É fato hoje comprovado e perfeitamente explicado que o Espírito, isolando-se de um corpo vivo, pode, com auxílio do seu envoltório fluido-perispirítico, aparecer em lugar diferente do em que está o corpo material. Até ao presente, porém, a teoria, de acordo com a experiência, parece demonstrar que essa separação somente durante o sono se dá, ou, pelo menos, durante a inatividade dos sentidos corpóreos. Se são exatos, os fatos seguintes provam que ela igualmente se produz no estado de vigília. Extraímo-las da obra alemã: Os Fenômenos Místicos da Vida Humana, por Maximiliano Perty, professor da Universidade de Berne, publicada em 1861. (Leipzig e Heidelberg)
[Os Fenômenos Místicos da Vida Humana.]
por Maximiliano Perty.
1. — Um camponês proprietário foi visto, pelo seu cocheiro, na cavalariça, com o olhar dirigido para os animais, no momento mesmo em que estava a comungar na igreja. Narrando o fato, mais tarde, ao seu pastor, perguntou-lhe este em que pensava ele no momento da comunhão. — Para dizer a verdade, respondeu o camponês, pensava nos meus animais. — Aí está explicada a sua aparição, replicou o eclesiástico.”
Estava com a verdade o pastor, porquanto, sendo o pensamento atributo essencial do Espírito, tem este que se achar onde se ache o seu pensamento. A questão é saber se, no estado de vigília, pode o desprendimento do perispírito ser suficientemente grande para produzir uma aparição, o que implicaria um como desdobramento do Espírito, uma de cujas partes animaria o corpo fluídico e a outra o corpo material. Nada terá isto de impossível, se considerarmos que, quando o pensamento se concentra num ponto distante, o corpo apenas atua maquinalmente, por efeito de uma espécie de impulsão mecânica, o que se verifica, sobretudo, com as pessoas distraídas. A vida espiritual acompanha o Espírito. É, pois, provável que o homem de quem se trata haja tido, naquele momento, uma distração forte e que os seus animais o preocupavam mais do que a comunhão.
Este outro fato é da mesma categoria; apresenta, porém, uma particularidade mais notável:
2. — O juiz de cantão, J…, em Fr.… mandou certo dia seu amanuense a uma aldeia dos arredores. Passado algum tempo, ele o viu entrar de novo, tomar de um livro no armário e folheá-lo. Perguntou-lhe bruscamente por que ainda não fora onde o mandara. A essas palavras, o amanuense desapareceu. O livro cai no chão e o juiz o coloca em cima de uma mesa, aberto como caíra. À tarde, de regresso o amanuense, o juiz o interrogou sobre se lhe acontecera alguma coisa em caminho, se tinha voltado à sala onde naquele momento se achavam. — Não, respondeu o amanuense; fiz a viagem na companhia de um amigo; ao atravessarmos a floresta, pusemo-nos a discutir acerca de uma planta que encontráramos e eu lhe disse que, se estivesse em casa, fácil me seria mostrar-lhe uma página de Lineu que me daria razão. Era justamente esse o livro que ficara aberto na página indicada.”
Por muito extraordinário que pareça o fato, não se poderia tachá-lo de materialmente impossível, por isso que ainda longe estamos de conhecer todos os fenômenos da vida espiritual. Contudo, faz-se mister a confirmação. Num caso desses, seria preciso comprovar, de maneira positiva, o estado do corpo no momento da aparição. Até prova em contrário, duvidamos de que o fato seja possível, desde que o corpo se ache em atividade inteligente.
Os que seguem bem mais extraordinários são e francamente confessamos que os inspiram dúvidas ainda maiores. Compreende-se facilmente que a aparição do Espírito de uma pessoa viva seja vista por uma terceira pessoa, porém não que um indivíduo possa ver a sua própria aparição, principalmente nas condições abaixo referidas.
