01|06|1938
1 Meu caro Rômulo, que Deus conceda a você e à Maria, em companhia dos netos, muita tranquilidade e harmonia.
2 Venho, como das outras vezes, com a minha visita afetuosa, elevar a Jesus os meus votos de paz, extensivos a todos.
3 Sempre que uma nota de intranquilidade se exterioriza em seu íntimo, sinto a necessidade de lhes dizer qualquer coisa que atenue os efeitos da ameaça à paz interior do seu coração e do seu lar, procurando esclarecer-lhes como pai muito amigo. Nos grupos familiares, meu filho, existem aqueles que precisam personificar a energia e o equilíbrio para os demais. E assim acontece conosco. Não pode você se agastar sem ameaças à tranquilidade geral, porquanto mantém o seu espírito esse princípio de autoridade e de serenidade necessárias.
4 O caso do José também me preocupa, mas temos de convir que lhe temos dado todos os conselhos precisos à sua pouca experiência da vida e dos homens. Conheço o trabalho que ele tem dado a você, preocupando o seu coração nas horas penosas da luta terrestre. Mas precisamos entregar a Jesus as soluções finais de determinados assuntos. Como você se recorda do passado, que não preciso escalpelar, o José, desde criança, manifestou essas características difíceis de serem transformadas. Procurei com a minha dedicação constante lapidar-lhe o íntimo, renovando as suas concepções de menino e de moço, preocupando-me sempre o seu futuro espiritual. 5 Como sabe você, possui ele um belo coração, generoso e sensível. Todavia, foi sempre algo voluntarioso, dando ensejo a dificuldades para a aquisição de benefícios nas experiências alheias. Tudo temos realizado em favor de sua situação material e moral. Na parte relativa ao seu patrimônio intelectual, procurávamos dotá-lo com os conhecimentos que pôde ele arquivar na zona lúcida do seu pensamento de espírito e na parte material da vida. Sinto-o, graças a Deus, amparado pelos seus braços protetores e decididos no trabalho. Agora adota o nosso José resoluções de sua razão livre! Também a mim pesam as preocupações pelo seu futuro, mas temos de considerar as razões supremas que aí decidirão.
6 Procure manter o seu íntimo tranquilo e sereno como sempre, dentro do dever cumprido em face dele, que é hoje homem feito, obrigado a assumir resoluções próprias. Aconselhe-o como sempre acontece e o restante virá para o seu coração nos contatos ásperos de luta da Terra. Valeu mais a experiência pessoal em todos os tempos. Dentro dessas considerações, entregue o seu pensamento às meditações do trabalho inalienável que só por si já representa o tormento purificador de cada dia. Procurarei interferir, na esfera de minhas possibilidades espirituais, pelo bem daquele que o nosso coração adotou como um filho muito caro e que se digne Jesus de amparar-nos em nossos bons propósitos. A cada dia bastam as suas próprias penas na masmorra terrestre.
7 Cumprimento a você, Maria, pela evolução dos meninos. O Roberto tem-me dado muito prazer. Ele e a Wanda estão nas linhas paralelas do meu conhecimento de avô e se cumprimento a você é que o seu coração sabe trazer o preciso alimento maternal para a formação de suas mentalidades infantis. Um pai carinhoso e bom pode fazer de uma casa um templo de paz e de justiça, mas o coração maternal, esclarecido na sua missão, faz do lar um detalhe do próprio céu.
8 Que Deus os abençoe, meus queridos, e que a Sua santa paz luarize as sombras da saudade em nossas almas, permitindo, em Sua infinita misericórdia, que nos aproximemos sempre dentro da vibração clara e eterna do amor espiritual, que vence todos os obstáculos, inclusive a própria noite da morte.
A. Joviano