Recorda que, um dia, demandarás também o grande país da morte.
Sentirás o frio do túmulo a envolver-te o raciocínio, até que a luz te bafeje, triunfante, o espírito renovado.
Nem por isso, deixarás de ouvir as palavras que a boca humana pronuncie em tua memória e, em plena transformação, receberás o impacto de todos os pensamentos formulados na Terra a teu respeito.
Então suspirarás pela benevolência do próximo para que as tuas boas intenções sejam tomadas em conta no julgamento de teus dias.
Sofrerás em teu coração a crítica e a malevolência, a mágoa e a acusação com que te envolvam o nome, tanto quanto regozijar-te-ás com as vibrações de carinho e com as preces de amor endereçadas ao teu Espírito.
Reflete nessa lição do amanhã inevitável, fazendo-te, agora, mais humano e mais doce, em recordando os mortos que são mais vivos que tu mesmo, na imortalidade renascente.
Ainda mesmo no comentário, em torno daqueles que se arrojaram às trevas, pensa nas boas obras que terão inutilmente desejado praticar durante a permanência no corpo e lembra-te das esperanças que lhes teceram no mundo os primeiros sonhos…
Medita nas lágrimas ocultas que choraram sem consolo, nas aflições e remorsos que lhes vergastaram a consciência, mas não te confies à cultura da reprovação e do ódio, destacando-lhes o lado obscuro e amargo da vida…
Procura enxergar o bem que os outros ainda não perceberam, auxilia onde muitos desistiram do perdão, auxilia onde tantos desertaram da caridade, e estarás acendendo piedosa luz para teus próprios pés, à maneira de lâmpada suave e amiga, com que te erguerás, desde hoje, muito acima da sombra espessa e triste da morte.
Emmanuel
(Pedro Leopoldo, Minas Gerais)
[1] Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas, foi publicada originalmente em 1974 pela editora GEEM e é a 14ª lição do livro “Instrumentos do Tempo.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto restaurado.