1 A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões.
2 O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria.
3 Cerrar os olhos carnais constitui operação demasiadamente simples.
4 Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser.
5 Oh! Caminhos das almas, misteriosos caminhos do coração! É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da Vida Eterna! É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe a detalhe, no longo processo do aperfeiçoamento espiritual!…
6 Seria extremamente infantil a crença de que o simples “baixar do pano” resolvesse transcendentes questões do Infinito.
7 Uma existência é um ato.
8 Um corpo — uma veste.
9 Um século — um dia.
10 Um serviço — uma experiência.
11 Um triunfo — uma aquisição.
12 Uma morte n — um sopro renovador.
13 Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?
14 E o letrado em filosofia religiosa fala de deliberações finais e posições definitivas!
15 Aí! Por toda parte, os cultos em doutrina e os analfabetos do espírito!
16 É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira — ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas.
17 Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa. Nosso esforço pobre quer traduzir apenas uma ideia dessa verdade fundamental.
18 Grato, pois, meus amigos!
19 Manifestamo-nos, junto a vós outros, no anonimato que obedece à caridade fraternal. 20 A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade. 21 Aliás, não nos interessaria, agora, senão a experiência profunda, com os seus valores coletivos. 22 Não atormentaremos alguém com a ideia da eternidade. Que os vasos se fortaleçam, em primeiro lugar. 23 Forneceremos, somente, algumas ligeiras notícias ao espírito sequioso dos nossos irmãos na senda de realização espiritual, e que compreendem conosco que “o espírito sopra onde quer”. ( † )
24 E, agora, amigos, que meus agradecimentos se calem no papel, recolhendo-se ao grande silêncio da simpatia e da gratidão.
25 Atração e reconhecimento, amor e júbilo moram na alma. Crede que guardarei semelhantes valores comigo, a vosso respeito, no santuário do coração.
Que o Senhor nos abençoe.
André Luiz
[1] No original: U’a morte.