Depois da morte do corpo:
a frase amiga que houvermos proferido no estímulo ao bem será um trecho harmonioso do cântico de nossa felicidade;
a opinião caridosa que formulamos, acerca dos outros, converter-se-á em recurso de benignidade da Justiça Divina, no exame de nossos erros;
o pensamento de fraternidade e compreensão, com que nos recordamos do próximo, transformar-se-nos-á em fator de equilíbrio;
o gesto de auxílio aos irmãos do nosso caminho oferecer-nos-á sublime colheita de alegria.
Mas, igualmente, além do túmulo:
a maledicência de nossa alma e de nossa boca será tremendo espinheiro a provocar-nos dilacerações e feridas;
a nossa indiferença para com as amarguras do próximo aparecerá por desoladora geleira à frente dos nossos passos;
a nossa preguiça surgirá como sendo terrível um gerador de miséria;
a nossa crueldade exibirá, na tela de nossas consciências a constante repetição dos quadros deploráveis de nossos delitos, compelindo-nos à aflitiva demora em escuras paisagens purgatoriais.
A morte é o retrato da vida.
A verdade revelará na chapa do teu próprio destino as imagens que estiveres criando, sustentando e movimentando, no campo da existência.
Se desejas, assim, a ventura e tranquilidade, além das fronteiras de cinza do sepulcro, semeia, enquanto é tempo, a luz e a sabedoria que pretendes recolher, nas sendas da ascensão eterna.
Hoje — plantação, segundo a nossa vontade.
Amanhã — seara, conforme a lei.
Se agora cultivamos a sombra, decerto encontraremos, depois, a resposta das trevas. Se, porém, semeamos o amor e a simpatia, onde nos encontramos, indiscutivelmente, mais tarde, penetraremos, ditosos, a beleza divina da Imortalidade Vitoriosa.
Emmanuel
[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas, foi publicado em setembro de 1989 pela editora GEEM e é a 27ª lição do livro “Mais Perto.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.