O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Evolução em dois mundos — André Luiz — F. C. Xavier / Waldo Vieira — 1ª Parte


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Evolução e corpo espiritual

(Sumário)

1. PRIMÓRDIOS DA VIDA. — Procurando fixar ideias seguras acerca do corpo espiritual, será preciso remontarmos, de algum modo, aos primórdios da vida na Terra, quando mal cessavam as convulsões telúricas, pelas quais os Ministros Angélicos da Sabedoria Divina, com a supervisão do Cristo de Deus, lançaram os fundamentos da vida no corpo ciclópico do Planeta.

2 A matéria elementar, de que o elétron é um dos corpúsculos-base, n na faixa de experiência evolutiva sob nossa análise, acumulada sobre si mesma, ao sopro criador da Eterna Inteligência, dera nascimento à Província Terrestre, no Estado Solar a que pertencemos, cujos fenômenos de formação original não conseguimos por agora abordar em sua mais íntima estrutura.

3 A imensa fornalha atômica estava habilitada a receber as sementes da vida e, sob o impulso dos Gênios Construtores, que operavam no orbe nascituro, vemos o seio da Terra recoberto de mares mornos, invadido por gigantesca massa viscosa a espraiar-se no colo da paisagem primitiva.

4 Dessa geleia cósmica, verte o princípio inteligente, em suas primeiras manifestações…

5 Trabalhadas, no transcurso de milênios, pelos operários espirituais que lhes magnetizam os valores, permutando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior, as mônadas celestes exprimem-se no mundo através da rede filamentosa do protoplasma de que se lhes derivaria a existência organizada no Globo constituído.

6 Séculos de atividade silenciosa perpassam, sucessivos…


2. NASCIMENTO DO REINO VEGETAL. — Aparecem os vírus e, com eles, surge o campo primacial da existência, formado por nucleoproteínas o globulinas, oferecendo clima adequado aos princípios inteligentes ou mônadas fundamentais, que se destacam da substância viva, por centros microscópicos de força positiva, estimulando a divisão cariocinética.

2 Evidenciam-se, desde então, as bactérias rudimentares, cujas espécies se perderam nos alicerces profundos da evolução, lavrando os minerais na construção do solo, dividindo-se por raças e grupos numerosos, plasmando, pela reprodução assexuada, as células primevas, que se responsabilizariam pelas eclosões do reino vegetal em seu início.

3 Milênios e milênios chegam e passam…


3. FORMAÇÃO DAS ALGAS. — Sustentado pelos recursos da vida que na bactéria e na célula se constituem do líquido protoplásmico, o princípio inteligente nutre-se agora na clorofila, que revela um átomo de magnésio em cada molécula, precedendo a constituição do sangue de que se alimentará no reino animal.

2 O tempo age sem pressa, em vagarosa movimentação no berço da Humanidade, e aparecem as algas nadadoras, quase invisíveis, com as suas caudas flexuosas, circulando no corpo das águas, vestidas em membranas celulósicas, e mantendo-se à custa de resíduos minerais, dotadas de extrema motilidade e sensibilidade, como formas monocelulares em que a mônada já evoluída se ergue a estágio superior.

3 Todavia, são plantas ainda e que até hoje persistem na Terra, como filtros de evolução primária dos princípios inteligentes em constante expansão, mas plantas superevolvidas nos domínios da sensação e do instinto embrionário, guardando o magnésio da clorofila como atestado da espécie.

4 Sucedendo-as, por ordem, emergem as algas verdes de feição pluricelular, com novo núcleo a salientar-se, inaugurando a reprodução sexuada e estabelecendo vigorosos embates nos quais a morte comparece, na esfera de luta, provocando metamorfoses contínuas, que perdurarão, no decurso das eras, em dinamismo profundo, mantendo a edificação das formas do porvir.


4. DOS ARTRÓPODOS AOS DROMATÉRIOS E ANFITÉRIOS. — Mais tarde, assinalamos o ingresso da mônada, a que nos referimos, nos domínios dos artrópodos, de exosqueleto quitinoso, cujo sangue diferenciado acusa um átomo de cobre em sua estrutura molecular, 2 para, em seguida, surpreende-la, guindada à condição de crisálida da consciência, no reino dos animais superiores, 3 em cujo sangue, — condensação das forças que alimentam o veículo da inteligência no império da alma, — detém a hemoglobina por pigmento básico, 4 demonstrando o parentesco inalienável das individuações do Espírito, nas mutações da forma que atende ao progresso incessante da Criação Divina.

