Roteiro 3
Provas da existência e da sobrevivência do Espírito
Objetivo Geral: Propiciar conhecimento a respeito da existência e da sobrevivência do Espírito.
Objetivo Específico: Citar provas da existência e da sobrevivência do Espírito.
CONTEÚDO BÁSICO
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A alma do homem sobrevive ao corpo e conserva a individualidade após a morte deste. Allan Kardec: Obras Póstumas. Primeira parte, Capítulo 1, item 7.
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Provam a existência da alma os atos inteligentes do homem, por isso eles hão de ter uma causa inteligente e não uma causa inerte. Que ela independe da matéria está demonstrado de modo patente pelos fenômenos espíritas que a mostram agindo por si mesma […]. Allan Kardec: Obras Póstumas. Primeira parte, Capítulo 1, item 6.
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A sobrevivência desta [da alma] à morte do corpo está provada de maneira irrecusável e até certo ponto palpável, pelas comunicações espíritas. Sua individualidade é demonstrada pelo caráter e pelas qualidades peculiares a cada um. Essas qualidades, que distinguem uma das outras as almas, lhes constituem a personalidade. […] Além das provas inteligentes, há também a prova material das manifestações visuais, ou aparições, tão frequentes e autênticas, que não é lícito pô-las em dúvida. Allan Kardec: Obras Póstumas. Primeira parte, Capítulo 1, item 7.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
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Iniciar a reunião com a apresentação dos resultados — previamente tabulados — da pesquisa indicada, na semana anterior, como atividade extraclasse.
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Passar a palavra a cada participante para apresentação do seu trabalho.
Desenvolvimento:
Conclusão:
Avaliação:
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O estudo será considerado satisfatório se as provas apresentadas pelos participantes, a partir da pesquisa realizada e do trabalho desenvolvido pelas duplas, demonstrarem que houve comprovação da existência e sobrevivência do Espírito.
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
1. À pergunta — existe a alma? [ou Espírito]
— A ciência responde talvez, os fenômenos do magnetismo, do hipnotismo e da anestesia dizem que sim, e nisso confirmam todas as deduções da filosofia e as afirmações da consciência.
Constrangidos, pela evidência dos fatos, a admitir uma força diretriz no homem, grande número de materialistas se refugiam em uma última negativa, sustentando que essa energia se extingue com o corpo, de que ela não era senão uma emanação. Como todas as forças físicas e químicas, dizem eles, a alma, essa resultante vital, cessa com a causa que a produz; morto o homem, está aniquilada a alma.
Será possível? Não seremos mais que um simples conglomerado vulgar de moléculas sem solidariedade umas com as outras? Deve desaparecer para sempre nossa individualidade cheia de amor e, do que foi um homem, não restará verdadeiramente senão um cadáver destinado a desagregar se, lentamente, na fria noite do túmulo? (17)
A primeira refutação a esse pensamento de que o Espírito — ou a alma — se origina da matéria vem do raciocínio lógico de Descartes: cogito, ergo sum (penso, logo existo), que poderia ser entendido assim: a matéria por si mesma não pensa, logo existe em mim, além da matéria, algo que é o agente do meu pensamento.
Poder-se-ia admitir que é o cérebro que segrega esse pensamento, como o fígado segrega a bílis? Seria isso ilógico se considerarmos que, sendo o pensamento um efeito inteligente, reclama a existência de uma causa também inteligente?
Allan Kardec assinala que a […] dúvida, no que concerne à existência dos Espíritos, tem como causa primária a ignorância acerca da verdadeira natureza deles. Geralmente, são figurados como seres à parte na criação e de cuja existência não está demonstrada a necessidade. […] Seja qual for a ideia que dos Espíritos se faça, a crença neles necessariamente se funda na existência de um princípio inteligente fora da matéria. Essa crença é incompatível com a negação absoluta deste princípio. (1)
Se a crença nos Espíritos e nas suas manifestações — afirma ainda Kardec representasse uma concepção singular, fosse produto de um sistema, poderia, com visos de razão, merecer a suspeita de ilusória. Digam-nos, porém, por que com ela deparamos tão vivaz entre todos os povos, antigos e modernos, e nos livros santos de todas as religiões conhecidas? É, respondem os críticos, porque, desde todos os tempos, o homem teve o gosto do maravilhoso. — Mas, que entendeis por maravilhoso? — O que é sobrenatural. — Que entendeis por sobrenatural? — O que é contrário às leis da Natureza. — Conheceis, porventura, tão bem essas leis, que possais marcar limite ao poder de Deus? Pois bem! Provai então que a existência dos Espíritos e suas manifestações são contrárias às leis da Natureza; que não é, nem pode ser uma destas leis. Acompanhai a Doutrina Espírita e vede se todos os elos, ligados uniformemente à cadeia, não apresentam todos os caracteres de uma lei admirável, que resolve tudo o que as filosofias até agora não puderam resolver. (2)
Os fenômenos que evidenciam a existência e a sobrevivência do Espírito vêm sendo pesquisados, principalmente a partir do século XIX, por pessoas sérias e conceituadas em vários países. A pesquisa existente a respeito desse assunto é muito rica. Citaremos aqui apenas algumas modalidades desse trabalho investigativo.
