Bem-aventurados os aflitos, desde que não convertam a própria dor em azorrague de recriminações sobre a face alheia.
Bem-aventurados os que choram, ( † ) contudo, desfrutarão a divina bênção se não transformarem as próprias lágrimas em venenosa indução à preguiça.
Bem-aventurados os sedentos de justiça, ( † ) no entanto, para que o título celeste lhes exorne o Espírito atormentado, será preciso se abstenham de demandas domésticas ou de querelas nos tribunais com que apenas [lhes] agravariam os próprios débitos, ante a Lei.
Bem-aventurados os humildes de espírito, ( † ) todavia, para que se adornem com o sublime talento, é indispensável não conduzam a própria modéstia ao caminho do orgulho em que se entregarão, desvairados, à crítica desairosa e à condenação sistemática dos companheiros que lhes partilham a senda.
Bem-aventurados os misericordiosos, ( † ) mas, para que se ergam felizes, na execução da promessa, é imprescindível não façam da compaixão simples peça verbal, para discurso brilhante.
Aflição com revolta chama-se desespero.
Pranto com rebeldia é poça de fel.
Sede de justiça com reivindicações apressadas, é destrutiva exigência.
Singeleza com reproches à alheia conduta é sistema de crueldade.
Misericórdia sem esforço de auxílio é simples ornamento na boca.
Cogitemos de assimilar as bem-aventuranças divinas, sem nos esquecermos, porém, de que todas elas traduzem atitudes da consciência e gestos do coração, porque só no coração e na consciência é que se fundamentam os alicerces do glorioso Reino de Deus.
Emmanuel
[1] Essa mensagem, diferindo bastante nas palavras marcadas e [entre colchetes] foi publicada em dezembro de 1959 pela FEB no Reformador e é também a 25ª lição do 1º volume do livro “O Evangelho por Emmanuel.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.