Dos corações clamando agonia e desterro,
Cai o orvalho do pranto em fel da desventura…
A saudade a chorar dita a rota do enterro,
Mas o túmulo em si é breve noite escura…
Espírito é sol no corpo — escrínio perro,
Joia viva a brilhar além da sepultura,
Luz ativa a esmorecer, sob a lama do erro,
Ou cresce a refulgir, se ascende bela e pura.
Onde vá, todo ser caminha lado a lado
Da luz que exprime sempre o amor profundo e ardente
Ou da sombra que em tudo é pavoroso mito;
A deixar cada dia o crisol do passado,
Vai e vem a sofrer, no esmeril do presente,
Para estampar-se, enfim, nos troféus do Infinito!
Félix Pacheco |