Roteiro 2
Espiritismo ou Doutrina Espírita: conceito e objeto
Objetivo Geral: Propiciar conhecimentos gerais sobre a Doutrina Espírita.
Objetivo Específico: Conceituar Doutrina Espírita, destacando o seu objeto.
CONTEÚDO BÁSICO
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Diremos […] que a Doutrina Espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espiritistas. Allan Kardec. O Livro dos Espíritos — Introdução, item 1.
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O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. Allan Kardec: O que é o Espiritismo — Preâmbulo.
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O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações. Allan Kardec: O que é o Espiritismo — Preâmbulo.
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Assim como a Ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo 1, item 16.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
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Apresentar, no início da reunião, os objetivos do tema, realizando breves comentários a respeito.
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Pedir aos participantes que, individual e silenciosamente, leiam os subsídios deste Roteiro, assinalando com um traço as ideias que melhor correspondem ao conceito e ao objetivo de Doutrina Espírita.
Desenvolvimento:
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Enquanto os participantes realizam a leitura recomendada, afixar no mural da sala de aula dois cartazes intitulados, respectivamente: a) Conceito de Espiritismo; b) Objeto do Espiritismo.
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Em seguida, entregar, aleatoriamente, a cada participante uma tira de cartolina contendo frases copiadas dos subsídios, referentes ao conceito e ao objeto do Espiritismo.
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Pedir à turma, em seguida, que, sem consulta ao texto lido, faça a montagem do mesmo, colando cada tira de cartolina em um dos cartazes afixados. Explicar também que essa montagem deve ser auxiliada pelo colega posicionado à esquerda, formando, assim, duplas para a troca de ideias e realização do trabalho.
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Verificar se a montagem do texto está correta, solicitando às duplas breves comentários a respeito das frases que lhes couberam.
Conclusão:
Avaliação:
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O Estudo será considerado satisfatório, se: a) os participantes selecionarem, acertadamente, as frases das tiras de cartolinas que deverão ser coladas no cartazes; b) os comentários das duplas refletirem entendimento do assunto.
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
1. Conceito de Espiritismo
O termo Espiritismo foi criado por Allan Kardec pelas razões que ele mesmo aduz na Introdução de sua obra O Livro dos Espíritos:
Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocábulos espiritual, espiritualista e espiritualismo têm acepção bem definida. Dar lhes outra, para aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de anfibolobia. Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haverem si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo invisível. Em vez das palavras espiritual, espiritualismo, empregamos, para indicar a crença a que vimos de referir nos, os termos espírita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria. Diremos, pois, que a doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espiritistas. (4)
O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações. Podemos defini-lo assim: O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. (5)
Em o Evangelho segundo o Espiritismo, assinala, ainda, Kardec: O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relega dos para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica de modo fácil. (1)
2. Objeto do Espiritismo
Assim como a Ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual. Ora, como este último princípio é uma das forças da Natureza, a reagir incessantemente sobre o princípio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um não pode estar completo sem o conhecimento do outro. O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente, a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação. O estudo das leis da matéria tinha que preceder o da espiritualidade, porque a matéria é que primeiro fere o sentidos. Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas, teria abortado, com tudo quanto surge antes do tempo. (2)
Mais adiante, ainda nesta referência (A Gênese), acrescenta Kardec:
A Ciência moderna abandonou os quatro elementos primitivos dos antigos e, de observação em observação, chegou à concepção de um só elemento gerador de todas as transformações da matéria; mas, a matéria, por si só, é inerte; carecendo de vida, de pensamento, de sentimento, precisa estar unida ao princípio espiritual. O Espiritismo não descobriu, nem inventou este princípio; mas, foi o primeiro a demonstrar lhe, por provas inconcussas, a existência; estudou-o, analisou-o e tomou-lhe evidente a ação. Ao elemento material, juntou ele o elemento espiritual. Elemento material e elemento espiritual, esses os dois princípios, as duas forças vivas da Natureza. Pela união indissolúvel deles, facilmente se explica uma multidão de fatos até então inexplicáveis. O Espiritismo, tendo por objeto o estudo de um dos elementos constitutivos do Universo, toca forçosamente na maior parte das ciências; só podia, portanto, vir depois da elaboração delas; nasceu pela força mesma das coisas, pela impossibilidade de tudo se explicar com o auxílio apenas das leis da matéria. (3)
Em suma, os […] fatos ou fenômenos espíritas, isto é, produzidos por Espíritos desencarnados, são a substância mesma da Ciência Espírita, cujo objeto é o estudo e conhecimento desses fenômenos, para fixação das leis que os regem. […] (6)
ANEXO
(Casimiro Cunha)
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 1, item 5, p. 56-57.
2. Idem - A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 48. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 1, item 16, p. 21.
3. Id. - Item 18, p. 22.
4. Id. - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Introdução. Item 1, p. 13.
5. Id. - O que é o Espiritismo. 53. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Preâmbulo, p. 50.
6. BARBOSA, Pedro Franco. Espiritismo Básico. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. (O Espiritismo Científico). Segunda parte, p. 103.