Cristo gostava de um homem chamado Lázaro. ( † ) Quando soube de sua morte, grande foi a sua dor e se fez levar até o seu túmulo. A irmã de Lázaro suplicava ao Senhor, dizendo: “É possível restituirdes a vida a meu irmão? Ó vós, que o amáveis tanto, devolvei-lhe a vida!”
Mundo do século dezenove, também estás morto. A fé, que é a vida dos povos, extingue-se dia a dia; em vão alguns crentes quiseram despertar-te de tua agonia. É muito tarde. Lázaro está morto; só Deus o pode salvar.
Então o Cristo se fez conduzir ao túmulo. Levantaram a pedra do sepulcro: cercado de faixas, o cadáver se apresentou em todo o horror da morte. Cristo lançou um olhar para o céu, tomou a mão da irmã e, levantando a outra mão para o alto, exclamou:
“Lázaro, levanta-te!” Apesar das faixas, a despeito do sudário, Lázaro despertou e se levantou.
Ó mundo, tu pareces Lázaro; nada te pode devolver a vida. Teu materialismo, tuas torpezas, teu cepticismo são outras tantas faixas que envolvem o teu cadáver, e cheiras mal, porquanto há muito tempo estás morto. Quem te gritará como a Lázaro: Em nome de Deus, levanta-te? É o Cristo que obedece ao apelo do Espírito Santo. Século, a voz de Deus se fez ouvir! Estarás mais corrupto que Lázaro?
Lamennais. n
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[v. Lamennais.]