3. — O Secretário do governo, Triptis, em Weimar, indo à Chancelaria, em busca de um maço de documentos de que muito precisava, deparou lá consigo, já sentado na sua cadeira habitual e tendo diante de si os documentos. Assustado, volta para casa e manda seu empregado com ordem de apanhar os documentos que se achavam no lugar do costume. O empregado vai e igualmente vê o patrão sentado na sua cadeira.”
4. — Becker, professor de matemáticas em Rostok, estava à mesa com alguns amigos, entre os quais surge uma questão teológica. Becker vai à sua biblioteca em busca de uma obra que decidiria a questão e deu consigo assentado no lugar costumeiro. Olhando por cima dos ombros do seu outro eu, verifica que este lhe aponta a seguinte passagem da Bíblia, num volume aberto: “Arranja tua casa, pois tens de morrer.” Volta para junto de seus amigos que em vão se esforçam por lhe demonstrar que era loucura ligar a menor importância àquela visão. — Ele morreu no dia seguinte.”
5. — Hoppack, autor da obra: Materiais para o Estudo da Psicologia, diz que o padre Steinmetz, com visitas em casa, estando no seu quarto, se viu a si próprio em seu jardim, no lugar que lhe era preferido. Apontando para si mesmo e depois para o seu semelhante, disse: “Aqui está Steinmetz, o mortal; lá está o imortal.”
6. — F…, da cidade de Z…, que foi juiz mais tarde, achando-se, quando moço, em vilegiatura no campo, uma filha da casa lhe pediu fosse buscar ao seu quarto um guarda-sol. Ele foi e viu a moça sentada à sua mesa de trabalho, porém mais pálida do que quando a deixara. Olhava para a frente. F…, apesar do medo de que foi presa, apanhou o guarda-sol, que estava ao lado dela, e o levou. Vendo-o de semblante transtornado, disse-lhe a moça: Confesse que viu alguma coisa, que me viu no quarto. Não se aflija, não estou para morrer. Sou dupla (em alemão: Doppelgaenger, que quer dizer, literalmente : alguém que anda duplo). Em pensamento, eu estava junto do meu trabalho e já muitas vezes dei com a minha imagem ao meu lado. Nada fazemos uma à outra.”
7. — O conde D… e as sentinelas pretenderam ter visto uma noite a imperatriz Elisabeth da Rússia, sentada em seu trono, na sala onde este se erguia, em trajes de grande gala, estando ela deitada e a dormir no seu aposento. A dama de honra, que se achava de serviço, convencida do fato, foi despertá-la. A imperatriz se dirigiu também para a sala do trono e viu lá a sua imagem. Ordenou a uma sentinela que fizesse fogo; imediatamente desapareceu a imagem. A imperatriz morreu três meses depois.”
8. — Um estudante, chamado Elger, tornou-se muito melancólico, depois de se ter visto a si mesmo com o costume vermelho que habitualmente usava. Nunca via o seu rosto, mas apenas os contornos de uma forma vaporosa que se lhe assemelhava e sempre ao cair da tarde ou ao luar. Via a imagem no lugar onde estivera por longo tempo a estudar.”
9. — Uma governanta francesa, Emília Sagée, perdeu dezenove vezes esse cargo, porque aparecia por toda parte em duplo. As moças de um pensionato em Neuwelke, na Livônia, viram-na algumas vezes no salão ou no jardim, ao mesmo tempo que, em realidade, ela se achava algures. Doutras vezes, viam, diante do quadro-negro, duas senhoritas Sagée, uma ao lado da outra, exatamente iguais, fazendo os mesmos movimentos, com a única diferença de que só a verdadeira Sagée tinha na mão um pedaço de giz, com que escrevia no quadro.”
A obra do Sr. Perty contém grande número de fatos deste gênero. É de notar-se que, em todos os casos citados, o princípio inteligente se mostra do mesmo modo ativo nos dois indivíduos e, até, mais ativo no ser material, quando o contrário é que deveria dar-se. Mas; o que nos parece radicalmente impossível é que haja antagonismo, divergência de ideias, de pensamentos e de sentimentos nos dois seres. Entretanto, essa divergência é manifesta, sobretudo, no fato nº 4, em o qual um previne o outro de sua morte, e no nº 7, em que a imperatriz manda fazer fogo contra o seu outro eu.
