1 Leitor amigo:
Em certas ocasiões, almas nobres no mundo cometem essa ou aquela falta.
2 De retorno, entretanto, ao Mais Além, reconhecem a extensão do erro cometido.
3 Recebem generoso acolhimento de quantos se lhes fazem credores de carinho, mas, em meio das alegrias que experimentam, carregam consigo o ponto íntimo do remorso, ante a culpa adquirida.
4 Surge nessas criaturas um doloroso destaque: quanto mais se lhes exaltam as qualidades, mais se lhes salienta, na própria presença, o débito de que são portadoras.
5 É, então, que rogam aos Mensageiros da Justiça Divina para que lhes seja concedido o ensejo de reparação, ainda mesmo que se vejam obrigados a esperar muito tempo.
6 Querem sofrer a mesma dor que impuseram a outrem, atravessar o mesmo suplício com que torturaram corações sensíveis que, às vezes, lhes doaram as maiores demonstrações de afeto.
7 Este livro estampa um desses capítulos da lei de causa e efeito.
8 Um amigo, erguido à posição de alto comandante de homens, apoiando-se numa calúnia caprichosamente tramada, determina a morte, através do Hara-kiri, para o seu mais devotado auxiliar.
9 De nada valem protestos e justificações.
A sentença é executada.
10 Um dia, no entanto, de volta ao Grande Além, esse mesmo comandante, embora homenageado por vários companheiros, pelas conquistas espirituais que efetuara sente o espinho do arrependimento a se lhe aprofundar no coração, ao notar que fora vítima de cruel engano.
11 Medita no sofrimento do companheiro sacrificado pela autoridade de que dispunha e, conquanto agradecido a magnanimidade dos amigos, que o acolhem, pede-lhes auxílio, a fim de voltar ao Plano Físico, de maneira a impor sobre si mesmo a pena do resgate, junto do companheiro injustiçado.
12 Decorrido o tempo de espera compreensível, o supliciado do pretérito está novamente no mundo, desincumbindo-se de novos encargos.
13 O rigoroso comandante de outra época aproxima-se dele, enternece-se no ambiente familiar em que observa a digna tranquilidade do homem que lhe fora vítima e, com o amparo dos Benfeitores Espirituais, aos quais se liga por afeição imorredoura, nasce na condição de filho do companheiro que ele próprio sacrificara.
14 Entretém o carinho renascente nos pais queridos que o amam com inexcedível ternura e, quando a existência terrestre se lhe consolida, sofre, num acidente doloroso, a mesma provação do amigo de outro tempo, agora transformado no pai amoroso que o acompanha no transe amargo.
15 O golpe no acidente que lhe causa a desencarnação tem a forma do Hara-kiri do passado…
16 Este é o estudo da reencarnação que lhe oferecemos ao exame.
17 E o resto, leitor amigo, tu concluirás por ti mesmo. n
Emmanuel
Uberaba, 16 de maio de 1986.
[1] [Vide as revelações feitas pelo pequeno “Tiaminho” nos capítulos 10 e 11 desse livro.]
