para os Espíritos encarnados
e desencarnados, pertencentes ao “habitat” planetário. — (Nota do
Autor espiritual.)
[3] Vide capítulo 6 da 1ª parte, item 7, indicador 10.
[4] As presentes estimativas e apontamentos do Plano Espiritual, apesar das compreensíveis divergências humanas, coincidem exatamente com observações e ilações de vários estudiosos encarnados. — (Nota do Autor espiritual.)