Caráter e objetivo da lei divina ou natural. — O bem e o mal. — Diferença
entre lei natural e estado de natureza. — Conhecimento intuitivo da
lei natural. — Revelação. — Profetas. — Caráter da lei de Jesus. — Objetivo
do ensinamento dado pelos Espíritos. — Divisão da lei natural. (Questões 277 a 305 a.) |
277. A Lei de Deus é eterna? 111, 112 [Questão 615.]
“Sim, e imutável”
277 a. É possível que Deus haja prescrito aos homens, em certa época, aquilo que lhes proibiria em outra época? [Questão
616.]
“Deus não se engana. Os homens é que são obrigados a modificar suas leis, por serem imperfeitas.”
A harmonia que rege o universo material e o universo moral se baseia em leis estabelecidas por Deus desde toda a eternidade. Essas leis são imutáveis como o próprio Deus.” 113
278. As Leis divinas referem-se apenas à conduta moral? [Questão 617.]
“Todas as leis da Natureza são Leis divinas, visto que Deus é o autor de todas as coisas. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda e pratica as leis da alma.”
278 a. É permitido ao homem aprofundar-se nessas leis? [Questão 617 a.]
“Sim, mas uma única existência não lhe basta para isso.”
Entre as Leis divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: são as leis físicas, cujo estudo é do domínio da Ciência.
As outras dizem respeito especialmente ao homem em si mesmo e às suas relações com Deus e com os semelhantes. Abrangem tanto as regras da vida do corpo quanto as da vida da alma: são as leis morais.
279. Que é a moral? [Questão 629.]
“A moral é a regra de bem proceder, isto é, a distinção entre o bem e o mal. O homem procede bem quando faz tudo pelo bem de todos, porque então cumpre a Lei de Deus.”
279 a. Em que se funda a moral?
“Na observância das leis de Deus.”
Toda moral sã deve fundamentar-se na Lei de Deus, porquanto o bem é tudo o que é conforme à Lei de Deus e o mal é tudo o que dela se afasta. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a Lei de Deus; fazer o mal é infringir essa lei. [Questão 630.]
280. Deus facultou a todos os homens os meios de conhecerem suas leis? [Questão 619.]
“Todos podem conhecê-la; há, porém, os que a compreendem melhor do que outros.”
280 a. Quais são os que compreendem melhor a Lei de Deus?
“Os homens de bem e os que desejam pesquisá-la. Todos, entretanto, a compreenderão um dia, pois é preciso que o progresso se realize. A criança não pode compreender tão bem quanto o adulto.”
A justiça das diversas encarnações do homem é uma consequência deste princípio, pois a cada nova existência sua inteligência se acha mais desenvolvida e ele compreende melhor o que é bem e o que é mal.
281. A Lei de Deus é aquilo que se chama lei natural?
“Sim; é a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz porque dela se afasta.” [Questão 614.]
282. O estado de natureza e a lei natural são a mesma coisa? [Questão 776.]
“Não; o estado de natureza é o estado primitivo. A civilização é incompatível com o estado de natureza, enquanto que a lei natural contribui para o progresso da Humanidade”
282 a. Que se deve pensar da opinião segundo a qual o estado de natureza seria o da perfeita felicidade na Terra? [Questão 777.]
“Que queres? É a felicidade do bruto. Há pessoas que não compreendem outra.”
O estado de natureza é a infância da Humanidade e o ponto de partida de seu desenvolvimento intelectual e moral. Sendo o homem perfectível e trazendo em si o gérmen de seu aperfeiçoamento, não foi destinado a viver perpetuamente no estado de natureza, dele saindo em virtude do progresso da civilização. A lei natural, ao contrário, rege a Humanidade inteira e o homem se melhora à medida que melhor compreende e pratica essa lei.
283. Onde está escrita a Lei de Deus? [Questão 621.]
“Na consciência.”
283 a. O homem tem meios de distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal? [Questão 631.]
“Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu a inteligência para distinguir um do outro.”
