1 Recorda que, um dia, demandarás também o grande país da morte.
2 Sentirás o frio do túmulo a envolver-te o raciocínio, até que a luz te bafeje o espírito renovado.
3 Nem por isso, deixarás de ouvir as palavras que o verbo humano pronuncie em tua memória e, em plena transformação, receberás o impacto de todos os pensamentos formulados na Terra a teu respeito.
4 Então suspirarás pela benevolência do próximo para que as tuas boas intenções sejam tomadas em conta no julgamento de teus dias.
5 Sofrerás no coração a crítica e a malevolência, a mágoa e a acusação com que te envolvam o nome, tanto quanto regozijar-te-ás com as vibrações de carinho e com as preces de amor endereçadas ao teu Espírito.
6 Reflete nessa lição do amanhã inevitável, fazendo-te, agora, mais humano e mais doce, em recordando os mortos que são mais vivos que tu mesmo, na imortalidade renascente.
7 Ainda mesmo no comentário, em torno daqueles que se arrojaram às trevas, pensa nas boas obras que terão inutilmente desejado praticar durante a permanência no corpo e lembra-te das esperanças que lhes teceram no mundo os primeiros sonhos…
8 Medita nas lágrimas ocultas que choraram sem consolo, nas aflições e remorsos que lhes vergastaram a consciência, mas não te confies à cultura da reprovação e do ódio, destacando-lhes o lado obscuro e amargo da vida…
9 Procura enxergar o bem que os outros ainda não perceberam, auxilia onde muitos desistiram do perdão, ajuda onde tantos desertaram da caridade, e estarás acendendo piedosa luz para teus próprios pés, à maneira de lâmpada suave e amiga, com que te erguerás, desde hoje, muito acima da sombra espessa e triste da morte.
Emmanuel
(Pedro Leopoldo, Minas Gerais)
[1] Essa mensagem foi publicada originalmente em 1974 pela editora GEEM e é a 14ª lição do
livro “Instrumentos do Tempo.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.