Para melhor compreensão das mensagens — prova insofismável da comunicação dos chamados “mortos” com os chamados “vivos”, nelas foi efetuada a necessária numeração, com a significação abaixo:
(1) - Júnior desencarnou no dia de seu aniversário, completando 27 anos.
(2) - Realmente, dia 12-07-1985, sexta-feira, nasceu de sol claro, numa manhã das mais belas.
(3) - O pai de Júnior se encontrava, no dia do acidente, em uma de suas fazendas. Dias antes, em comunicação por rádio, com seu filho, que se encontrava em Ituverava, informara ao mesmo que a festa de seu aniversário seria no sábado, dia 13, conforme combinação que fizera com a esposa e quando chegaria da fazenda. Júnior, porém, ao chegar ao lar, em Campo Grande, insistiu com a mãe que o pai viria à tarde de sexta, para seu aniversário. Realmente, seu pai veio. Avisado pelo rádio, ao meio dia de sexta, do acidente ocorrido com o filho, chegou em casa não para a festa de seu aniversário mas, sim, para o seu velório.
(4) - Aristides de Paula Leão, avô paterno de Júnior. Nasceu em 28-8-1888 e desencarnou em 6-5-1976. Homem de extraordinária bondade, espírita convicto, fazia da caridade o seu apostolado.
(5) - Aristides Waldomiro Nery, nasceu em 1-12-1883 e desencarnou em 29-1-1962. Kardecista vibrante, contemporâneo de Eurípedes Barsanulfo, palmilhou, tal como o mestre de Sacramento, a estrada da humanidade, da caridade e do bem servir ao próximo durante toda sua vida. Residia, quando vivo, em Igarapava, de cujo Centro Espírita foi um dos fundadores. Repare-se que o diminutivo “Lineuzinho” era o chamamento comum com que o avô designava o neto, quando em vida.
(6) - Etelvina Augusta Barbosa (Dona Filhinha), desencarnada em 3-12-1926, bisavó materna de Júnior e mãe de Joana Faleiros Telles, avó, que vive em Ituverava (SP).
É de se observar que a mãe de Júnior, no recôndito de seu coração, em suas preces, solicitava a Deus que se Júnior efetuasse alguma mensagem, que ele, se possível, citasse o nome de Dª Joana, da irmã (Sandra Maria) e que esclarecesse o acidente.
(7) - Sandra Maria Leão Fernandes, irmã.
(8) - Ituverava (SP), onde Júnior nasceu e onde cujos restos mortais estão enterrados. Por mais longe que estivesse, mensalmente visitava a avó Joana, naquela cidade.
(9) - Os laudos técnicos foram guardados pelo pai, que deles não deu pleno conhecimento à mãe. Esta, achando-os, leu-os, sem avisar ao esposo.
(10) - Cumpre observar que o pai não foi citado. Este tinha plena convicção (por intuição e pelo resultado de palestras com as pessoas que primeiro assistiram ao acidente) que quando o filho fora carbonizado, já se encontrava morto.
(11) - Luciana Aparecida Rodrigues — namorada, ao que consta, foi a primeira pessoa a levar Júnior a um Centro Espírita. Segundo ela, ele discorria com facilidade sobre a doutrina kardecista.
(12) - Ao pensarem em obras de beneficência, o pai, Lineu, tendia aos auxílios à infância. A mãe, Elza, à velhice. Júnior aqui, como adivinhando o recôndito do pensamento dos pais, aponta novo caminho.
(13) - Dr. Saturnino Fernandes, cunhado de Júnior, esposo de Sandra Maria, detentores de um casal de filhos pequenos.
(14) - Júnior sempre, em quaisquer documentos tinha o costume de assinar o nome por completo.
(15) - Vide o tópico “O Acidente”, dos ESCLARECIMENTOS. O pai de Júnior tinha plena convicção que quando o corpo do filho fora carbonizado, já ocorrera o desencarne.
(16) - Vide o tópico “O Acidentado”, dos ESCLARECIMENTOS: raríssimas pessoas sabem que as duas propriedades de Júnior foram colocadas por seus pais em seu nome e no do seu cunhado.
(17) - Joana Faleiros Telles, avó materna, por quem Júnior tinha especial carinho e enorme afinidade. Residente em Ituverava (SP) - Católica convicta, nasceu em 24-6-1909.