Admitindo-se a divisão do perispírito e uma força fluídica suficiente a manter a atividade normal no corpo; supondo-se também a divisão do princípio inteligente, ou uma irradiação sua capaz de animar os dois seres e de lhe facultar uma espécie de ubiquidade, esse princípio, que é uno, tem que se conservar idêntico; não poderia, pois, haver, de um lado, uma vontade que não existisse do outro, a menos se admita que haja Espíritos gêmeos, como há corpos gêmeos, isto é, que dois Espíritos se identifiquem para encarnar num só corpo, o que não é concebível.
Se, em todas essas histórias fantásticas, alguma coisa há que se deva guardar, também há muito que repudiar, havendo ainda a parte pertencente à lenda. Longe de nos induzir a aceitá-las cegamente, o Espiritismo nos ajuda a separar o verdadeiro do falso, o possível do impossível, mediante leis que nos revela, concernentes à constituição e ao papel do elemento espiritual. Não nos apressemos, todavia, em rejeitar a priori tudo o que não compreendemos, porque muito distante estamos de conhecer todas as leis e porque a natureza ainda nos não patenteou todos os seus segredos. O mundo invisível é um campo ainda novo de observações e seríamos presunçosos se pretendêssemos haver sondado todas as suas profundezas, quando incessantemente novas maravilhas se ostentam aos nossos olhos. Entretanto, há fatos cuja impossibilidade material a lógica e as leis conhecidas demonstram. Tal por exemplo, o que vem relatado na Revista Espírita de fevereiro de 1859, à pág. 41, sob a epígrafe: Meu amigo Hermann. Trata-se de um jovem alemão da alta roda, delicado, atencioso, de bom caráter, que, todas as tardes, ao pôr do sol, caía em estado de morte aparente, durante o qual seu Espírito despertava nos antípodas, na Austrália, em o corpo de um bandido que acabava sendo enforcado.
O simples bom-senso demonstra que, admitida como possível essa dualidade corpórea, o mesmo Espírito não pode ser, alternativamente, um homem honesto, durante o dia, num corpo, e, à noite, um bandido, noutro corpo. Quem diga que o Espiritismo acredita em tais histórias prova que não o conhece, pois que, ao contrário, ele fornece os meios de evidenciar a absurdidade delas. Mas, ao mesmo tempo que demonstra o erro de uma crença, prova que muitas vezes essa crença repousa num princípio verdadeiro, desfigurado ou exagerado pela superstição. Cumpre se destaque o fruto da casca que o envolve.
Que contos ridículos se não engendraram sobre o raio, antes que se conhecesse a lei da eletricidade! Outro tanto se dá no que concerne às relações do mundo visível com o mundo invisível. Tornando conhecida a lei que preside a essas relações, o Espiritismo as coloca no terreno da realidade. Esta realidade, porém, ainda é excessiva para os que não admitem nem almas, nem mundo invisível. Ao ver desses, é superstição tudo o que sai dos limites do mundo visível e tangível. Tal a razão por que achincalham o Espiritismo.
NOTA. — A questão, muito interessante, dos homens duplos e a dos agêneres, que àquela se liga intimamente, até agora a ciência espírita as relegou para segundo plana, à falta de documentos para completa elucidação de uma e outra. Essas manifestações, por muito singulares que sejam, por incríveis que pareçam à primeira vista, sancionadas pelas narrativas dos mais sérios historiadores da Antiguidade e da Idade Média, confirmadas por fatos recentes, anteriores ao advento do Espiritismo, ou contemporâneos, de modo nenhum podem ser postas em dúvida. O Livro dos Médiuns, no artigo intitulado: Visitas espirituais entre pessoas vivas, e a Revista Espírita, em muitas passagens [v. Aparição de um filho à sua mãe. Vide mais abaixo outros exemplos], confirmam a realidade de tais manifestações de forma absolutamente incontestável. De um confronto e de um exame aprofundado de todos esses fatos, talvez ressaltasse uma solução pelo menos parcial da questão e a eliminação de algumas das dificuldades que parecem envolve-la.
