1 Os torvos corações, náufragos de mil vidas,
Distantes de Jesus que nos salva e aprimora,
Sob o guante da dor, caminham de hora em hora,
Para o inferno abismal das almas consumidas…
2 Sementeiras de pranto, aflições e feridas
No pecado revel que as requeima e devora…
Depois… a escuridão da noite sem aurora
E o sarcasmo cruel das ilusões perdidas.
3 Alma triste que eu trago, ensandecida e errante,
Por que fugiste, assim, no milagroso instante?
Por que rogar mais luz, se, estranha, te sublevas?
4 Ah! mísera que foste, hesitante e covarde,
Não soluces em vão, nem lamentes tão tarde,
Procurando Jesus, além das densas trevas!…
João Guedes
|