5 Das cristalizações atômicas e dos minerais, dos vírus e do protoplasma, das bactérias e das amebas, das algas e dos vegetais do período pré-câmbrico aos fetos e às licopodiáceas, aos trilobites e cistídeos aos cefalópodes, foraminíferos e radiolários dos terrenos silurianos, o princípio espiritual atingiu espongiários e celenterados da era paleozoica, esboçando a estrutura esquelética.

6 Avançando pelos equinodermos e crustáceos, entre os quais ensaiou, durante milênios, o sistema vascular e o sistema nervoso, caminhou na direção dos ganóides e teleósteos, arquegossauros e labirintodontes para culminar nos grandes lacertinos e nas aves estranhas, descendentes dos pterossáurios, no jurássico superior, chegando à época supracretácea para entrar na classe dos primeiros mamíferos, procedentes dos répteis teromorfos.

7 Viajando sempre, adquire entre os dromatérios e anfitérios os rudimentos das reações psicológicas superiores, incorporando as conquistas do instinto e da inteligência.


5. FAIXAS INAUGURAIS DA RAZÃO. — Estagiando nos marsupiais e cetáceos do eoceno médio, nos rinocerotídeos, cervídeos, antilopídeos, equídeos, canídeos, proboscídeos e antropóides inferiores do mioceno e exteriorizando-se nos mamíferos mais nobres do plioceno, incorpora aquisições de importância entre os megatérios e mamutes, precursores da fauna atual da Terra,  2 e, alcançando os pitecantropóides da era quaternária, que antecederam as embrionárias civilizações paleolíticas, a mônada vertida do Plano Espiritual sobre o Plano Físico  n atravessou os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão.


6. ELOS DESCONHECIDOS DA EVOLUÇÃO. — Compreendendo-se, porém, que o princípio divino aportou na Terra, emanando da Esfera Espiritual, trazendo em seu mecanismo o arquétipo a que se destina, qual a bolota de carvalho encerrando em si a árvore veneranda que será de futuro, 2 não podemos circunscrever-lhe a experiência ao Plano físico simplesmente considerado, porquanto, através do nascimento e morte da forma, sofre constantes modificações nos dois Planos em que se manifesta, 3 razão pela qual variados elos da evolução fogem à pesquisa dos naturalistas, por representarem estágios da consciência fragmentária fora do campo carnal propriamente visto, nas regiões extrafísicas, 4 em que essa mesma consciência incompleta prossegue elaborando o seu veículo sutil, então classificado como protoforma humana, correspondente ao grau evolutivo em que se encontra.


7. EVOLUÇÃO NO TEMPO. — É assim que dos organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe foi traçada do Plano Superior, 2 tecendo com os fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que traz consigo, 3 dentro das leis de ação, reação e renovação em que mecaniza as próprias aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva imunológica, 4 construindo o centro coronário, ( † ) no próprio cérebro, através da reflexão automática de sensações e impressões em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o Auxílio das Potências Sublimes que lhe orientam a marcha, configura os demais centros energéticos do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma.

5 Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a civilização elementar do sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos. n 6 Isso é perfeitamente verificável na desintegração natural de certos elementos radioativos na massa geológica do Globo. 7 E entendendo-se que a Civilização aludida floresceu há mais ou menos duzentos mil anos, preparando o homem, com a bênção do Cristo, para a responsabilidade, somos induzidos a reconhecer o caráter recente dos conhecimentos psicológicos, destinados a automatizar na constituição fisiopsicossomática do Espírito humano as aquisições morais que lhe habilitarão a consciência terrestre a mais amplo degrau de ascensão à Consciência Cósmica. n


André Luiz


Uberaba, 22/1/1958.



Alguns termos científicos deste capítulo possuem uma breve definição no Glossário do ESDE: Programa Fundamental. Módulo IV. Roteiro 2; vide também: Linha do tempo da evolução  †  ou use o Dicionário e a Wikipédia com liks incorporados à Bíblia do Caminho.


[1] Na Esfera Espiritual, em que estagiamos, o elétron é também partícula atômica dissociável. — (Nota do Autor espiritual.)


[2] As expressões “Plano Físico” e “Plano Extrafísico”, largamente usadas nestas páginas, foram utilizadas por nós, à falta de termos mais precisos que designem as Esferas de evolução para os Espíritos encarnados e desencarnados, pertencentes ao “habitat” planetário. — (Nota do Autor espiritual.)


[3] Vide capítulo 6 da 1ª parte, item 7, indicador 10.


[4] As presentes estimativas e apontamentos do Plano Espiritual, apesar das compreensíveis divergências humanas, coincidem exatamente com observações e ilações de vários estudiosos encarnados. — (Nota do Autor espiritual.)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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