1 Querido papai e querida mamãe Sayoko, peço ao Eterno Pai nos proteja e abençoe.
2 Querido papai Hélio, o que eu necessitava esclarecer é que não precisamos manter qualquer preocupação, sobre a minha volta ao Plano Espiritual.
3 Já informei que fui amparado por irmãos budistas que me auxiliaram a retomar a memória da vida passada mais recente.
4 Depois de alguns meses em que o meu envoltório espiritual foi convenientemente tratado pude memorizar a projeção da causa pela qual retornei da Terra à Vida Verdadeira.
5 Vi-me, na posição de um comandante rigoroso na disciplina, forçando um amigo querido que cometera certo erro a praticar o Hara-kiri diante de mim. Honrei a disciplina cultuada por nossos antepassados, mas não honrei a minha própria consciência.
6 Abatido com a dor do companheiro que poderia haver socorrido e liberado de tamanho rigor, pouco tempo me separou da morte física e abordei o Mundo Maior, naturalmente recebido com o respeito e o acolhimento de nosso Grupo, mas carregando a ferida do remorso no coração.
7 Demorei-me no Mais Além a me habilitar para a prova que me propunha a experimentar e, graças a Deus, com o amor dos pais queridos que me receberam na Vida Física com abençoada ternura, pude resgatar a dívida que intimamente me requeimava. n
8 Agora, sou feliz, o feliz Tiaminho que recuperou o senso do amor aos amigos e do respeito aos adversários, sem pensamentos de pesar a me vergarem a cabeça. Espero que os meus pais muito amados compreendam e me abençoem.
9 Como sempre, todo o meu carinho à nossa família e agora, que nos achamos renovados trabalhemos no auxílio aos outros porque é nesse câmbio de solidariedade que atingiremos a alegria da Paz Maior.
10 Recebam, com este comunicado muitos beijos do filho que os adora.
Tiaminho
11 março 1982.
REFERÊNCIA
1: Neste depoimento, o nobre Espírito do Tiaminho nos fala de seus compromissos cármicos que, qual podemos observar, permanecem conosco a exigir-nos reparação, afim de que nossa consciência se tranquilize.
Diz Tiaminho: “Com o amor dos pais queridos que me receberam na Vida Física com abençoada ternura, pude resgatar a dívida que intimamente me requeimava”.
Podemos observar, à saciedade, através dos depoimentos de nossos irmãos desencarnados, corroborando os ensinamentos da Doutrina Espírita, que Deus não nos pune, que suas leis de amor se exercem dentro de nós e que nossa consciência é que nos situa ante a Vida, definindo a melhor condição de paz e harmonia para nosso Espírito.
Caio Ramacciotti