O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Sementeira de luz — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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A sua experiência psíquica não foi pequena

22|03|1944


1 Meus filhos, Deus conceda paz a vocês todos, abençoando-lhes os esforços de cada dia!

2 Venho trazer-lhes minha visita habitual, fixando-a de maneira particular para o Roberto e Caio Márcio, desejando-lhes muita felicidade, paz e êxito no serviço a que consagram atualmente, intensificando conhecimentos e aperfeiçoando o espírito.

3 Não peço a ambos para que se lembrem dum velho como eu, mas espero que não se esqueçam daquele que viveu para o bem até o fim e cuja luz ainda é a lâmpada para os velhos e roteiro para os novos.

4 Tenham esse pensamento na lembrança, meus caros meninos! Fará muito bem a ambos a recordação perene de Cristo na tela da consciência! Que ele os abençoe e proteja sempre!

5 Estive consigo, meu caro Rômulo, na visita rápida à moradia de nosso amigo. A sua experiência psíquica não foi pequena, pode crer. O que você notou é a expressão da verdade pura! Aquelas desagradáveis questões de dinheiro haviam enfastiado, sobremaneira, o seu espírito e, sobretudo, a distância do lar, a ausência do suprimento de fluidos familiares deram motivo à forte tensão psíquica que o colocou em posição muito anormal. Não era a vigília, nem o sono, mas um estado diferente, sem palavra que o defina, por enquanto, em que você, em desprendimento parcial, pôde fixar na consciência as observações em curso. De todas elas ressalta o fenômeno auditivo, pela nitidez com que você gravou o acontecimento. 6 Como você observou, aquela paisagem rural está repleta de pobres criaturas desencarnadas, que a ela se vincularam desde remotos tempos do Segundo Império e da escravidão. Quando os responsáveis por um trato de terra não compreendem os compromissos que os ligam ao pequeno patrimônio ou ao latifúndio, o “mato” não cresce somente nos terrenos ao abandono, mas a ignorância também se apodera do meio geral, dominando-o através de baixas vibrações. 7 Ali se congregam centenas de “cativos” de outra época, agarrados à gleba, dentro da mesma rotina de pensamento. Não permanecem ao desamparo. Alguém está cuidando deles e lhes aproveita a colaboração, como o agricultor inteligente que se vale do concurso de uma árvore centenária.  8 São aquelas pobres entidades empregadas nos serviços da natureza, tal qual observaram vocês em Nosso Lar, quando Narcisa recorre aos “trabalhadores espirituais” do campo, mas de si próprios nada possuem que os faça independer do solo a que se vincularam. E como a reencarnação vai se tornando mais difícil, amontoam-se por ali mesmo, progredindo com muita lentidão e extremos obstáculos. 9 Vemos, assim, que não há propriamente lugar desabitado no Planeta. Cada paisagem tem a sua “entourage” e as peculiaridades que lhes dizem respeito. Infelizmente, nesse capítulo, Minas Gerais, que nos é tão estimada, está cheia de expressões desse jaez. 10 Os mordomos da terra em nosso Estado esqueceram muitos deveres de amor para com o espírito da evolução. Muitos deles, em se desencarnando, prisioneiros dos interesses imediatos, permanecem nas fazendas, ocasionando dificuldades a quaisquer inovações. No fundo, são almas boas e simples, mas refratárias ao progresso geral pela desconfiança a que se devotaram. 11 Você sabe: pela luta vivida entre a técnica e a prática ruralista que esse problema de antagonismo é dos mais sérios. Você fará tudo pelo bem dos proprietários rurais. Planejará, antes de tudo, a cooperação. Preocupar-se-á no gabinete. Pedirá providências à autoridade superior. Obterá com dificuldades os elementos de renovação de que as fazendas necessitam, adaptá-los-á ao meio de trabalho, formará indivíduos nobres e peças aproveitáveis ao progresso das propriedades, mas em chegando o fazendeiro à cena o esforço é muito mais rude para a sua vontade sincera de ajudar. Raros se dispõem a compreender a décima parte de sua cooperação. E disto, meu filho, notamos não só a questão material propriamente dita, mas muito mais o problema espiritual, em cujas redes a maioria dos servidores da Terra permanece atada, paralítica…

12 Enfim, esperemos a função do tempo. A evolução não age através de precipitações. Tenhamos calma e continuemos trabalhando. Que Deus nos fortaleça em nossos compromissos.

13 Nas visitas de avô que hoje trouxe, Wanda, incluo você com especial atenção. Esperamos que o xarope indicado proporcione muito bem ao seu organismo. As gripes de agora tornaram-se mais pesadas, complexas e insistentes. É preciso calcificar o organismo como quem edifica resistências. Estaremos com você nestes dias de tratamento, aplicando-lhe passes.

14 O Gibraltar, meu caro Rômulo, tem vindo aos nossos trabalhos espirituais. Está muito melhor e mais bem disposto. É sempre agradável ser útil aos companheiros do caminho. Noutro tempo, talvez tivesse obstáculos para entender claramente, mas hoje… Que problemas não se decidirão à luz de Cristo? Às vezes, vemos na Terra os desvios, as crises, as incompreensões, mas aqui alcançamos um padrão diferente para examinar as situações.

15 Ao Caio Márcio, transmito as lembranças da vovó, e desejando-lhes, a todos, muita paz, saúde e bem-estar deixa-lhes um abraço muito afetuoso o vovô e papai muito amigo,


A. Joviano


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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