Edna Telma Pena
1 Mãezinha Flora e papai, abençoem-me.
2 Não obstante o nosso desejo recíproco de cultivar as correspondências longas, n nas quais o coração da gente fique bem derramado em todos os trechos que nos saiam da escrita, este meu comunicado não deve ultrapassar o tamanho de um bilhete maior com pretensão de caria que não pode ser.
3 Venho dizer lhe que as saudades são as mesmas, no entanto, as esperanças cresceram muito por dentro de mim.
4 Agora, tenho tido a satisfação de colaborar com o nosso amigo do caminhão que me cortou a moto sem perceber. n
5 Nem por um instante pude me queixar dele, porque talvez tivesse os olhos com estragos, de vez que vinha de uma cirurgia recente.
6 Mãezinha Flora, tudo se encadeia. Agora, é o meu tempo de auxiliá-lo, e peço-lhe orar comigo em favor dele.
7 Não a quero tristonha ou pensativa, admitindo punições que não existem.
8 Um carro se desequilibra ou determinada moto salta descontrolada, sem que o nosso querer predomine. Desejo que os nossos saibam disso, n porque é indispensável saber que todos somos de Deus e estamos sob o governo da Bondade Divina.
9 Tudo concorre para o bem dos que procuram o bem, e isso é o que está certo.
10 Não posso elastecer-me num noticiário que deve ser simples e estreito quanto possível.
11 Abraço-a com o papai, a quem devo tanto carinho, na intensidade com que devo ao seu coração materno tanto amor.
12 Muitas lembranças ao Geraldo, n à Rosa Helena, n ao irmão que está igualmente sempre em minha memória, e para a nossa querida Vera Lúcia, n a irmã do coração.
13 O vovô Revalino n e o tio Alderico n estão em minha companhia, deixam-lhes a estima de sempre, rogando aos pais queridos receberem a alma toda com todo reconhecimento de que me sinto capaz, da filha e companheira de sempre, sempre mais agradecida,
Edna Telma
Rogando ao leitor amigo percorrer as páginas 36-47 do livro Ninguém Morre, n onde se encontram as duas primeiras mensagens transmitidas pelo Espírito de Edna Telma Pena, através do médium Xavier, e mais detalhes biográficos da referida Autora espiritual, recordemos tão somente que ela, Edna Telma, nasceu em Goiânia-GO, a 9 de novembro de 1963, aí desencarnando em consequência de acidente com moto (encontrava-se numa Garelli, guiada por um amigo de dez anos de idade, que nada sofreu, tendo sido ela esmagada por um caminhão de transportes), a 27 de janeiro de 1978.
Filha do Sr. José Pena Nogueira e de D. Flora Pena Nogueira, que nos forneceu, através de carta, datada de 15 de abril de 1982, os dados de que nos serviremos logo mais, a propósito da mensagem sob nossa observação, psicografada pelo médium de Emmanuel, na noite de 22 de janeiro daquele ano.
1 — “Correspondências longas”: Volta a Autora espiritual a aludir às cartas longas — verdadeiros testamentos que a sua genitora gostaria de receber dela, como ficou esclarecido
no livro Ninguém Morre.
2 — “Agora, tenho tido a satisfação de colaborar com o nosso amigo do caminhão que me cortou a moto sem perceber.”: O Sr. Américo Alves Nogueira, tio de Edna Telma, ficou sabendo, por intermédio de terceiros, que o motorista do caminhão — instrumento de que se serviu a Providência Divina para recambiar Edna Telma ao Plano Espiritual — desencarnara, também, de forma considerada trágica, em 1981. Belíssimo este trecho da mensagem, que nos induz a raciocinar sobre a Misericordiosa Justiça de Deus: a antiga e aparente vítima, hoje consegue socorrer, espiritualmente, aquele que, na Terra, seria catalogado de verdugo e que, por sua vez, veio a se tornar, aparentemente, vítima.
3 — “Desejo que os nossos saibam disso.”: Dois tios de Edna Telma, Srs. Voriques Alves Nogueira e Eurico Alves Nogueira, o primeiro, principalmente, guardavam dentro de si muita mágoa contra o motorista do caminhão, e, de há muito, vinham se esforçando na prática do bem com vistas a perdoar aquele irmão, que residia em Uberlândia, Minas, e era pai de cinco filhos:
4 — Geraldo: Geraldo César Pena, irmão de Edna Telma.
5 — Rosa Helena: D. Rosa Helena Alves Borges, irmã de Edna, casada com o Sr. Lindomar Alves Borges.
6 — Vera Lúcia: Irmã de criação e madrinha da comunicante.
7 — Vovô Revalino: Sr. Revalino José Nogueira, avô materno, desencarnou em Goiânia-GO, a 14 de agosto de 1973.
8 — Tio Alderico: Dr. Alderico Nogueira, distinto advogado da capital goiana, tio muito querido de Edna Telma.
Ao afirmar que o tio Alderico se encontrava em sua companhia, ao lado do vovô Revalino, este já desencarnado e aquele ainda jungido aos grilhões da carne, segundo D. Flora, o Espírito de sua filha quis explicar o seguinte:
“Alderico havia combinado comigo de irmos, juntos, a Uberaba, naquela semana, ou seja, de 17 a 24 de janeiro de 1982.
Tendo em vista uma viagem dele, Alderico, a Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul, naquela data, não lhe foi possível estar, fisicamente, comigo no Grupo Espírita da Prece, naquela noite.
Mas o curioso de tudo isso, é que ele me havia dito que, espiritualmente, haveria de estar conosco, na sessão da noite de 22 de janeiro, e como viemos a confirmar depois, durante o tempo que a reunião abençoada se desdobrava, ele, Alderico, viajava, de ônibus, com destino a São Paulo, para de lá seguir em direção à progressista cidade do Rio Grande do Sul.”
Sobre a comunicação de pessoas vivas, pedimos vênia para fazer as seguintes indicações bibliográficas, a nosso ver pertinentes:
1 — Allan Kardec, a) Revista Espírita ou Jornal de Estudos Psicológicos — Segundo Ano — 1959 —, trad. de Júlio Abreu Filho, Edicel, São Paulo, 1964, pp. 119; 139-140; 219-227; 246-248; 271; 336-339; 393; 396; 401.
b) O Livro dos Médiuns, Capítulo XXV, nº 284.
c) O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo, Segunda Parte, Capítulo VIII, o 9.º caso relatado (“Expiações Terrenas”).
2 — Emesto Bozzano, Comunicações Mediúnicas Entre Vivos, Trad. de Francisco Klörs Wemeck, Apresentação de J. Herculano Pires, Edicel, São Paulo, 2ª edição, 1978, especialmente os casos relatados às páginas 37-40.
Elias Barbosa
[2] Francisco Cândido Xavier, Espíritos Diversos, Elias Barbosa, Ninguém Morre, IDE, Araras (SP), 1ª edição — 1983.