284. Por estar sujeito ao erro, o homem não pode enganar-se na apreciação do bem e do mal, e crer que faz o bem, quando na realidade faz o mal? [Questão 632.]
“Jesus vos disse: vede o que gostaríeis que vos fizessem. Tudo se resume nisso. Não vos enganareis.”
285. A regra do bem e do mal, que se poderia chamar de reciprocidade ou de solidariedade, não pode ser aplicada à conduta pessoal do homem para consigo mesmo. Achará ele, na lei natural, a regra dessa conduta e um guia seguro? [Questão 633.]
“Quando comeis em excesso, isso vos faz mal. Pois bem! É Deus quem vos dá a medida do que necessitais. Quando ultrapassais essa medida, sois punidos. Dá-se o mesmo em tudo.”
A lei natural traça ao homem o limite de suas necessidades; quando ele o ultrapassa, é punido pelo sofrimento. Se o homem sempre escutasse essa voz que lhe diz “basta!”, evitaria a maior parte dos males de que acusa a Natureza.
286. As diferentes posições sociais criam necessidades novas, que não são as mesmas para todos os homens. Não fica parecendo que a lei natural não constitui regra uniforme? [Questão 635.]
“Essas diferentes posições estão na Natureza segundo a lei do progresso, o que não impede a unidade da lei natural, que se aplica a tudo.”
As condições da existência do homem mudam de acordo com os tempos e lugares, resultando para ele necessidades diferentes e posições sociais apropriadas a essas necessidades. Já que essa diversidade está na ordem das coisas, ela é conforme à Lei de Deus, lei que não deixa de ser una em seu princípio. Cabe à razão distinguir as necessidades reais das necessidades artificiais ou convencionais.
287. O bem e o mal são absolutos para todos os homens? [Questão 636.]
“Sim, pois a Lei de Deus é a mesma para todos.”
287 a. O que é mal para alguns o é também e no mesmo grau para todos?
“Não; o mal depende da vontade que se tenha de fazê-lo.”
287 b. De acordo com esse princípio, o bem seria sempre a bem e o mal sempre o mal, seja qual for a posição do homem. A diferença estaria então no grau de responsabilidade?
“Exatamente”
287 c. Será culpado o selvagem que, cedendo ao seu instinto, se alimenta de carne humana? [Questão 637.]
“Eu já disse que o mal depende da vontade. Pois bem! O homem é tanto mais culpado quanto melhor sabe o que faz.”
As condições da existência em que o homem é posto pela Natureza dão ao bem e ao mal relativa gravidade. Muitas vezes o homem comete faltas que, embora decorrentes da posição em que a sociedade o colocou, não são menos repreensíveis. Mas sua responsabilidade é proporcional aos meios de que dispõe para compreender o bem e o mal. É por isso que o homem esclarecido que comete uma simples injustiça é mais culpado aos olhos de Deus do que o selvagem ignorante que se entrega aos seus instintos.
288. Parece, às vezes, que o mal é uma consequência da força das coisas. Tal, por exemplo, em certos casos, a necessidade de destruição, até mesmo de nosso semelhante. Pode-se dizer, então, que haja prevaricação à Lei de Deus? [Questão 638.]
“Embora necessário, o mal não deixa de ser o mal. Mas essa necessidade desaparece à medida que a alma se depura, passando de uma existência a outra. Então o homem se torna mais culpado quando o comete, porque melhor o compreende.”
288 a. Por que o mal está na natureza das coisas? Deus não podia ter criado a Humanidade em melhores condições? [Questão 634.]
“Já te dissemos: os Espíritos foram criados simples e ignorantes. O homem é composto de matéria e Espírito. O corpo é uma veste de que o Espírito se cobre, a fim de poder instruir-se. Se não houvesse montanhas, o homem não compreenderia que se pode subir e descer; e se não existissem rochas, não compreenderia que há corpos duros. É preciso que o Espírito adquira experiência e, para isso, é necessário que conheça o bem e o mal. Eis por que há união do Espírito ao corpo.”
