O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Sementeira de luz — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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O cuidado paterno não se extingue no coração

19|08|1942


1 Meus filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita tranquilidade ao espírito, a fim de registrar a visita afetuosa de sempre.

2 Tenho estado frequentemente com vocês, não só aqui, como também contribuindo, de algum modo, para que o Fausto se mantenha forte e bem disposto na atual situação doméstica. O cuidado paterno, meus filhos, não se extingue no coração. Parece alguma coisa de Deus em nós, algo que nos desperta, levanta, conforta e anima. É modalidade do amor, constituindo permanente incentivo ao espírito, em demanda do Infinito. Às vezes, passo algum tempo sem referências de ordem pessoal, no que concerne à família, mas, em verdade, os nossos compromissos espirituais são fachos de luz viva, que os sopros da morte ou a ventania dos séculos não conseguem apagar. De quando a quando, sento-me no mesmo lugar silencioso de meus livros, medito, repito velhas súplicas a Jesus e se não posso dar aos meus a mensagem falada de outros tempos, ou a escrita que deixo a vocês frequentemente, procuro levar ao coração de cada um em particular a carta de meus pensamentos afetuosos, que não são menos vivos.

3 E a nossa edificação espiritual continua sempre. As estações de chegada e partida se alternam, o desprendimento do corpo nos obriga a traçar programas novos, no entanto, a essencialidade é a mesma, a vida é a mesma, os objetivos não são diferentes! Um dia cantaremos juntos, sob a árvore da Eternidade, o hino da redenção e das alegrias imortais. Quando, filhos meus? Não importa. Estamos juntos. Nossas mãos se entrelaçam no serviço purificador. Esta certeza divina aclara estradas e santifica o coração. Cada novo dia mais uma fração infinitésima vencida ou devidamente analisada para o triunfo esperado em dias do amanhã. Cada noite mais uma oração de repouso e reconhecimento ao Todo-Poderoso. Alegremo-nos e rejubilemo-nos. A felicidade reside no amor bem vivido. Não chegamos ainda às últimas praias, às supremas regiões dos vencedores, mas a glória da união começa e sentimo-nos mais fortes. É pena e lastimo bastante, sem qualquer pretensão, que todos os amados não possam partilhar nossa divina esperança no dia de hoje. Isso, porém, é fenômeno passageiro. O trabalho é agora e nós temos as suas bênçãos. A ventura integral é para amanhã, como a desventura ficou no dia de ontem. O passado para os erros, o presente para nós, o futuro para nós todos. Esta ideia consola e edifica-nos a aspiração.

4 Mudando o ritmo, falo a você, minha boa Maria, com a dedicação de costume. Creio que o Passiflora será útil ao seu estado orgânico. O reumatismo é sempre uma lembrança do inverno, mas quando há vigor, qual acontece com você, minha filha, deixa de ser isso para ser apenas solicitação secundária do organismo a ressentir-se do frio intenso. Use aquele medicamento. Estou convicto de que se dará otimamente.

5 Agora, minha filha, observo a movimentação bélica e imagino quanto de dores maternais anda vibrando por aí afora. Instintivamente, penso em você e no Roberto. Não é que esteja a profetizar coisas, mas a examinar problemas. O coração tem sempre ímãs poderosos e atrações divinas e os filhos têm sempre suas lutas. Quem acompanhasse fielmente a história do Planeta veria sempre um coração de mãe erguido no caminho, acenando aos homens interessados nas batalhas. E estas são sempre as mesmas, ainda que não hajam guerras declaradas. É que a luta evolutiva é também combate dos mais vivos e, ainda aí, vemos, invariavelmente, o símbolo do coração materno, compelido a seguir os transes da alma humana, em silenciosa súplica a Deus, impossibilitado de evitar o que se traçou no dia de ontem para o dia de hoje.

6 Mas, graças a Deus, vocês como pais hão alcançado tamanha compreensão espiritual que me recolho às minhas cogitações próprias, confiando plenamente em vocês. O lar é escola, templo e oficina, simultaneamente. Assim, pois, celebrem aí o aprendizado, a união e o trabalho, e serão felizes. Refiro-me a isso por entender as necessidades novas que se desdobrarão naturalmente nos quadros do caminho. Com Jesus, porém, meus filhos, tudo é horizonte ilimitado. Tenhamos fé e otimismo. Precisamos chegar à “terra da redenção” e lá chegaremos.

7 Nem nos detenham cipoais, nem primaveras floridas. A esta última demos a nossa admiração, ao cipoal, o nosso esforço por fortificar caminhos e prossigamos na marcha.

8 Bem, por hoje já fui bem extenso. Entretanto, o coração que ama tem sempre imensidade de coisas a dizer. Adeus, meus filhos. Que Jesus os fortaleça e ilumine, são os meus votos sinceros. Abraços do


Papai


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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