2. Fenômeno de exteriorização da alma
Durante o sono […] quando o corpo descansa e os sentidos estão inativos, podemos verificar que um ser vela e age em nós, vê e ouve através dos obstáculos materiais, paredes ou portas, e a qualquer distância. […] O ser fluídico se desloca, viaja, paira sobre a Natureza, assiste a uma multidão de cenas […] e tudo isso se realiza sem a intervenção dos sentidos materiais, estando fechados os olhos, e os ouvidos nada percebendo. (18)
Kardec denomina este fenômeno, de clarividência sonambúlica. Assim se expressa o Codificador do Espiritismo:
Sendo de natureza diversa das que ocorrem no estado de vigília, as percepções que se verificam no estado sonambúlico não podem ser transmitidas pelos mesmos órgãos. É sabido que neste caso a visão não se efetua por meio dos olhos que, aliás, se conservam, em geral, fechados […]. Ao demais, a visão a distância e através dos corpos opacos exclui a possibilidade do uso dos órgãos ordinários da vista. (12) É a alma que confere ao sonâmbulo as maravilhosas faculdades de que ele goza. (13)
3. Casas mal-assombradas e transportes de objetos
O fenômeno das casas mal-assombradas é um dos mais conhecidos e frequentes. Encontramo-lo um pouco por toda a parte. Numerosíssimos são os lugares mal-assombrados, as casas, em cujas paredes e em cujos soalhos e móveis se ouvem ruídos e pancadas. Em certas habitações, os objetos se deslocam sem contacto; caem pedras lançadas do exterior por uma força desconhecida; ouvem-se estrépitos de louça a quebrar se, gritos, rumores diversos, .que incomodam e atemorizam as pessoas impressionáveis. (20)
A história do moderno Espiritualismo [Espiritismo] começou por um caso de natureza mal-assombrada. As manifestações da casa de Hydesville, assim visitada, em 1848, e as tribulações da família Fox, que nela residia, são bem conhecidas. (19) (Veja o roteiro 1 do Módulo II).
4. Fenômeno das mesas girantes
Mesas girantes é o nome dado às comunicações dos Espíritos por meio do movimento circular que eles imprimem a uma mesa. (3) Este efeito igualmente se produz com qualquer outro objeto, mas sendo a mesa o móvel com que, pela sua comodidade, mais se tem procedido a tais experiências, a designação de mesas girantes prevaleceu, para indicar esta espécie de fenômenos. (3)
5. Manifestação dos Espíritos pela escrita
Variadas são as formas de comunicação dos Espíritos pela escrita, a saber:
a) Psicografia indireta: obtida por meio de pranchas, cestas e mesinhas às quais se adapta um lápis. (7) (8)
b) Psicografia direta ou manual: obtida pelo próprio médium sob a influência dos Espíritos, podendo aquele ter, ou não, consciência do que escreve. (9)
c) Escrita direta ou pneumatografia: produzida […] espontaneamente, sem o concurso, nem da mão do médium, nem do lápis. Basta tomar se de uma folha de papel branco, […] dobrá-la e depositá-la em qualquer parte, numa gaveta, ou simplesmente sobre um móvel. Feito isso, se a pessoa estiver nas devidas condições, ao cabo de mais ou menos longo tempo encontrar-se-ão, traçados no papel, letras, sinais diversos, palavras, frases e até dissertações, as mais das vezes com uma substância acizentada, análoga à plumbagina, doutras vezes com lápis vermelho, tinta comum e, mesmo, tinta de imprimir. (6)
6. Manifestação dos Espíritos pela audição e pela palavra
Os Espíritos podem-se comunicar pelo aparelho auditivo do médium, o que possibilita a este manter com eles conversação regular. (10) Podem, de igual modo, atuar sobre os seus órgãos da palavra. Nesse caso o médium transmite as ideias dos Espíritos muitas vezes sem ter consciência do que está falando e, frequentemente, […] diz coisas completamente estranhas às suas ideias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência. (11)
7. Aparições e materializações de Espíritos
Dão-se as aparições dos Espíritos […] quando o vidente se acha em estado de vigília e no gozo da plena e inteira liberdade das suas faculdades. Apresentam-se, em geral, sob uma forma vaporosa e diáfana, às vezes vaga e imprecisa. […] Doutras vezes, as formas se mostram nitidamente acentuadas, distinguindo-se os menores traços da fisionomia, a ponto de se tornar possível fazer se da aparição uma descrição completa. (4)