289. O mal que cometemos não resulta muitas vezes da posição em que os homens nos colocaram? Quais são, nesse caso, os mais culpados? [Questão 639.]
“O mal recai sobre aquele que foi o seu causador.”
Assim, o homem que é levado a praticar o mal pela posição em que seus semelhantes o colocaram, é menos culpado do que aqueles que causaram esse mal, porque cada um será punido não só pelo mal que haja feito, mas também pelo mal que tenha provocado.
290. Aquele que não pratica o mal, mas que se aproveita do mal praticado por outrem, é tão culpado quanto este? [Questão 640.]
“É como se o tivesse praticado. Aproveitar do mal é participar do mal.”
291. Será tão repreensível desejar o mal quanto praticá-lo? [Questão 641.]
“Depende. Há virtude em resistir-se voluntariamente ao mal que se deseja praticar. Se, porém, faltou apenas ocasião para isso, o homem é culpado.”
292. O bem e o mal são eternos?
“Só o bem é eterno, visto ser o objetivo final de todas as coisas; o mal terá um fim.”
292 a. Quando terá fim o mal?
“Na vida eterna.”
292 b. O mal é uma condição permanente da Humanidade na Terra?
“Não; o fim do mal começará neste mundo mesmo, quando os homens praticarem a Lei de Deus.”
Consistindo o bem na observância da Lei de Deus, a diminuição do mal na Terra será a consequência da observância dessa lei; o mal desaparecerá quando essa lei for sinceramente e universalmente praticada.
293. Basta [ao homem] não fazer o mal?” 114 [Questão 642.]
“Não; é preciso que faça o bem no limite de suas forças, pois cada um responderá por todo o mal que haja resultado de não haver praticado o bem.”
294. Haverá pessoas que, por sua posição, não tenham possibilidade de fazer o bem? [Questão 643.]
“Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra oportunidade de o praticar.”
Basta que se esteja em relação com outros homens para se ter ocasião de fazer o bem, e cada dia da existência oferece essa possibilidade a quem não estiver cego pelo egoísmo. Porque fazer o bem não consiste apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, toda vez que o auxílio se fizer necessário.
295. O mérito do bem que se faça está subordinado a certas condições? Em outras palavras: será de diferentes graus o mérito que resulta da prática do bem? [Questão 646.]
“O mérito do bem está na dificuldade em praticá-lo. Não há mérito algum em fazer o bem sem esforço e quando nada custa.”
Não há mérito algum em fazer o bem sem sacrifício. Deus leva mais em conta o pobre que reparte seu único pedaço de pão, do que o rico que apenas dá do que lhe sobra. Jesus já disse isso a propósito do óbolo da viúva.
296. Antes de se unir ao corpo, a alma compreende melhor a Lei de Deus do que após a sua encarnação? [Questão 620.]
“Sim; compreende-a de acordo com o grau de perfeição a que tenha chegado e dela guarda a intuição quando unida ao corpo. Mas os maus instintos do homem fazem frequentemente que ele a esqueça.”
297. Já que tudo vem de Deus, os maus instintos não serão também obra sua? E o homem deverá ser responsabilizado por eles?
“O homem não é um animal. Deus lhe deixa a escolha dos caminhos; tanto pior para ele se tomar um mau: sua peregrinação será mais longa.”
298. Que se deve entender por revelação?
“É o dom de saber e compreender as verdades que não se veem.”
298 a. Uma vez que o homem traz em sua consciência a Lei de Deus, que necessidade havia de lhe ser ela revelada? [Questão 621a.]
“Ele a tinha esquecido e desprezado: Deus quis que ela lhe fosse revelada.”
299. Deus confiou a alguns homens a missão de revelar sua lei? [Questão 622.]
“Sim, certamente. Em todos os tempos houve homens que receberam essa missão. São Espíritos superiores, encarnados com o objetivo de fazer a Humanidade progredir.”
