Lázaro, [do hebreu El-azar, Deus tem ajudado]. †
1. O nome do mendigo na parábola do homem rico e Lázaro. Assentado à porta do homem rico desejava ser alimentado com as migalhas que caíam de sua mesa suntuosamente equipada. Ele também afligia-se com suas úlceras; e, até mesmo os cães vinham lamber suas feridas. Nada é dito do caráter destes personagens; mas quando eles morreram Lázaro foi levado pelos anjos ao seio de Abraão, enquanto o homem rico foi para o lugar dos aflitos. À primeira vista talvez pareça que ele foi recompensado simplesmente por ser pobre, e o outro punido por ser rico; mas a recomendação que o homem rico desejou fazer a seus irmãos, que evidentemente viviam exatamente como ele tinha vivido, não acreditando nem em Moisés, nem nos profetas, para que arrependessem de seu modo de vida, indica que um elemento moral entra no caso, e que sua conduta, e não a posição social que ocupava, decidiu seu último destino (Lucas 16. 19-31).
2. Um membro da família de Betânia, e irmão de Marta e Maria. Foi alvo de profunda afeição não somente da parte de suas irmãs, mas também por Jesus, que falava bem de seu caráter. Ele foi honrosamente escolhido para o sinal da ressurreição dos mortos, e quando adoeceu gravemente suas irmãs mandaram dizer a Jesus, que estava além do Jordão, mas ele não respondeu imediatamente. Dois dias mais tarde, quando Lázaro estava morto, Jesus foi a Betânia. Tendo encontrado Martha fora da aldeia, ele teve uma importante conversa com ela, na qual ele recomendou-lhe tivesse fé na ressurreição e em seu poder para fazer todas coisas, e declarou ser ele mesmo a ressurreição e a vida. Quando veio Maria, Jesus foi com as irmãs e seus amigos ao túmulo, que era do tipo normalmente usado entre os judeus, a saber, uma caverna qualquer natural ou artificial cavada na rocha. Depois de rolarem a pedra afastado-a, Jesus orou ao Pai. Fez isto por causa do povo que o rodeava, aquele milagre poderia servir-lhes de prova que o Pai havia lhe enviado. Então disse para que todos os presentes ouvissem: “Lázaro, sai para fora!” e o morto despertou para a vida e veio adiante (Jo 11.1-44). O efeito deste milagre foi profundo; sendo a causa da recepção entusiástica de Jesus em Jerusalém. Também levou o Sanhedrin a tomar a decisão de pô-lo à morte; porque o povo estava aclamando-o como rei, e, se eles aceitassem sua doutrina confirmando a natureza espiritual do reino do Cristo, toda esperança de sua revolta contra os romanos e seu esforço em restaurar a teocracia desapareceria. Os príncipes decidiram que era melhor que um homem perecesse, sendo culpado ou não, antes que a nação inteira se perdesse (11.45-53; 12.9-19). Lázaro esteve presente num jantar que Simão, o leproso de Betânia, deu em honra de seu grande benfeitor Jesus, seis dias antes da Páscoa (12.1,2); a extensão a que sua restauração à vida tomou, tendeu a trazer novos seguidores a Jesus, deixando as autoridades judias tão irritadas que eles conspiraram pô-lo também à morte (10,11). Esta é a última menção a Lázaro nas Escrituras. A trama para tirar-lhe a vida parece não ter sido executada, e no devido tempo ele sem dúvida morreu, uma segunda vez; quando, o lugar, e as circunstâncias, são completamente desconhecidas. — (Dicionário da Bíblia de John D. Davis) ©