07|10|1942
1 Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes ao coração muita paz espiritual.
2 Assinalo aqui a visita afetuosa de sempre. O amor tem as suas obrigações, que se convertem nas alegrias permanentes do espírito. Estamos trabalhando e lutando juntos. Isto me faz rejubilar o íntimo, porque se as esferas de atividade são diversas, essa atividade não difere no cunho essencial. Estamos em esforço para Jesus, a nosso benefício, no cenário universal. Que a Providência nos abençoe.
3 Foi com sincera satisfação que acompanhei vocês em Belo Horizonte. Apreciei devidamente a auréola de harmonia em que se mantiveram, experimentando justa paz nos corações e, francamente, confortou-me o espírito a impressão que tiveram e trouxeram dos netos. Um avô tão velho quanto eu sente prazer quando pode apresentar aos filhos muito amados alguma coisa útil no setor de vigilância e carinho que lhe foi confiado. Venho procurando assistir ao nosso Roberto sempre que possível e, através da mente, falo-lhe com a antiga ternura de outros tempos. Não é preciso o concurso mediúnico de maneira formal ou exclusiva para que manifestemos a nossa influenciação. 4 Mentalmente, meus filhos, todos nós conversamos bastante e podem crer que na recordação solitária ou na palavra viva, na lembrança da vigília, como nos fenômenos do sonho, o nosso intercâmbio espiritual é muito maior que se possa imaginar Aqui, nas mensagens, posso dar-lhes minha palavra direta, escrita, entretanto, portas adentro do coração continuamos a escrever juntos, com as tintas reais da vida e no livro do amor, a sublime história espiritual de nossas almas, através de todos os tempos e situações.
5 Nesse processo, venho conseguindo restabelecer uns tantos princípios no coração do nosso Roberto, fazendo-lhe sentir a grandeza deles. As noções e ideias, concepções e modos de sentir são “móveis espirituais” em nossa casa interna. Às vezes, porém, chegam malfeitores bulhentos, pessoas indignas, lobos mascarados de ovelhas e são muito raros os que têm força para a resistência. Na maior parte das vezes, mudam os móveis de lugar, subvertendo-lhes as disposições, quebram utensílios, ferem paredes. É o trabalho nobre de jamais desanimar. Construamos e reconstruamos, sem perder a esperança. Pode tardar a realização, mas o propósito edificador continua conosco, à maneira de bênção imortal de nosso Pai Imortal. Vocês conhecem isto muito bem. E para não nos referirmos a grandes situações transcendentes do espírito, recordemos a “lagoa amiga”, onde vocês tantas vezes têm de enfrentar a devastação da enchente, a desolação da seca, a invasão de maus vizinhos, o assédio de malfeitores. É preciso não desanimar nunca. Ao cabo de muita luta, descobriremos equilíbrio para todas as coisas.
6 Felizmente, pois, vamos indo muito bem. A Wanda igualmente me proporcionou grande prazer espiritual. Deus os abençoe e ilumine a todos. Quanto à sua saúde, minha filha, conversei com o receitista, que recomenda o uso do Cantharis, na 5ª dinamização, além dos outros indicados. Será muito útil a você para a eliminação dos calores que lhe vêm flagelando os rins, com reflexo natural no sangue. Graças a Deus, porém, você vai bem melhor! À noite, tenho sempre cooperado nos passes. Essa providência é útil porque ampara o coração. A Terra atravessa período de profundas calamidades psíquicas. As batalhas, os atritos formidáveis são pequenas expressões do conflito invisível das forças do Planeta. Só o amor pode proporcionar energias continuadas. E o passe amigo com a oração é como específico amoroso do céu.
7 Por aqui, meus filhos, devo encerrar minha carta singela desta noite.
8 Adeus. Que Jesus os acolha no manto de infinita bondade e que as suas bênçãos de luz e paz nos reúnam sempre, em todos os lugares. São os votos muito sinceros do papai que os abraça afetuosamente,
A. Joviano