1. — Que princípios regem a apresentação dos Espíritos desencarnados aos médiuns humanos?
— O aspecto que as entidades desencarnadas assumem perante os médiuns humanos, quando se comunicam na Terra, pode variar infinitamente.
2 Os Espíritos superiores, pelo domínio natural que exercem sobre as células psicossomáticas, podem adotar a apresentação que mais proveitosa se lhes afigure, com vistas à obra meritória que se propõem realizar.
3 Entretanto, essa maneira de intercâmbio não é a mais comum, porque, de modo geral, os desencarnados impressionam os instrumentos mediúnicos encarnados na forma em que efetivamente se encontram.
4 Decerto, não falta indumentária digna às criaturas que se emanciparam do vaso físico, roupagem, toda ela, confeccionada com esmero e carinho por mãos hábeis e nobres da Esfera extrafísica.
5 É importante considerar, todavia, que os Espíritos desencarnados, mesmo os de classe inferior, guardam a faculdade de exteriorizar os fluidos plasticizantes que lhes são peculiares, espécie de aglutininas mentais com que envolvem a mente mediúnica encarnada, recursos esses nos quais plasmam, como lhes seja possível, as imagens que desejam expressar e que adquirem para as percepções do médium coloração e movimento, fazendo-o exprimir-se ou agir, em comportamento semelhante ao passivo comum na hipnose provocada. Tais fenômenos, porém, são isolados e apenas se verificam entre o médium e a entidade que o influencia, sem substância na realidade prática, qual ocorre no campo das sugestões, durante a interligação mento-psíquica, entre o hipnotizado e o hipnotizador.
2. — Como interpretaremos a existência de roupas, calçados e peças protéticas nas entidades desencarnadas se tais petrechos são inanimados, não sendo dirigidos de modo direto pela mente?
1 — A mente não comanda as moléculas de algodão do vestuário de que se serve no corpo físico, mas pode usá-las, segundo as suas necessidades no mundo.
2 Ocorre o mesmo no Plano Espiritual, em que nos utilizamos das possibilidades ao nosso alcance para atender a esse ou àquele imperativo de nossa apresentação. n
André Luiz
Uberaba, 30/4/1958.
[1] Vide: Algumas referências ao uso de itens materiais no Mundo Invisível do Plano Espiritual, como edificações providas dos mais diversos objetos, aparelhos, veículos de transporte, etc.