TEMAS CORRELATOS: Epístolas. | Estudos Espíritas. | Judas. | Novo Testamento.
Judas, o escritor da epístola, denomina-se simplesmente como “irmão de Tiago”, referindo-se ao líder da igreja em Jerusalém e autor da Epístola de Tiago. Neste caso Judas deve ser um irmão do Senhor, e não o apóstolo; estas inferências parecem nascidas da presença de um Judas nas listas de nomes dos irmãos do Senhor (Mt 13.55; Mc 6.3), e pelas aparentes implicações do versículo 17, em sua epístola, de que seu escritor não era um apóstolo. Esses que identificam os irmãos do Senhor com os filhos de Alfeu, não obstante, identificam Judas como o apóstolo Judas. Exceto apenas seu nome, nada é registrado dele além do que nós podemos inferir do fato que os irmãos do Senhor não acreditaram nele durante sua vida na terra (Jo 7.5) só depois de sua ressurreição que eles se tornaram seus seguidores (At 1.14). Uma história interessante contada a seus netos pelo escritor eclesiástico Hegésipo, e preservada por Euzébio (Hist. Ecl. 3.20), confirma a possível inferência de 1 Co 9.5 de que ele foi casado, e implica que morreu antes do A. D. 80.
A Epístola Geral de Judas é uma epístola breve. Ela nomeia seu autor como Judas, um servo de Jesus-Cristo e irmão de Tiago (1.1); isto é provavelmente Judas, o irmão do Senhor (Mt 13.55; Mc 6.3). Dirige-se de forma geral “àqueles que são amados em Deus Pai, e conservados, e chamados pela graça de Jesus Cristo” (1.1). Não obstante, é provável que pelo caráter da epístola, que parece ter sido escrita para uma ocasião especial e está cheia de alusões que seriam possíveis somente a judeus, que pretendia alcançar algum corpo particular de cristãos, e que, pelas circunstâncias de enviar a carta, não necessitava especificar o endereço. É mais natural pensar que ela pretendia alcançar os cristãos judeus que residiam na Palestina. A carta em grande parte foi usada por 2 Pedro 2, (versículos 4-18 com exceção dos versículos 14 e 15 que são representados em 2 Pedro 2 — 3.3); e devem ter sido escritos antes dela, provavelmente não muito antes; parece bem natural datá-la para A. D. 66. (Aqueles estudiosos que asseguram a autenticidade de 2 Pedro, mas combatem sua prioridade à de Judas, datam habitualmente a Epístola de Judas entre a morte de Pedro no A. D. 68 e a ascensão do imperador romano Domiciano em A. D. 81. A razão para fixar sobre o A. D. 81 como limite encontra-se numa antiga tradição, citada por Euzébio de Hegésipo, que escreveu logo no A. D. 170, onde aparece que Judas, o irmão do Senhor, havia morrido antes do reinado de Domiciano ou logo em seu início). Sobreveio pela epidemia entre leitores judeus de uma heresia alarmante com tendências imorais, provavelmente algo como o gnosticismo incipiente reprovado nas epístolas pastorais e no Apocalipse (vv. 3,4, 10, 15,16,18), e pretendia preservar as igrejas as quais era dirigida de suas invasões. Depois das saudações iniciais (ver. 1,2), designa a razão de sua escrita (ver. 3,4) e então primeiro anuncia a condenação preparada para os falsos mestres (ver. 5-16), e depois indica o dever dos verdadeiros cristãos naquelas circunstâncias (ver. 17-23), concluindo com uma rica e apropriada doxologia (ver. 24,25). Devido indubitavelmente à sua brevidade, não existe traços muito claros do uso da epístola de Judas pelos pais mais antigos da igreja na última parte do segundo século, contudo estava em pleno uso nas igrejas gregas e latinas (sendo incluída na antiga versão latina, e listada no fragmento Muratori, citada e referida por Clemente de Alexandria e Tertuliano e mais tarde por Orígenes); e era, claramente desde o início, uma parte do cânone cristão. B. B. W. (Suplementou). — (Dicionário da Bíblia de John D. Davis) ©
Vide mais sobre a epístola de Judas nos Estudos Espíritas.