Roteiro 8
Relações no além-túmulo: simpatias e antipatias
Objetivo Geral: Propiciar conhecimentos da vida no Mundo Espiritual.
Objetivos específicos: Explicar como se processa o relacionamento entre os Espíritos no além-túmulo. — Identificar as causas que determinam as relações de simpatia e de antipatia entre os Espíritos.
CONTEÚDO BÁSICO
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Os Espíritos evitam-se […] ou se aproximam, conforme a simpatia ou a antipatia que reciprocamente uns inspiram aos outros, tal qual sucede entre vós. […] Os da mesma categoria se reúnem por uma espécie de afinidade e formam grupos ou famílias […]. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 278.
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Continua a existir sempre, no mundo dos Espíritos, a afeição mútua que dois seres se consagraram na Terra? Sem dúvida, desde que originada de verdadeira simpatia. Se, porém, nasceu principalmente de causas de ordem física, desaparece com a causa. As afeições entre os Espíritos são mais sólidas e duráveis do que na Terra, porque não se acham subordinadas aos caprichos dos interesses materiais e do amor próprio. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 297.
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Conservarão ressentimento um do outro, no mundo dos Espíritos, dois seres que foram inimigos na Terra? Não; compreenderão que era estúpido o ódio que se votavam mutuamente e pueril o motivo que o inspirava. Apenas os Espíritos imperfeitos conservam uma espécie de animosidade, enquanto se não purificam. […] Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 293.
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A lembrança dos atos maus que dois homens praticaram um contra o outro constitui obstáculo a que entre eles reine simpatia? Essa lembrança os induz a se afastarem um do outro. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 294.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
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Esclarecer, no início da reunião, que as manifestações de simpatia e antipatia existentes entre as pessoas não traduzem, necessariamente, relacionamento anterior, proveniente de outra existência (veja O Livro dos Espíritos, questão 387).
Desenvolvimento:
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Em seguida, pedir à turma que leia silenciosa e atentamente os Subsídios do roteiro.
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Concluída a leitura, dividir os participantes em pequenos grupos, para a realização das seguintes tarefas:
1) troca de opiniões sobre as ideias contidas no texto lido;
2) elaboração de resumo do assunto, com os seguintes destaques:
a) a explicação do processo de relacionamento entre os Espíritos no além-túmulo;
b) identificação das causas que determinam as relações de simpatia e de antipatia entre os Espíritos.
Conclusão:
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Ouvir as conclusões apresentadas pelos grupos, esclarecendo possíveis dúvidas.
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Encerrar a aula enfatizando a importância de eliminar ressentimentos, tendo como base a questão 293 de O Livro dos Espíritos e o ensinamento de Jesus, constante em Mateus, 5.25, 26.
Avaliação:
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
Allan Kardec indaga aos Instrutores da Humanidade se os Espíritos das diferentes ordens se acham misturados uns com os outros. Os Benfeitores esclarecem assim: […] eles se veem, mas se distinguem uns dos outros. Evitam-se ou se aproximam, conforme à simpatia ou à antipatia que reciprocamente uns inspiram aos outros, tal qual sucede entre vós. Constituem um mundo do qual o vosso é pálido reflexo. Os da mesma categoria se reúnem por uma espécie de afinidade e formam grupos ou famílias, unidos pelos laços da simpatia e pelos fins a que visam: os bons, pelo desejo de fazerem o bem; os maus, pelo de fazerem o mal, pela vergonha de suas faltas e pela necessidade de se acharem entre os que se lhes assemelham. Tal uma grande cidade onde os homens de todas as classes e de todas as condições se veem e encontram, sem se confundirem; onde as sociedades se formam pela analogia dos gostos; onde a virtude e o vício se acotovelam. (3) Note-se, que nem todos os Espíritos têm acesso a esses diferentes grupos ou sociedades. Assim é que os bons podem ir […] a toda parte e assim deve ser, para que possam influir sobre os maus. As regiões, porém, que os bons habitam, estão interditadas aos Espíritos imperfeitos, a fim de que não as perturbem com suas paixões inferiores. (4) Cabe, desse modo, aos bons Espíritos […] combater as más inclinações dos outros, a fim de ajudá-los a subir. É sua missão. (5) Para isso, exercem sobre os Espíritos imperfeitos uma autoridade irresistível, porque alicerçada na superioridade moral. (2)