299 a. Por que sinais se podem reconhecer os homens que hajam recebido tal missão?
“São homens de bem e de gênio que mereceram uma recompensa em outra existência. Reconhecê-los-eis por suas ações.”
300. Os que têm pretendido instruir os homens na Lei de Deus não se enganaram algumas vezes, fazendo-os frequentemente transviar-se por meio de falsos caminhos? [Questão 623.]
“Sim, os que não eram inspirados por Deus e que, por ambição, se atribuíram uma missão que não lhes fora confiada. Entretanto, como eram, afinal, homens geniais, mesmo entre os erros que ensinaram, muitas vezes se encontram grandes verdades.”
300 a. Qual o caráter do verdadeiro profeta? [Questão 624.]
“Eu disse que o profeta é um homem de bem inspirado por Deus. Podeis reconhecê-lo por suas palavras e atos. Deus não pode servir-se da boca do mentiroso para ensinar a verdade.” 115
Se alguns dos que pretenderam instruir o homem na Lei de Deus o têm algumas vezes desviado por meio de falsos princípios, é porque se deixaram dominar, eles mesmos, por sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma com as que governam a vida do corpo. Muitos deles têm dado como Leis divinas o que não passava de leis humanas, criadas para servir às paixões e dominar os homens.
301. Qual o tipo mais perfeito que Deus já ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo? [Questão 625.]
“Jesus.” 116
Para o homem, Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a Doutrina que ensinou é a mais pura expressão da lei do Senhor, porque o espírito divino o animava, e porque foi o ser mais puro de quantos já apareceram na Terra.
302. As Leis divinas e naturais só foram reveladas aos homens por Jesus? Antes dele, as pessoas só as conheciam por intuição? [Questão 626.]
“Já não dissemos que elas estão escritas por toda parte? Todos os homens que meditaram sobre a sabedoria hão podido compreendê-las e ensiná-las, desde os tempos mais remotos. Por meio de seus ensinos, mesmo incompletos, prepararam o terreno para receber a semente.”
Estando as Leis divinas escritas no livro da Natureza, foi possível ao homem conhecê-las quando quis procurá-las. É por isso que os preceitos que elas consagram têm sido proclamados em todos os tempos pelos homens de bem, e é também por isso que encontramos seus elementos na doutrina moral de todos os povos que já saíram da barbárie, se bem que incompletos ou desfigurados pela ignorância e pela superstição.
303. Já que Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, qual a utilidade do ensino dado pelos Espíritos? Terão eles mais alguma coisa a nos ensinar? [Questão 627.]
“Muitas vezes as palavras de Jesus eram alegóricas e em forma de parábolas, porque Ele falava de acordo com a época e os lugares. Agora, é preciso que a verdade seja inteligível para todos. Nossa missão é abrir os olhos e os ouvidos de todos para confundir os orgulhosos e desmascarar os hipócritas, que da religião e da virtude só guardam a aparência, a fim de ocultarem suas torpezas.”
303 a. Por que nem sempre a verdade foi colocada ao alcance de todos?
“É necessário que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: é preciso habituar-se a ela pouco a pouco, senão ofusca.”
304. Por que as comunicações com o mundo espiritual, que têm ocorrido em todos os tempos, se tornaram hoje mais generalizadas?
“Os tempos marcados para essa manifestação universal acabam de chegar. Essas comunicações se tornarão cada vez mais comuns; afetarão os olhos dos mais incrédulos, e não está longe o dia em que a dúvida não será mais permitida. Então a face do mundo moral mudará, e pouco a pouco desaparecerão os vícios e os prejuízos que fazem a desgraça do gênero humano.”
A manifestação universal dos Espíritos constitui uma Nova Era que começa para a Humanidade e prepara sua regeneração, desvendando-lhe de alguma sorte os segredos do mundo espiritual, que é sua verdadeira pátria. Só não verão os que quiserem permanecer cegos.
