O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Sementeira de luz — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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A voz de Célia: “Sim, avô, meu horto agora é o dos corações dos nossos bem-amados!”

30|08|1939


1 Meus filhos, que Jesus abençoe a vocês ambos, proporcionando-lhes ao coração muita paz de espírito.

2 Sinto-me ditoso, observando-lhes o júbilo espiritual no trato com as nossas antigas recordações dos tempos remotos. Aqui, pela lógica da situação, posso vibrar ainda mais com o assunto, experimentando emoções verdadeiramente divinas! Somente depois dessas revelações compreendi a finalidade de minha última existência, podendo entender, com mais propriedade, o temperamento e as tendências de cada filho! 3 Agora vejo o quão misericordioso é Deus, que nos oculta o passado, a fim de que aprendamos mais e melhor! Também eu tenho chorado muito. Agora não tenho grande necessidade das vibrações alheias para recordar, pois, com a revelação dos últimos dias, também eu já posso relembrar o pretérito por mim mesmo. 4 Ainda sinto, filhos, as angústias que ambos experimentaram naqueles dias longínquos e recordo perfeitamente os nossos sagrados compromissos. Enquanto amparavam Lólio Úrbico, e ao passo que Júlia Spinter abraçava Silano para redimi-lo, com o seu  amor, eu guardei Cláudia comigo, bem como Hatéria, na  custódia sagrada de um imenso afeto. 5 O trabalho tem sido  árduo. Dias existiram em que todos nós tornamos a chorar,  todavia, a estrela do amor de Célia brilhava para todos nós,  sob o amparo divino de Jesus.  Ultimamente pude ouvi-la. Escutei a sua voz  carinhosa como quem ouve de longe uma música suave.  6 Empolgado pelas lembranças de sua realização de amor, em  Alexandria, ouvi-a dizer, numa vibração cariciosa:  — “Sim, avô, meu horto agora é o dos corações  dos nossos bem-amados! Dentro dele tenho ainda velhos e  crianças que abençoam o trabalho! Consola os meus pais  de outrora, avô, e ensina-lhes o perdão e a esperança! Cada  perdão, cada afeto há de ser uma flor nas minhas árvores  divinas! Quem poderá pensar em cortá-las se Jesus abençoa os nossos esforços? Trabalhamos em largos séculos, mas  cada sacrifício foi um trato de terra aberto no caminho, a  fim de que o amor iluminasse e florescesse! Sou, hoje, feliz! Os nossos amados compreenderam a verdade sem a dor  e sabem amparar, sem egoísmo, o coração dos desvalidos.  Dize-lhes, avô, que apesar de todas as belezas das regiões  divinas, eu ainda me sinto saudosa e desterrada, esperando-os sempre!”  7 Assim, filhos, passa a nossa vida nesse cântico.  A própria dor não tem mais a significação do mundo para o  nosso espírito. As aversões transfundiram-se em simpatia no  cadinho da cooperação e do bem. No instituto da família,  todo o dia transformou-se em amor sacrossanto e puro! Que  Deus abençoe a vocês no caminho do bem e da verdade!  Não deve você se entregar a essas comoções,  meu caro Rômulo. Se no trabalho espiritual precisamos esvaziar o coração das preocupações do mundo, na missão  terrena e na tarefa material precisamos de todas as energias  do mundo para o bom combate.  8 Ainda aí é o princípio soberano do Similia Similibus. Para cumprir a obrigação material,  é indispensável combater no mundo com as suas próprias armas. Energia e fé dentro da vigilância imprescindível. Considero essa revelação íntima como a maior dádiva do céu no caminho atual de nossa vida, mas não pretenda modificar os elementos da luta, porque nós sabemos que eles são imprescindíveis ao seu esforço.

9 Que querem, filhos? Eu também tenho andado surpreso e comovido! Mas, agradecendo a Jesus pela graça, peço a sua infinita misericórdia que nos faça entender e aplicar, em todas as circunstâncias, a sua vontade divina.

10 Que Deus abençoe a vocês todos.

11 Rufio, meu caro Rômulo, não está na Terra. Não pense em identificá-lo. Mais tarde compreenderá você o seu novo destino.

12 Rogando a Jesus que lhes conserve o coração em paz e em serenidade para as lutas da vida, deixa-lhes um abraço carinhoso o papai amigo de sempre,


A. Joviano


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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