10|05|1939
1 Meus filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita tranquilidade ao coração e ao ambiente doméstico.
2 Uma das minhas melhores emoções dos últimos dias tem sido recordar, sob a palavra consoladora de Emmanuel, as épocas mortas, quando os nossos Espíritos, em outras roupagens humanas, perambulavam pelo mar das paixões.
3 Desde a minha desencarnação, tenho seguido o curso dos estudos de vocês e é com os meus queridos filhos que tenho aprendido as lições novas. A recordação do passado não é tão fácil, mesmo para os espíritos mais ou menos cultos, segundo a evolução terrestre, nos primeiros tempos de sua vida espiritual. É por isso que as lembranças do nosso grande amigo, antecipando o seu futuro esforço, como ele próprio no-lo diz, estão tocadas de um encanto novo para minhalma. Seria surpreendente para vocês afirmar-lhes que visitei a velha Roma do passado, com as suas numerosas ruínas? Vi-lhe as cercanias, os lugares de nossos afetos e de nossas quedas dolorosas.
4 Através das catacumbas abandonadas, senti ainda a luz de almas divinas, incorporadas agora à falange diretora dos nossos destinos espirituais. Sobre as pedras desmanteladas, e sobre as ruínas dolorosas, conservadas hoje tão somente pelos imperativos arqueológicos senti que, o meu coração também chorava!… E depois, sob a doce inspiração do nosso amigo, afigurou-se-me ao Espírito que minhalma regressava a um ambiente de mais de dezoito séculos atrás! 5 Vi a Porta d’Ostia com os seus raios de sol fulgurante e através dela um acervo de carros de cavalos, de notas características do tempo de Adriano. E espraiando os meus olhos pelas vias triunfais, e pelos bairros do povo, detive a minha visão espiritual no Palatino e no Célio, nas Carinas, em todas as zonas importantes da grande cidade dos Césares, onde uma legião de amigos nossos nos perdeu e nos edificou, nos arruinou moral e materialmente, ensinando-nos, porém, a estudar o futuro espiritual com as suas maravilhas!… 6 Mais além, vi a Porta Nomentana, ao longo da qual alinhavam-se cemitérios extensos e tristes. Meu coração bateu com mais força. Nesses recintos grandiosos e melancólicos, falaram muitos daqueles que viram o divino Messias e mais especialmente foi ali que encontramos em prece uma alma dileta que desde dezoito séculos tem sido para nós uma luz e uma inspiração!… 7 De seu pensamento tem vindo a bússola de nossos destinos desde mais de um milênio! Sua esperança tem sido uma voz carinhosa do silêncio e do amor para nós outros! Aqui ouço agora falar dela e de seu coração amoroso, divino. Por nós, ela se sacrificou de todas as maneiras e tem sido a nossa luz para o caminho do Cordeiro de Deus, que salva o mundo com a sua misericórdia. 8 Meus filhos, se muito erramos, muito grande foi o amor de Jesus e, hoje, desses cimos de compreensão, busquemos compreender a grandeza de Cristo e de seus divinos ensinamentos. Falo-lhes com o doce entusiasmo do coração que está aprendendo uma lição nova.
9 Quem sabe em breves dias, talvez, o nosso Emmanuel já esteja fazendo vibrar as cordas mais sensíveis de nossas almas em conjunto! Oremos e esperemos! As recordações para mim têm representado numerosos ensinamentos. n
10 Tudo, entre nós, vai indo regularmente e não me esqueço de pedir a Deus nos ampare na grande e imensa trajetória na busca do conhecimento e do amor.
11 Fiquei satisfeito pela circunstância de darem ao Roberto as minhas palavras a ler. Ele necessita ir conhecendo os pensamentos diretos de nossos Espíritos, em vista do sublimado amor que lhe consagramos.
12 Boa noite, meus queridos, e recebam no íntimo d’alma o ósculo espiritual do papai que não os esquece.
A. Joviano
[1] Nota da organizadora: Mensagem recebida no dia das primeiras notícias sobre o livro que viria a ser conhecido como 50 anos depois. O recebimento das primeiras páginas do referido livro verificou-se em 19 de junho de 1939.