305. Toda a Lei de Deus se acha contida na máxima do amor ao próximo, ensinada por Jesus? [Questão 647.]
“Certamente essa máxima encerra todos os deveres dos homens uns para com os outros. Mas é preciso mostrar a eles sua aplicação, pois, do contrário, deixarão de praticá-la, como o fazem até hoje. Ademais, a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida, e essa máxima é apenas uma parte da lei.”
305 a. A divisão da lei natural em dez partes, compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a de justiça, amor e caridade, abrange todas as fases da vida individual e social do homem? [Questão 648.]
“Sim; essa divisão da Lei de Deus em dez partes é a de Moisés. A última lei é a mais importante; é por meio dela que o homem pode adiantar-se mais na vida espiritual, visto como resume todas as outras.”
[111] Nota de Allan Kardec: Fizemos uma modificação na disposição da matéria a partir desta parte do livro. Doravante, as duas colunas farão sequência uma da outra e não apresentarão duas partes distintas. Como precedentemente, as respostas textuais dadas pelos Espíritos seguem imediatamente as perguntas e são postas entre aspas. O que vem após as respostas constitui um desenvolvimento do assunto, emanado também dos Espíritos quanto ao fundo, mas não na forma, e afinal sempre revisto, aprovado e muitas vezes corrigido por eles. São ideias que emitiram parcialmente em diversas épocas, resumidas em estilo mais fluente, excluindo-se, todavia, o que formava dupla lição com o texto da resposta precedente.
[112] N. T.: Conforme já explicamos na nota de rodapé nº 72, p. 73 deste livro, optamos desde o início em apresentar as matérias nele contidas em uma simples coluna, em vez de duas, obedecendo à seguinte ordem: pergunta, resposta, comentário de Allan Kardec.
[113] N. T.: Alguns comentários, ou parte deles, normalmente atribuídos a Allan Kardec na 1ª edição deste livro, e que aparecem na segunda coluna da edição original, foram incorporados, mais tarde, às respostas dos Espíritos da Codificação, o que lhes aumentou substancialmente a redação e as complementou. É o caso dos comentários às questões 84-a, 91, 110-a, 144, 151, 179, 185-b, 196-a, 198, 277-a, 280-a, 285, 289, 294, 295, 302, 315, 326, 327-b, 330-a, 333, 339, 340, 343-a, 348-a, 359-a, 375, 380, 392-a, 394, 416-a, 418-b, 420, 422, 436, 456-c, 467 e 489 desta tradução, os quais, na edição definitiva de 1860, passam a fazer parte das respostas dos Espíritos às perguntas 605, 215, 157, 998, 216, 993, 204, 295, 473, 616, 619, 633, 639, 643, 646, 626, 657, 684, 681, 689, 692, 704, 705, 716, 720-a, 733, 740, 766, 780-a, 778, 822-a, 826, 830, 832, 595, 916, 943 e 983, respectivamente.
Tal fato não nos deve surpreender absolutamente, se levarmos em conta a Nota de Allan Kardec que se segue aos “Prolegômenos” desta obra. Ao justificar a apresentação gráfica das matérias do livro em duas colunas, explica ele que ambas apresentam dupla redação ou duas formas diferentes do mesmo tema, tendo a primeira a vantagem de apresentar a matéria à feição das entrevistas espíritas, enquanto a segunda permite uma leitura sequencial. No entanto, “embora o assunto versado em cada uma delas seja o mesmo, encerram, numa e noutra, pensamentos especiais que, mesmo quando não resultam de perguntas diretas, não deixam de ser o fruto das lições dadas pelos Espíritos, pois nenhuma há que não seja a expressão do pensamento deles”
[114] N. T.: Na edição definitiva de O Livro dos Espíritos, esta pergunta é mais categórica e muito mais objetiva: “Para agradar a Deus e assegurar sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?”
[115] N.T.: Ver O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XXI, item 9.
[116] N.T.: Literalmente, “Vide Jesus”, conforme consta no original.