1 Dos corações clamando agonia e desterro,
Desce o orvalho do pranto em fel da desventura…
A saudade a chorar dita a rota do enterro,
Mas o túmulo em si é breve noite escura…
2 A alma, divino sol no corpo — escrínio perro —,
Joia viva a brilhar além da sepultura,
Lucila a esmorecer, sob as tênebras do erro,
Ou cresce a refulgir, se ascende bela e pura.
3 Onde vá, todo ser caminha lado a lado
Da luz cantando sempre o amor profundo e ardente
Ou da sombra transfeita em pavoroso mito;
4 A deixar cada dia o crisol do passado,
Vai e vem, a sofrer, no esmeril do presente,
Para estampar-se, enfim, nos troféus do Infinito!
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