Os Espíritos se comunicam entre si pelo fluido universal, que estabelece entre eles constante intercâmbio, uma vez que é o veículo de transmissão dos seus pensamentos, como para nós o ar é o meio pelo qual se propaga o som. Constitui esse fluido […] uma espécie de telégrafo universal, que liga todos os mundos e permite que os Espíritos se correspondam de um mundo a outro. (6) Essa a razão por que os Espíritos não podem, reciprocamente, dissimular os seus pensamentos, particularmente os Espíritos imperfeitos em relação aos Espíritos Superiores, uma vez que, para estes, […] tudo é patente. (7)
Além da simpatia geral, fundamentada na semelhança entre eles existente, os Espíritos se ligam uns aos outros por afeições particulares, tal como sucede entre os encarnados, sendo, porém, mais forte o laço afetivo no plano espiritual, uma vez que […] não se acha exposto às vicissitudes das paixões. (8) A simpatia que atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de seus pendores e instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade. (15) Desse modo, a afeição mútua que dois seres se consagraram na Terra continua a existir no mundo espiritual […] desde que originada de verdadeira simpatia. Se, porém, nasceu principalmente de causas de ordem física, desaparece com a causa. As afeições entre os Espíritos são mais sólidas e duráveis do que na Terra, porque não se acham subordinadas aos caprichos dos interesses materiais e do amor próprio. (12)
Não obstante essas considerações, é importante ressaltar que inexiste […] união particular e fatal, de duas almas. A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia nascem todos os males dos humanos; da concórdia resulta a completa felicidade. (13) Assim, é inexata a expressão metades eternas, usada para designar certos Espíritos simpáticos, unidos por uma grande afeição, uma vez que, se […] um Espírito fosse a metade de outro, separados os dois, estariam ambos incompletos. (14)
O Espírito Emmanuel, por sua vez, utiliza-se do termo almas gêmeas, para designar dois Espíritos mais intimamente ligados nas experiências evolutivas, ressaltando, contudo, que não se trata, no caso, das referidas metades eternas. (21) E acrescenta que o amor das almas gêmeas não constitui restrição ao amor universal, […] porquanto, atingida a culminância evolutiva, todas as expressões afetivas se irmanam na conquista do amor divino. O amor das almas gêmeas, em suma, é aquele que o Espírito, um dia, sentirá pela Humanidade inteira. (20)
Por outro lado, podem os Espíritos, se imperfeitos, sentir recíproca antipatia e, mesmo, ódio. (9) Esses sentimentos são consequência das relações de inimizade do passado. A lembrança dos atos maus praticados durante a existência corpórea induz os Espíritos a se afastarem uns dos outros, constituindo-se, assim, obstáculo a que entre eles reine simpatia. (11) Essa animosidade se mantém […] enquanto se não purificam. (10)
Pode-se dizer que a […] simpatia ou a antipatia têm as suas raízes profundas no espírito, na sutilíssima entrosagem dos fluidos peculiares a cada um e, quase sempre, de modo geral, atestam uma renovação de sensações experimentadas pela criatura, desde o pretérito delituoso, em iguais circunstâncias. Devemos, porém, considerar que toda antipatia, aparentemente a mais justa, deve morrer para dar lugar à simpatia que edifica o coração para o trabalho construtivo e legítimo da fraternidade. (18) Isso porque o […] amor é uma força inexaurível, renova-se sem cessar e enriquece ao mesmo tempo aquele que dá e aquele que recebe. (16) Movidos pelo amor, os Espíritos […] constituem também agrupamentos separados, famílias que se foram pouco a pouco formando através dos séculos, pela comunidade das alegrias e das dores. (17) Essas famílias […] se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma […]. (1) Quem pode descrever os sentimentos ternos, íntimos, que unem esses seres, as alegrias inefáveis nascidas da fusão das inteligências e das consciências, a união das almas sob o sorriso de Deus? (17)
Em suma, o […] amor é a lei própria da vida e, sob o seu domínio sagrado, todas as criaturas e todas as coisas se reúnem ao Criador, dentro do plano grandioso da unidade universal. (19)
ANEXO
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulo XIV, item 8, p. 238.
2. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Questão 274, p. 179.
3. Id. - Questão 278, p. 180.
4. Id. - Questão 279, p. 180-181.
5. Id. - Questão 280, p. 181.
6. Id. - Questão 282, p. 181.
7. Id. - Questão 283, p. 181.
8. Id. - Questão 291, p. 183.
9. Id. - Questão 292, p. 183.
10. Id. - Questão 293, p. 184.
11. Id. - Questão 294, p. 184.
12. Id. - Questão 297, p. 184-185.
13. Id. - Questão 298, p. 185.
14. Id. - Questão 299, p. 185.
15. Id. - Questão 301, p. 185-186.
16. DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulo XXV, p. 364.
17. Idem, ibidem - p. 366.
18. XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro: 2004, questão 173, p. 106.
19. Id. - Questão 322, p. 184.
20. Id. - Questão 326, p. 187.
21. Id. - (Nota à primeira edição), p. 233.