Senhor Jesus!
Junto dos irmãos que reverenciam as mães que os amam, para as quais te rogamos os louros que merecem, embora atentos à lei de causa e efeito que a Doutrina Espírita nos recomenda considerar, vimos pedir abençoes também as mães esquecidas, para quem a maternidade se erigiu em purgatório de aflição!…
Pelas que jazem na largueza da noite, conchegando ao peito os rebentos do próprio sangue para que não morram de frio;
pelas que estendem as mãos cansadas na praça pública, suplicando, em nome da compaixão, o sustento que o mundo lhes deve à necessidade;
pelas que se refugiam, nas furnas da natureza, acomodando crianças enfermas entre as fezes dos animais;
pelas que revolvem latas de lixo, procurando alimento corrompido de que os próprios cães se afastam com nojo;
pelas que pintam o rosto, escondendo lágrimas, no impulso infeliz de venderem o próprio corpo a corações desalmados, acreditando erroneamente que só assim poderão medicar os filhos que a enfermidade ameaça com a morte;
pelas que descobriram calúnia e fel nas bocas que amamentaram;
pelas que foram desprezadas nos momentos difíceis;
pelas que se convertem em sentinelas da agonia moral, junto aos catres da provação;
[pelas que a viuvez entregou à cobiça de credores inconscientes;]
pelas que enlouqueceram de dor e foram trancadas nos manicômios;
e por aquelas outras que a velhice da carne cobriu de cabelos brancos e, sem ninguém que as quisesse, foram acolhidas por sombras do mundo nos braços da caridade!…
São elas, Senhor, as heroínas da retaguarda, que pagam à Terra os mais altos tributos de sofrimento…
Tu que reconfortaste a samaritana ( † ) e secaste o pranto da viúva de Naim, ( † ) que restauraste o equilíbrio de Madalena ( † ) e levantaste a menina de Jairo, ( † ) recorda as filhas de Jerusalém que te partilharam as agonias da cruz, quando todos te abandonaram e compadece-te da mulher!…
Emmanuel
[1] Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicada originalmente em 1962 pela FEB e é a 29ª lição do livro “Justiça Divina.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.