O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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O Livro dos Espíritos.

(1ª edição)
(Idioma francês)

NOTAS

Nota IX — (Nº 235)

Nunca seria demais insistir na importância da maneira de fazer as perguntas e, talvez mais ainda, na natureza das perguntas. Algumas há que os Espíritos não podem ou não devem responder por motivos que nos são desconhecidos, sendo, pois, inútil insistir. Mas o que se deve evitar acima de tudo são as perguntas que têm o fim de pôr em prova a perspicácia deles. Quando a coisa existe, diz-se, devem sabê-la; ora, é precisamente porque tal coisa já é conhecida de vós, ou porque tendes meios de verificá-la vós mesmos, que eles não se dão ao trabalho de responder; a suspeição os irrita e nada se obtém de satisfatório; afasta sempre os Espíritos sérios que só falam de bom grado às pessoas que se dirigem a eles com confiança e sem segundas intenções. Na Terra não se lhes teria falado senão com deferência; com mais forte razão devemos fazê-lo agora que estão bem acima do que estavam aqui. Não temos disso exemplo todos os dias entre nós? Homens superiores, que têm consciência de seu valor, se divertiriam em responder a todas as perguntas tolas que visassem submetê-los a exame, tal como se faz a simples escolares? O desejo de fazer um adepto de tal ou qual pessoa não é para os Espíritos motivo de satisfazer a vã curiosidade; eles sabem que, cedo ou tarde, a convicção virá, e os meios que empregam para convencer nem sempre são os que imaginamos.

A ordem e a maneira de nos conduzirmos nas sessões de evocação devem corresponder à gravidade da intenção das pessoas reunidas. Os Espíritos de ordem elevada não podem considerar sérias reuniões em que não há silêncio nem recolhimento; onde as perguntas pessoais mais fúteis e amiúde mais ridículas cruzam incessantemente com as questões mais graves; em que cada um vem pôr na corbelha seu segredinho em cédula dobrada, como na urna do destino. Seria o mesmo que tirar a sorte com o adivinho da praça pública.

Suponde um homem grave, ocupado com coisas úteis e sérias, importunado a toda hora com as perguntas pueris de uma criança, e tereis uma ideia justa do que devem pensar os Espíritos superiores de todas as parvoíces que lhes vão contar. Não se conclua daí que não possamos obter, da parte dos Espíritos, instruções úteis e, sobretudo, bons conselhos, relativos a interesses privados; respondem, porém, de acordo com os conhecimento que eles próprios possuem, o interesse que deles mereçamos, a afeição que nos dediquem, enfim, segundo nosso propósito e a utilidade que vejam na coisa; porém, se nos limitamos a imaginá-los como feiticeiros, não poderão ter por nós profunda simpatia; a partir de então suas aparições são breves, e muitas vezes manifestam mau humor por serem incomodados à toa (Ver O Livro dos Médiuns, 2ª parte, capítulo XXVI, “Perguntas que se podem fazer aos Espíritos”).


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