Por vezes, o Espírito se apresenta sob […] uma forma ainda mais precisa, com todas as aparências de um corpo sólido, ao ponto de causar completa ilusão e dar a crer, aos que observam a aparição, que têm adiante de si um ser corpóreo. Em alguns casos, finalmente, e sob o império de certas circunstâncias, a tangibilidade se pode tornar real, isto é, possível se torna ao observador tocar, palpar, sentir, na aparição, a mesma resistência, o mesmo calor que num corpo vivo, o que não impede que a tangibilidade se desvaneça com a rapidez do relâmpago. Nesses casos, já não é somente com o olhar que se nota a presença do Espírito, mas também pelo sentido tátil. Dado se possa atribuir à ilusão ou a uma espécie de fascinação a aparição simplesmente visual, o mesmo já não ocorre quando se consegue segurá-la, palpá-la, quando ela própria segura o observador e o abraça, circunstâncias em que nenhuma dúvida mais é lícita. Os fatos de aparições tangíveis [materializações] são os mais raros; porém, os que se têm dado […] pela influência de alguns médiuns de grande poder e absolutamente autenticados por testemunhos irrecusáveis, provam e explicam o que a história refere acerca de pessoas que, depois de mortas, se mostraram com todas as aparências da realidade. (5)
8. Xenoglossia
Por fenômenos de xenoglossia entendem-se os casos em que o médium, não só fala ou escreve em línguas que ignora, mas fala ou escreve nessas línguas, formulando observações originais, ou conversando com os presentes […]. (16)
9. Transcomunicação Instrumental (TCI)
Esse fenômeno abrange a manifestação dos Espíritos através de meios técnicos, tais como, gravador, rádio, secretária eletrônica, computador, fax, televisão, telefone e, mais recentemente, TV-fone (uma composição de aparelhos que possibilita à entidade espiritual aparecer no monitor de TV e falar simultaneamente pelo telefone). (23)
10. Experiência de quase morte
É o estado de morte clínica que uma pessoa experimenta durante alguns instantes, após o que retorna à vida física. Os relatos feitos pelas pessoas que passaram por essa experiência coincidem com os ensinamentos do Espiritismo e das religiões que aceitam a reencarnação. (14)
11. Visões no leito da morte
No momento da morte são comuns as percepções do mundo espiritual, podendo, inclusive, aquele que está em processo de desencarnação visitar parentes e amigos, a fim de despedir-se deles. Investigações criteriosas têm demonstrado que esses fenômenos não são mera alucinação. (15)
12. Fenômenos que demonstram a reencarnação
Esses fenômenos, que serão vistos no roteiro 2, do Módulo VI, se juntam às demais provas da sobrevivência do Espírito, uma vez que atestam a persistência da individualidade através das diversas existências corporais.
As modalidades de fenômenos que referimos são, como dissemos, apenas ilustrativas do grande acervo de fatos que têm sido observados ao longo do tempo por eminentes pesquisadores de diversas nacionalidades. Essa gama de fenômenos, apenas explicados integralmente pelo Espiritismo, leva-nos a dizer com Léon Denis […] que a sobrevivência está amplamente demonstrada. Nenhuma outra teoria, a não ser a da intervenção dos sobrevivos, seria capaz de explicar o conjunto dos fenômenos, em suas variadas formas. Alf. Russel Wallace o disse: O Espiritismo está tão bem demonstrado como a lei de gravitação. E W Crookes repetia: O Espiritismo está cientificamente demonstrado. (21)
Em resumo, podemos dizer que são copiosas as provas da sobrevivência para aqueles que as procuram de ânimo sincero, com inteligência e perseverança. Assim, a noção de imortalidade se destaca pouco a pouco das sombras acumuladas pelos sofismas e negações, e a alma humana se afirma em sua imperecedoura realidade. (22)
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 76. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Primeira parte. Capítulo 1, item 1, p. 19-20.
2. Idem - Capítulo 2, item 7, p. 27-28.
3. Id. - Segunda parte. Capítulo 2, item 60, p. 82.
4. Id. - Capítulo 6, item 102, p. 139.
5. Id. - Item 104, p. 141-142.
6. Id. - Capítulo 8, item 127, p. 166.
7. Id. - Capítulo 13, item 152, p. 198.
8. Id. - Item 156, p. 200-201.
9. Id. - Item 157, p. 201.
10. Id. - Capítulo 14, item 165, p. 209-210.
11. Id. - Item 166, p. 210.
12. Idem - Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 38. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Primeira parte. Causa e natureza da clarividência sonambúlica (Explicação do Fenômeno da lucidez), p. 93.
13. Idem. - p. 95.
14. ANDRADE, Hernani Guimarães. Morte: Uma Luz no Fim do Túnel. 2. ed. São Paulo: Editora Jornalística FE, 1999. Prefácio, p. 16.
15. Idem - Capítulo 3, p. 29.
16. BOZZANO, Ernesto. Xenoglossia. Tradução de Guillon Ribeiro. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. (Casos de xenoglossia obtidos com o automatismo escrevente), p. 60.
17. DELANNE, Gabriel. O Espiritismo Perante a Ciência. Tradução de Carlos Imbassahy. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Terceira parte. Capítulo 1, p. 147.
18. DENIS, Léon. No Invisível. Tradução de Leopoldo Cirne. 23. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Segunda parte. Capítulo 12, p. 132-133.
19. Idem - Capítulo 16, p. 186.
20. Idem, ibidem - p. 194.
21 Id. - Capítulo 21, p. 314.
22. Idem, ibidem - p. 338.
23. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Curso de Estudo e Educação da Mediunidade. Programa 2, módulo 5, roteiro 5, p. 317.