Não passes distraído, diante da dor.
Nesses semblantes, que o sofrimento descoloriu e nessas vozes fatigadas, em que a tortura plasmou a escala de todos os gemidos, Jesus, o nosso Mestre Crucificado, continua incompreendido e desfalecente.
Nessas longas multidões de aflitos e infortunados, encontrarás a nossa própria família.
Quantos deles albergaram esperanças iguais àquelas que nos alimentam os sonhos, sem qualquer oportunidade de realização? quantos tentaram atingir a presença da luz, incapazes de vencer a opressão das trevas?
Essas crianças caídas no berço da angústia, esses enrugados velhinhos sem ninguém, essas criaturas que a ignorância e a provação mergulharam no poço da enfermidade ou no espinheiro do crime, são nossos irmãos, à frente do Eterno Pai.
Estende-lhes tua alma, na dádiva que possas oferecer, guardando a certeza de que, amanhã, provavelmente, estarás também suspirando pelo bálsamo do socorro, na bênção de um pão ou na luz de uma prece amiga.
Recorda que as mãos hoje por ti libertadas dos grilhões do infortúnio, podem ser aquelas que, amanhã, chegarão livres e luminosas, em teu auxílio.
Ao pé de cada coração desventurado, Jesus nos espera em silêncio.
Auxilia, meu filho e, na doce melodia do bem, ainda mesmo que dificuldades e sombras te ameacem a luta, ouvirás, no imo do coração, a voz do Divino Mestre, a encorajar-te, paciente e amoroso: “Tem bom ânimo! Eu estou aqui”. ( † )
Meimei
[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas, foi publicado em 1978 pelo IDE e é a 37ª lição do livro “Caridade.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.