(18) - Ao escrever sobre suas saudades, o Espírito de Júnior se emocionou o suficiente para que as lágrimas corressem silenciosamente pelo rosto do médium que, provavelmente inconsciente, teve molhada a lapela do seu paletó.
(19) - A propósito, em teste psicológico realizado em 18-3-1975, a fim de determinar a vocação profissional de Júnior, então com 17 anos, o Professor Geraldo Rolim Ruggeri, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, consignou como um dos traços atuantes de sua vida psíquica: “Espírito de justiça, bondade, tolerância, caridade e religiosidade”, “aliados a censura moral severa”.
(20) - Alayde de Paula Silveira, desencarnada em 29-6-1975, em Ituverava (SP) avó paterna: apesar de instrução primária e de não ser afeita à leitura, foi, quando encarnada, notável médium psicofônica inconsciente, havendo transmitido mensagens belíssimas, de origens várias, como dos Espíritos Humberto de Campos, Eurípedes Barsanulfo e outros.
(21) - Quando Francisco Cândido Xavier começou a psicografar a presente mensagem, os que estavam perto do grande médium gentilmente acenaram à mãe de Júnior, avisando-lhe que se tratava de comunicação de seu filho. Um pouco antes de ser escrito o parágrafo a que esta anotação diz respeito, Elza havia se concentrado, pedindo ao filho que lhe instruísse sobre o destino dos objetos que lhe pertenceram quando encarnado. Incontinenti, como se ouvisse o pedido da mãe, o Espírito deu-lhe as instruções solicitadas. Foi um momento de grande emoção, que levou Elza ao pranto.
(22) - Em 17-04-1986 o pai, Lineu, submeteu-se a operação cirúrgica para implantação de pontes de safena, no Instituto do Coração em São Paulo.
(23) - Como é natural, ao perder seu único filho homem, o pai de Júnior caiu em enorme depressão e apatia, culminando na operação acima.
(24) - Ituverava, cidade natal de Lineu, nasceu às margens do Rio do Carmo, próxima a linda cachoeira, denominada Salto Belo e onde, hoje, existe aprazível parque de recreio.
(25) - Tataravô do comunicante, pela linha materna. Intendente do Carmo da Franca; de 1891 a 1899.
(26) - Um dos desbravadores do Carmo da Franca, atual Ituverava, no nordeste paulista.
(27) - Falecido filho de Dª Yolanda Cezar, residente em São Paulo e espírita benemérita. É autor espiritual de inúmeras e belíssimas mensagens, algumas já em livros.
(28) - João Ferreira Telles, avô materno de Júnior, marido de Dª Joana Faleiros Telles. Nasceu em Ituverava (SP), em 4-8-1906 e ali faleceu em 1-2-1971.
(29) - Dª Joana — (78 anos de idade) - é católica praticante. As mensagens do neto, cuja recíproca afinidade era tão grande quanto visível, abriu-lhe, percebe-se, os horizontes religiosos. Novas leituras, novas práticas de caridade e novo modo de encarar o futuro têm fortificado sua alma, o que transparece em todos os seus atos.
(30) - Apesar de seus estudos e de sua cultura, ou mesmo em virtude deles, Júnior era um jovem voltado à terra e à Natureza. Do mesmo modo que viajava centenas de quilômetros para assistir um festival de música no Rio de Janeiro ou curtir os passeios nos shoppings Ibirapuera ou Iguatemi, em São Paulo, alegrava-se quando, em sua propriedade agrícola, assistia ao lento pôr do sol ou ouvia a brisa sussurrando nas folhas das vegetações. Seu olhar perdia-se então no espaço e só Deus sabe o que significava aquele meigo sorriso em seus lábios.
Sua afinidade pelas plantas era tamanha que passava horas dentro de sua lavoura de soja, observando-a em seus detalhes. Gostava desta plantação e afirmava que a soja seria o alimento capaz de alimentar a enorme população que habitará a Terra nos próximos decênios.
(31) - Desde jovem, o pai de Júnior era fascinado pela teoria reencarnacionista. Sempre planejou colocar no papel o resumo de suas leituras e experiências. Aqui, Júnior, descobrindo o recôndito da alma do progenitor, anima-o a efetivar seu desejo.
(32) - Pesquisado o Registro Civil de Ituverava, verificou-se que Hilda Rocha faleceu naquela cidade, aos 38 dias de vida, em 29-11-1939.
Campo Grande (MS), setembro de 1987.
Lineu de Paula Leão e Elza Telles Faleiros Leão.