Plantão da paz — Emmanuel


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Humildes de Espírito n

(Humildade de espírito)

A humildade é o ingrediente oculto sem o qual o pão da vida amarga invariavelmente na boca.


Amealharás recursos amoedados a mancheias; entretanto, se não te dispões a usá-los, edificando o conforto e a alegria dos outros, na convicção de que todos os bens pertencem a Deus, em breve converter-te-ás em prisioneiro do ouro que amontoaste, erguido à feição de teu próprio cárcere.


Receberás precioso mandato de autoridade entre as criaturas terrestres; no entanto, se não procuras a inspiração do Senhor para distribuir os talentos da justa fraternidade, como quem está convencido de que todo o poder é de Deus, transformar-te-ás, pouco a pouco, no empreiteiro inconsciente da crueldade, por favoreceres a própria ilusão, buscando o incenso a ti mesmo na prática da injustiça.


Erguerás teu nome no pedestal da cultura; contudo, se não te inclinas à Sabedoria Divina, acendendo a luz em benefício de todos, como quem não ignora que toda inteligência é de Deus, depressa te arrojarás ao chavascal da mentira, angariando em teu prejuízo a embriaguez da vaidade e a introdução à loucura.


Lembra-te de que a Bondade Celeste colocou a humildade por base de todo o equilíbrio da Natureza.


O sábio que honra a ciência ou o direito não prescinde da semente que lhe garante a bênção da mesa.


O campo mais belo não dispensa o fio d’água que lhe fecunda as entranhas em dádivas de verdura.


E o próprio Sol, com toda a pompa de seu magnificente esplendor, embora fulcro de criação, converteria o mundo em pavoroso deserto, não fosse a chuva singela que lhe ambienta no solo a força criadora.


Não desdenhes servir, aprendendo com o Mestre Divino, que realizou o seu apostolado de amor entre a manjedoura desconhecida e a cruz da flagelação, e serás contado entre aqueles para os quais Ele mesmo pronunciou as inesquecíveis palavras:
— “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque a eles mais facilmente se descerrarão as portas do Céu”. ( † )


Emmanuel



[1] O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas, foi publicado em 1981 pela Editora O Clarim, e é a 5ª lição do livro Intervalos.Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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