1 Depois da morte do corpo:
2 a frase amiga que houvermos proferido no estímulo ao bem será um trecho harmonioso do cântico de nossa felicidade;
3 a opinião caridosa que formulamos, acerca dos outros, converter-se-á em recurso de benignidade da justiça divina, no exame de nossos erros;
4 o pensamento de fraternidade e compreensão, com que nos recordamos do próximo, transformar-se-nos-á em fator de equilíbrio;
5 o gesto de auxílio aos irmãos do nosso caminho oferecer-nos-á sublime colheita de alegria.
6 Mas, igualmente, além do túmulo:
7 a maledicência, a que nos entreguemos, será espinheiro a provocar-nos dilacerações e feridas;
8 a nossa indiferença para com as amarguras do próximo aparecerá por geleira, dificultando-nos os passos;
9 a nossa preguiça surgirá como sendo um gerador de penúria espiritual;
10 a nossa crueldade exibir-nos-á, na tela da consciência, a constante repetição dos quadros infelizes de nossos delitos, compelindo-nos à aflitiva demora em escuras paisagens purgatoriais.
11 A morte é o retrato da vida.
12 A verdade revelará na chapa da memória as imagens que estiveres criando, sustentando e movimentando, no campo da existência.
13 Se desejas ventura e tranquilidade, além das fronteiras de cinza, semeia, enquanto é tempo, a luz e a sabedoria que pretendes recolher, nas sendas da ascensão maior.
14 Hoje — plantação, segundo a nossa vontade.
15 Amanhã — seara, conforme a lei.
16 Se agora cultivamos a sombra, decerto encontraremos, depois, a resposta das trevas.
17 Se, porém, semeamos o amor e a simpatia, onde nos encontramos, indiscutivelmente, mais tarde, penetraremos, ditosos, nos domínios da luz.
Emmanuel
[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original publicada em setembro de 1989 pela editora GEEM e é a 27ª lição do
livro “Mais Perto.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.