Muito gratos ficaríamos àqueles dos nossos correspondentes que se dignassem de fazer dessa questão um estudo especial, quer pessoalmente, quer por intermédio dos Espíritos, e de nos comunicarem o resultado de suas pesquisas, no interesse, bem entendido, da difusão da verdade.
Percorrendo rapidamente os anos anteriores da Revista e considerando os fatos assinalados e as teorias enunciadas para explicá-los, chegamos à conclusão de que talvez conviesse separar os fenômenos em duas categorias bem distintas, o que permitiria se lhes dessem explicações diferentes e se demonstrasse que são mais aparentes do que reais as impossibilidades que se levantam contra a aceitação pura e simples dos mesmos fenômenos. (Vejam-se a respeito os artigos da Revista Espírita de janeiro de 1859, o Duende de Baiona; fevereiro de 1859: Os agêneres e Meu amigo Hermann; maio de 1859: O laço entre o Espírito e o corpo; novembro de 1859: A alma errante; janeiro de 1860: O Espírito de um lado e o corpo do outro; março de 1860: Estudo sobre o Espírito das pessoas vivas. O Dr. V… e a Senhorita S…; abril de 1860: O fabricante de S. Petersburgo; Aparições tangíveis; novembro de 1860: História de Maria d’Agreda; julho de 1861: Uma aparição providencial, etc., etc.)
A faculdade de expansão dos fluidos perispiríticos já está sobejamente demonstrada pelas mais dolorosas operações cirúrgicas realizadas em doentes adormecidos, quer pelo clorofórmio e o éter, quer pelo magnetismo animal. Não raro, com efeito, estes últimos conversam de coisas agradáveis com os assistentes, ou se transportam para longe, em Espírito, enquanto o corpo se retorce com todas as aparências de estar experimentando as mais horríveis torturas. A máquina humana, imobilizada no todo ou em parte, é retalhada pelo escalpelo brutal do cirurgião, os músculos se agitam, crispam-se os nervos e transmitem a sensação ao aparelho cérebro espinhal; mas, a alma, que é quem, no estado normal, sente a dor e a manifesta exteriormente, afastada, por alguns momentos, do corpo sujeito à operação, dominada por outras ideias, por outras ações, só muito surdamente é avisada do que se passa no seu envoltório mortal e se conserva perfeitamente insensível. Quantas vezes não se têm visto soldados gravemente feridos, absorvidos pelo ardor do combate, a perder sangue e forças, combaterem por muito tempo ainda, sem se aperceberem de seus ferimentos? Um homem, vivamente preocupado, recebe um golpe violento sem sentir coisa alguma, e só quando cessa a abstração da sua inteligência, reconhece tê-lo atingido a sensação dolorosa que experimenta. A quem não aconteceu ainda, durante uma profunda contenção do Espírito, passar pelo meio de uma multidão tumultuosa e ululante, sem nada ver, nem ouvir, embora o nervo óptico e o aparelho auditivo hajam percebido e transmitido à alma as sensações?
Pelos casos que precedem e por uma imensidade de fatos que seria ocioso reproduzir aqui, mas que a todos é possível conhecer e apreciar, torna-se fora de dúvida que o corpo pode desempenhar suas funções orgânicas, estando longe o Espírito, levado por preocupações de outra ordem. Indefinidamente expansível, conservando ao corpo a elasticidade e a atividade necessárias à sua existência, o perispírito acompanha constantemente o Espírito durante a sua prolongada viagem pelo mundo ideal.
Se, ao demais, considerarmos a propriedade, muito conhecida, que ele possui, de condensar-se, propriedade que lhe permite tornar-se visível sob aparências corpóreas aos médiuns videntes e, embora mais raramente, a quem quer que se ache presente no lugar para onde o Espírito se haja transportado, não poderemos pôr em dúvida a possibilidade do fenômeno da ubiquidade.
