03|07|1940
1 Meus caros filhos, Deus os abençoe, prodigalizando-lhes ao coração as Suas dulcificantes bênçãos de luz e paz.
2 Venho falar-lhe hoje, meu caro Rômulo, de suas preocupações e de suas preces. Tenho estado com você, desanuviando-lhe o horizonte mental. Como você não desconhece, no caminho da vida marcham os que realizam e os que criticam. E os companheiros da estrada estão sempre prontos a examinar, mas nem sempre dispostos às realizações. A situação na Terra ainda por muito tempo será invariavelmente essa e os discípulos sinceros do trabalho com Jesus terão de padecer as dificuldades numerosas do caminho. Ainda aqui deveríamos lembrar a palavra do Cristo aos fariseus que o interpelavam: “Por qual de minhas boas obras me apedrejais?”
3 Infelizmente, o Planeta ainda é um imenso ninho de sentimentos pouco dignos. Há sempre energias geladas para a edificação, mas uma vontade constante e ardente no esforço destrutivo. Para conduzirmos a construção evangélica, em meio a tantas tempestades, é que compulsamos a exemplificação de Jesus, nas suas lições que constituem o livro da vida espiritual.
4 Tenho felicitado a mim mesmo pelas suas atitudes: calma digna, serenidade inquebrantável, sinceridade plena e disposição fraterna. Esses quatro fatores são muito importantes para a execução de trabalhos nobres da vida.
5 Vê, você, hoje, com o sentido espiritual da responsabilidade evangélica, quanto é difícil amparar, preservar e defender um fragmento de terra, quase insignificante. Um pequeno horto fornece, na atualidade, ao seu espírito como é terrível a direção de um reino. Medite nisso, meu filho, e prossiga no seu abençoado esforço de reformas internas. Trilhando agora um novo caminho, desejo também aprender essa fidelidade ao Todo-Poderoso, que vem sendo o tema de nossos programas espirituais no Infinito, com a fraterna cooperação de Emmanuel, nos planos onde a vida continua fora da Terra. 6 As tempestades passam. Depois delas há sempre uma experiência generosa a ser aproveitada. Tudo na vida, meu filho, tem substância para o patrimônio do Espírito. Avança com a sua sincera boa vontade e apreenderá, continuadamente, os melhores ensinos no livro aberto das almas. De qualquer maneira, você faz muito bem em confiar no meu amor, porque, ao lado daqueles que nos regem os destinos espirituais, nunca lhe esqueço o coração. Opere, medite, trabalhe, prossiga sem desfalecimentos, e que Jesus o abençoe.
7 O cenário de quem deseja trabalhar sinceramente no mundo é quase sempre esse: sacrifícios, incompreensões, pesares e dissabores inúmeros na pauta dos hábitos humanos. E isso se verifica porque o operário leal tem contra ele a volumosa bagagem do mal, que tudo faz por permanecer. E nós sabemos que seguir a norma comum é sempre fácil, entretanto, tudo é difícil para quem deseja modificar a cartilha geral. 8 Também eu administrei e sei o que constitui a sua tarefa. Na esfera dos órgãos diretores, encontram-se os que não desejam ser incomodados, nem ultrapassados em qualquer ponto de vista particular. E no centro dos que são dirigidos há sempre os que estão invariavelmente prontos para o gozo dos benefícios, mas pouco dispostos ao esforço real pela sua aquisição. E além desses contrastes, há o aparelho da fiscalização, onde o espírito inquisitorial examina todas as nugas, colocando sobre qualquer insignificância as lentes da má-fé e da gratuita perseguição. 9 Junte-se a isso o gosto da crítica, o prazer da maledicência, a insegurança das dedicações oportunistas, a mania da humilhação aos que sejam sinceros, as irritações, os atritos, os que se inclinam para o repouso sem a observância do labor imprescindível na hora da tranquilidade, e que se arvoram em censores no primeiro momento das dificuldades, e você vê que na intimidade de tal máquina o coração de um administrador sincero terá de ser torturado, manietado, humilhado e ferido. Este é o quadro mundano. Mas é preciso lembrar o Cristo que numa administração muito superior, e em nada comparável a qualquer esforço terrestre, sentiu tudo isso e ainda como único prêmio do mundo teve a cruz do martírio.
10 Recordemos o Evangelho e consolemo-nos. O essencial é caminhar com o bem em Jesus Cristo. Relativamente à próxima viagem, tudo farei por auxiliar a vocês, desejando que façam uma bela colheita de alegrias.
11 Não se esqueçam das providências relativamente à saúde física.
12 E agora, meus queridos, devo deixar o ponto final nesta carta íntima. E, fazendo-o, deixa-lhes o coração sincero e afetuoso o papai que nunca os esquece.
A. Joviano