Temos, pois, como demonstrado que uma pessoa viva pode aparecer simultaneamente em dois lugares afastados um do outro: num, com o seu corpo real; no outro, com o seu perispírito momentaneamente condensado sob a aparência de suas formas materiais. Entretanto, de acordo nisto, como sempre, com Allan Kardec, não podemos admitir a ubiquidade, senão quando reconhecemos identidade perfeita nos modos por que se comporta o ser aparente. Tais, por exemplo, os fatos anteriormente citados, nº 1 e 2. Quanto aos fatos que se seguem a esses e que consideramos inexplicáveis, se lhes aplicamos a teoria da ubiquidade, logo nos parecem, senão indiscutíveis, pelo menos admissíveis, desde que considerados de outro ponto de vista.
Nenhum dos nossos leitores ignora que os Espíritos desencarnados têm a faculdade de mostrar-se, sob aparência material, em certas circunstâncias e, em particular, aos médiuns videntes. Contudo, em bom número de casos, tais como os das aparições visíveis e tangíveis para uma multidão, ou para umas tantas pessoas, evidente se faz que a percepção da aparição não é devida à faculdade mediúnica dos assistentes, mas à realidade da aparência corpórea do Espírito e, nessa circunstância, como nos casos de ubiquidade, essa aparência corpórea resulta da condensação do aparelho perispirítico. Ora, se, as mais das vezes, os Espíritos, para se tornarem reconhecíveis, se apresentam tais quais eram em vida, com as vestes que habitualmente usavam, impossível não há de ser que se apresentem vestidos de modo diferente, ou mesmo sob aspectos quaisquer, como, por exemplo, o Duende de Baiona, que aparecia ora sob a sua forma pessoal, ora com a figura de um irmão seu, já igualmente morto, ora sob o aspecto de pessoas vivas e até presentes. O Espírito tinha o cuidado de fazer lhe reconhecessem a identidade, sem embargo das várias formas sob que se apresentava. Nada, porém, teria ele feito, se não fosse evidente que as testemunhas da manifestação estavam persuadidas de que assistiam a um fenômeno de ubiquidade.
Se, considerando como um precedente esse fato, que absolutamente não é único, procurarmos explicar os de nos 3 e seguintes, talvez se nos torne possível aceitar-lhes a realidade, ao passo que, admitida a ubiquidade, a incompatibilidade das ideias, o antagonismo dos sentimentos e a atividade do organismo das duas partes não nos permitem considerá-los possíveis.
No fato nº 4 se, em vez de imaginarmos o professor Becker em presença do seu sósia, admitirmos que ele tinha diante de si um Espírito que lhe aparecia com o seu aspecto, deixa de haver qualquer antagonismo e o fenômeno entra no domínio do possível. O mesmo se dá com o fato n.º 7. Não se compreende que Elisabeth da Rússia haja mandado atirar sobre a sua própria imagem, mas admite-se perfeitamente que o haja feito contra um Espírito que tomara a sua aparência para mistificá-la. Alguns Espíritos tomam às vezes nomes de empréstimo e adotam o estilo e as formas de dizer de outro, para alcançarem a confiança dos médiuns e conseguirem penetrar nos grupos. Que haveria de impossível que a um Espírito orgulhoso aprouvesse tomar a forma da imperatriz Elisabeth e sentar-se no seu trono, a fim de dar vã satisfação aos seus sonhos ambiciosos? O mesmo se pode dizer com relação a outros fatos.
Esta explicação damo-la apenas pelo que possa valer. Não passa, para nós, de uma suposição bastante plausível; não é a solução real do problema. Mas, qual a apresentamos, ela nos parece de natureza a esclarecer a questão, de atrair para esta as luzes da discussão e da refutação. A esse título é que a submetemos aos nossos leitores. Possam as reflexões que provoque, as meditações a que abra ensejo cooperar para a elucidação de um problema que apenas esfloramos, deixando que outros mais dignos de o fazerem dissipem a obscuridade que ainda a envolvem.
P. -G. Leymarie.